Animais de uma clínica de Paraíso agora possuem carteira de identidade

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 20-07-2003 00:00 | 656
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Baseado no programa de identificação de animais criado há cerca de três anos em São Paulo, capital, o médico veterinário Rogério Calçados Martins inova os serviços de sua clínica, a Vetericão, ao fornecer pioneiramente em São Sebastião do Paraíso, o serviço de cadastramento de cães e gatos.
Rogério conta que teve a idéia de implantar este controle de clientes há algum tempo. Ao criar para seus clientes a Carteira de Identificação Animal, o veterinário afirmou visar dois motivos principiais. "Primeiro para facilitar para o dono, que com o RGA, fica com os dados do seu animal sempre à mão, o que é importante com esse problema de roubo de animais pois é um fator de identificação para o animal e possui o aval da clínica, confirmado com o carimbo que autentica o documento. É uma algo particular da clínica e a partir do momento em que o animal sofre algum dano, foge ou é roubado, com o RGA há uma facilidade a mais para encontrar o animal. O outro ponto é que facilita o nosso serviço de atendimento. A partir do momento que a gente vê a identificação do animal que bate com o controle que fizemos aqui, já sabemos tudo sobre ele, temos um histórico mais ágil e simples de ser localizado," comenta.
Para adquirir a carteira de identificação é necessário que o dono do animal utilize algum serviço prestado pela Vetericão, o que pode ser uma consulta, vacina, banho, tosa etc.

Cadastro de todos os animais da cidade gratuitamente
Um projeto do veterinário, é criar uma parceria entre as clínicas de animais de Paraíso e a Prefeitura através da Vigilância Sanitária para identificar todos os cães e gatos do município. "Seria baseado nesse programa de São Paulo. A única exigência seria a vacina anti-rábica. O animal não precisaria ser cliente da Vetericão, mas de qualquer clínica que fosse cadastrada pela Prefeitura, que cobraria uma taxa irrisória, menos de R$0,50 para confecção do RGA, no caso as despesas com papel, já que o cadastro seria feito pelas clínicas autorizadas pela administração municipal," comenta.
"Há na Câmara um projeto que não está tramitando por problemas burocráticos. Estava um pouquinho esquecido, mas agora parece que vai ser colocado em pauta. Fui convidado para fazer parte desse projeto de lei como relator e me comprometo a doar o software de cadastro para Prefeitura, onde constarão os dados de todos os animais cadastrados e portadores de RGA," diz Rogério, ao referir-se de conversa mantida com o vereador Antônio Fagundes de Souza, presidente da Câmara..
"Seria um documento com duas vias iguais, atrás de uma teriam os espaços para carimbo de vacina anti-rábica, que seriam averiguadas na Vigilância O atendente destacaria uma via que ficaria arquivada na Prefeitura e a outra seria entregue ao dono. Essa do dono é onde iriam os carimbos e as datas da vacina anti-rábica. No próximo ano, ele não iria precisar de outra RGA. Ele faria a vacina, pegaria o comprovante, e depois se encaminharia à Vigilância para ter a carteirinha novamente carimbada," explica. 
Controle por chip
Uma realidade no Centro de Controle de Zoonoses de São João da Boa Vista é o controle de todos os animais da cidade eletronicamente. "O cadastro dos cães e gatos da cidade foi feito através da instalação de um microchip debaixo da pele, que ao contato com o leitor, fornece todo o histórico do animal," explica.
Ao contrário do que muita gente acredita, esse tipo de cadastro é muito comum no Brasil. Um microchip custa em média R$10 e o leitor eletrônico sai por R$500 até R$1000. Para um país em desenvolvimento, até que é uma tecnologia barata, mas tem um obstáculo. "Infelizmente os leitores não são universais. Se eu tenho um chip de uma marca, e o leitor é de outra, não é possível fazer a leitura," comenta. Ao citar o exemplo da cidade paulista, Rogério diz que a implantação deste sistema aqui só será possível se houver investimento feito pela Prefeitura.
Castração de animais
A castração dos animais do Canil Municipal que estava prevista para ser realizada no domingo anterior, 13, acabou acontecendo no sábado. "A Dra. Rita me ligou e disse que não poderia fazer as cirurgias no domingo. Não pudemos operar todos os animais que gostaríamos por dois motivos: o primeiro foi a falta de mão-de-obra, afinal, só fomos eu e ela, porque os outros veterinários, por motivos particulares, não foram," diz.
"Segundo, porque tinham aproximadamente 25 machos, mas só 15 tinham condições de serem operados. Fizemos 8 cirurgias das 14:00 às 18:00 h., sem intervalo. O cansaço é enorme. Operamos os cães maiores e os mais bravos primeiro. E também levamos em conta os cuidados do pós-operatório, porque quanto mais animais em recuperação maiores seriam os cuidados desdobrados para o tratamento deles por parte do caseiro. Por isso paramos e combinamos de fazer as cirurgias restantes depois desta semana de restabelecimento dos cães. As fêmeas serão mais difíceis. são 58 no total, durando 3 vezes mais tempo que a de um macho. Pude constatar lá no canil que o pessoal que cuida têm muito amor pelos animais, e eles, por sua vez, respeitam e gostam muito do caseiro," opina Rogério.
Em relação aos empecilhos que atrapalharam a realização deste evento há mais tempo, cujo a presidente da APA, Débora Campos, atribuiu à necessidade de remuneração dos veterinários por parte da Prefeitura, Rogério afirma que para os médicos, não era essa a questão mais prioritária. "O objetivo não é aparecer. Nós estamos fazendo isso para as pessoas tomarem consciência e mudarem de atitude e não abandonarem seus animais na rua. A Débora queria realmente que a Prefeitura pagasse, mas nós não estávamos preocupados com isso. Nós estávamos preocupados com material bom. Queríamos uma anestesia boa, um fio de sutura bom, para que a gente pudesse fazer as cirurgias com segurança sem medo de que os animais sentissem dor durante a anestesia, ou risco dos pontos arrebentarem, que foi como aconteceu," concluiu.
Elezângela de Oliveira