O clima de medo entre os paraisenses está se tornando cada vez mais intenso. A explicação é encontrada no crescente número de assaltos, roubos furtos à residências e homicídios. A população demonstra não mais confiar na capacidade da polícia em prevenir e solucionar os crimes. Na noite de quinta-feira, 26, um casal de empresários comemorou aniversário juntamente com os filhos em um restaurante na região central da cidade. Na saída foram surpreendidos por três assaltantes. Sob a mira de revólveres foram obrigados a entregar uma caminhonete, dinheiro e outros pertences. Um dia depois novo assalto, desta vez a funcionários de uma empresa de ônibus, no Terminal Rodoviário. A insegurança vivida pelos paraisenses foi tema abordado pela Câmara de Vereadores.
O vereador Waldir Marcolini disse que a população não suporta mais a "avalanche de assaltos". Marcolini contou com detalhes que no Jardim Europa, onde ele reside, uma mesma residência foi furtada duas vezes no final de semana prolongado.
O vereador lamentou ainda o ocorrido com um casal de empresários abordados por três elementos, dois deles usando capuz e o outro com o rosto parcialmente escondido. Enquanto sua esposa e dois filhos foram mantidos fora da área urbana de Paraíso, vigiados por um dos ladrões, outros dois assaltantes obrigaram o empresário a ir a uma agência bancária de onde pretendiam fosse realizado um saque no caixa eletrônico. Como não foi possível, o empresário foi levado até sua residência de onde levaram certa quantia em dinheiro, eletrodomésticos dentre outros pertences.
Em seguida o assaltante que dirigia levou o empresário e sua mãe (também participava da comemoração do aniversário) para onde estavam sua mulher e filhos lá os abandonando. Conforme explicou ao "JS" somente por volta das três da madrugada é que conseguiram chegar em casa. Até o fechamento desta edição a caminhonete não havia sido localizada. Um dos assaltantes chegou a dizer que "iria utilizá-la para fazer um serviço em Franca".
Na sessão da Câmara o vereador Valdir do Prado concordou que a situação é por demais preocupante e solicitou que o Conselho Municipal de Defesa Social tome providências. "Há tempo venho cobrando a necessidade do Conselho reunir-se. Infelizmente até hoje o Conselho não mostrou ao que veio" enfatiza o vereador.
Valdir do Prado sugeriu ainda um reforço policial para atuar no combate à criminalidade em Paraíso. Nesse sentido, solicita que soldados do "Pelotão de Choque" do 12.º BPMG, voltem a ajudar, como ocorreu ano passado, no policiamento da cidade.
O vereador Márcio da Silveira observa que pelo menos 50 por cento dos moradores de Paraíso certamente se enquadram como vítimas, tamanho é o número de ocorrências e casos que se têm notícia. "Até quando vamos ficar de sobressalto", questiona. Silveira acha que a solução será as pessoas se unirem. "Vamos para as ruas, levar fachas, cartazes e protestar contra esta situação calamitosa", sugere.
ASSALTO NO TERMINAL RODOVIÁRIO
Quinta-feira, 26 por volta das 20:15 h, um dia depois do assalto ao casal de comerciantes, a polícia foi acionada no terminal rodoviário. No local, os funcionários da empresa Viação São Bento, Carlos Roberto da Silva, 40, e Carlos Aparecido de Lima, 35, agenciadores informaram que foram rendidos por dois indivíduos armados com revólveres. Os assaltantes dominaram às vítimas e do caixa levaram a quantia aproximada de dois mil reais em dinheiro, segundo informou a polícia.
Em menos de um mês foram 4 casos mais rumorosos dando conta da ousadia dos marginais em Paraíso. No primeiro deles o malote de uma agência bancária que era transportado por dois funcionários para o Banco do Brasil foi roubado por dois ocupantes de uma motocicleta. Dias depois a história se repetiu mas contra funcionários de uma rede de supermercados.
ÍNDICE CRESCENTE
O índice de criminalidade em São Sebastião do Paraíso é preocupante e a assessoria de imprensa da PM seleciona algumas ocorrências para informar a imprensa, apenas fatos corriqueiros Os de maior repercussão, como por exemplo o do assalto ao casal de comerciantes não foi informado ao Jornal do Sudoeste.
Durante a última semana houve a informação que uma médica também foi vítima de assaltantes. De acordo com a notícia, não divulgada nem confirmada pela polícia, ladrões teriam levado um grande número de jóias da médica. Referido caso não consta da lista de ocorrências distribuída a este Jornal.
Enquanto isso, ocorrências se amontoam sem que os acusados sejam identificados pela Polícia Civil. A opinião pública aponta que a sensação de medo tem várias causas e o insucesso da polícia esbarra em questões, como por exemplo a falta de contingente.
Conforme dados obtidos pelo "JS", um considerável número de vítimas de furtos acaba não comunicando o fato à polícia. O que se comenta, é que "se trata de perda de tempo". Para outros, registrar uma ocorrência está sendo um mero protocolo para procedimento burocrático. Para muitos, o sistema de segurança está falido.
Bandidos, cada vez mais ousados, chegam a roubar duas vezes em uma mesma residência, sem que sejam incomodados pela polícia. Quem teve a má sorte de ser assaltado, fica com a sensação de medo. Os bandidos raramente são presos e o medo de retaliação torna-se maior quando há denúncia.
MERCEARIA ASSALTADA
O comerciante Leonardo Donizete dos Santos, 26, surpreendido por dois assaltante em uma mercearia localizada na Rua Silvio Giubilei, bairro Veneza, arriscou ao desferir uma pedra em um dos assaltantes. Santos contou a polícia que os dois elementos chegaram, usando um capuz cada, portando revólveres e anunciaram o assalto. Do caixa foram retirados R$100, 00 reais.
Um dos assaltantes deslocou-se até os fundos do estabelecimento, ficando o outro de vigia. Aproveitando o descuido, Santos atirou uma pedra na cabeça do assaltante que caiu, ocasionando o disparo da arma. Com a reação da vítima os autores evadiram-se tomando direção a um matagal existente nas proximidades. Não foram localizados pela polícia. A ocorrência foi registrada sexta-feira, 21, às 19:10 horas. Na mesma data, Sebastião Inez, 58 acionou a Polícia na Avenida João Pereira de Souza, alegando ter sido roubado por dois indivíduos que levaram sua carteira com R$150 reais. Entretanto, o comunicado foi feito mais de uma hora depois e não houve êxito policial no rastreamento.