Dois fiscais da Prefeitura de São Sebastião do Paraíso estão, desde segunda-feira, 11, fazendo um trabalho de conscientização de ciclistas que trafegam pela contramão em vias públicas. Para começar, estiveram na rua Pimenta de Pádua (próximo ao Supermercado Tonin até a praça Comendador José Honório), mas a idéia é expandir para toda a cidade.
"Nessa semana, estivemos somente no centro, mas a intenção é fazer a cidade toda. Começamos aqui porque centro é o ponto crítico da cidade", comenta o responsável pela área social, Amaury Vicente Amorim.
Atendendo a sugestão do Jornal do Sudoeste, esse trabalho também será feito em escolas e empresas. "Várias pessoas já tentaram fazer esse trabalho, mas acabou não dando certo, porém há três meses que estou trabalhando na Prefeitura, retirando os andarilhos e alcoólatras da rua. A prefeita Marilda Melles achou que eu seria a pessoa certa para fazer esse trabalho e me deu plena liberdade de fazer o que eu achar necessário desde que tire esse pessoal do risco de acidente", explica.
Amorim conta que em breve terão mais quatro fiscais distribuídos pela cidade. "Nós abordamos as pessoas que estão agindo contra a lei e os orientamos. Além disso, tivemos informações de que os atiradores do Tiro de Guerra andam na contramão, por isso, falei com o sargento e ele já está orientando-os, serão com certeza, setenta pessoas a menos na rua".
Esse trabalho será feito por tempo indeterminado. "Pedimos para que não andem na contramão, desçam da bicicleta, empurrem pelo passeio ou então entrem em outra via que possibilite a circulação sem que haja risco para a vida do ciclista e demais pessoas".
A imprudência, imperícia e negligência desses condutores já causaram diversos acidentes, alguns deles até fatais em Paraíso e esse trabalho, de acordo com Amaury, já está surtindo os efeitos desejados. "Começamos na segunda-feira, quando orientamos em torno de 50 ciclistas e na terça-feira já encontramos a metade, o que me faz acreditar que os que já foram pegos uma vez, não farão mais. O resultado está sendo muito bom, o pessoal está contente porque como estava, o risco era muito grande".
Um dos principais fatores que levou a essa mobi-lização, conforme diz, é que as maiores vítimas são os próprios ciclistas. "O estrago à vida de uma esbarrada de um veículo grande em um ciclista é enorme. Já tivemos acidentes fatais e isso é algo que já deveria estar sendo feito há muito tempo, mas nunca é tarde para fazer algo de bem para a cidade".
A presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Paraisense - AAPP, Ruth Corsi opina que essa é uma boa iniciativa e uma necessidade. "Quando vamos ao coreto ver a banda municipal, sempre tem uns engraçadinhos que ficam passando em alta velocidade quase que atropelando os aposentados".
Lei Municipal
Por diversas vezes, o JS denunciou essas imprudências e divulga falas de diversas pessoas que cobram das autoridades o cumprimento da lei municipal "Zé Queis-Queis".
Essa lei nº 2486, promulgada em 15/05/97, regulamenta a apreensão por três dias úteis, a bicicleta ou ciclomotor "cujo condutor trafegou na contramão de direção, por sobre o passeio público em zigue-zague, ou fora da faixa de rolamento e que não respeitar a sinalização de "PARE", cruzar inadvertidamente vias preferenciais ou atravessar semáforo vermelho".
Mesmo com posse dela, Amorim diz ser contra a punição. "A partir do momento em que orientamos todos os ciclistas, estamos melhorando a cidade, agora a punição não resolve. Prende hoje, amanhã estão fazendo a mesma coisa. Se orientamos, e ele assimilar o que dissermos, não precisa falar mais. Se alguém mesmo assim não acatar, pegaremos ele até o dia em que parar de fazer isso", comenta.
Nádia Bícego