Na quarta-feira, 18, foi concluído o curso de capacitação de agentes de microcrédito, habilitando 31 candidatos selecionados que irão trabalhar em São Sebastião do Paraíso e as 24 cidades do Sudoeste Mineiro que possuirão agência do "banco do povo".
Com 10 dias de duração, o curso instruiu os agentes para que estejam juntos com o empreendedor para desenvolver com ele um plano de negócio de acordo com o objetivo da instituição, que é viabilizar o crédito para pequenos e micro empreendedores perfeitamente capazes de produzir e gerar empregos, expandindo assim, suas atividades econômicas gerando trabalho e renda.
De acordo com o superintendente da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Brasil Sudoeste - Adebras, Francisco Pereira Landi que coordena os trabalhos do "banco", o que difere o "banco do povo" das outras instituições de crédito, é justamente esse profissional. "Isso não é nada de assistencialismo, não é crédito para pagamento de dívidas, e sim ensiná-lo a gerir seu negócio", comenta.
Conforme diz, esse é o motivo que faz com o microcrédito passa a ser uma política de desenvolvimento. "Damos a oportunidade para pessoas que estão fora do setor produtivo, entrar nele com um grande diferencial: nós estamos o orientando de como conduzir de uma forma correta".
A necessidade de se fazer um treinamento desses profissionais, Landi salienta que é devido à camada social que trabalharão. "Essa está desabituada a determinadas gestões de negócio". Mas para que a agência de microcrédito entre em funcionamento, essa é somente uma das etapas. "Já houve uma adesão de prefeituras e associações comerciais de toda a região, agora o próximo passo será a aquisição do dinheiro necessário para que ela comece a funcionar", diz.
Cada prefeitura ou associação comercial de determinado município entra com a quantia de R$0,50 por habitante o que, conforme diz, daria um capital de R$180 mil, caso todas contribuam imediatamente. "Além disso, o Sebrae está entrando com R$300 mil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Social - BNDS via Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG com quase R$900 mil", enumera.
A quantia de quase R$1,4 milhão (que será obtida se os 24 municípios ajudarem) será para toda a rede. Sendo assim, uma cidade que possui poucos habitantes tem o mesmo benefício de outra que contribuiu com mais quantia. "Teremos um banco em cada cidade, mas que trabalharão em conjunto. A vantagem é que não é uma instituição de fora que monta uma filial na cidade, é como se fosse um banco local, o que evita o bairrismo e possibilita o desenvolvimento da cidade", fala Maurício Landi, presidente da instituição.
Na edição do dia 29 de setembro de 2002, o Jornal do Sudoeste divulgou que, de acordo com Francisco Pereira Landi, a instituição começaria a funcionar em janeiro deste ano. Porém, o superintendente da Adebras diz que até o próximo mês será implantada. "Chegar até aqui não foi fácil, o nosso desejo é começarmos o mais rápido possível, mas até meados de julho, tudo estará funcionando conforme prevemos", explana.