Pessoas que fazem uso das estradas de Minas Gerais reclamam das más condições em que se encontram. "É lastimável o que acontece em nosso Estado, reconhecemos o tamanho dele, que na minha opinião teria que ser dividido, mas é muito sério e a situação financeira do país levou a acontecer o que está havendo aí, com as rodovias que estão acabando", comenta o vereador Antônio César Picirilo.
"É preciso que o Governo do Estado preste mais atenção nas rodovias estaduais e o Federal cuidar melhor das que existem na região, tão rica e tão importante para o país. Eu vejo com muita preocupação a situação em que estão as nossas rodovias hoje", reclama.
Na BR-265, cita que é necessário ser feito no mínimo uma terceira pista. "Nem digo duplicar porque teria um custo muito alto. Já existe um projeto para essa outra pista, mas a coisa é muito demorada, o governo paralisou as obras e vamos ver o que vai acontecer", reclama.
José Basílio de Queiroz, proprietário de uma transportadora paraisense, comenta que a situação das rodovias no Estado está péssima. "O governo deveria, através de recursos dos impostos cobrados, fazer a recuperação, mas não se preocupam com isso, pagam os rombos em outros departamentos e deixam as estradas de lado", salienta.
Buracos nas estradas, conforme diz, é também facilitador de assaltos , bem como os quebra-molas. "A segurança nesses locais é de um nível muito baixo, com pouco policiamento. Além disso, quando existe um buraco ou quebra-molas, é necessário diminuir a velocidade, o que torna mais fácil ação de assaltantes", ressalta.
Antônio César Picirilo comenta que ajudou a organizar a manifestação de moradores para reivindicar lombadas na BR 491, o que foi feito. "Acredito que agora, dificilmente irá acontecer um acidente ali. Causamos sim transtorno para os motoristas mas estamos olhando a maioria e principalmente os moradores da nossa cidade", explana.
PRIVATIZAÇÃO
Para José Basílio de Queiroz, a solução para uma série de problemas seria privatizar as rodovias do Estado. "Em outros estados como São Paulo e Rio de Janeiro isso deu certo, pois são melhores conservadas, embora o valor cobrado em pedágios no País é muito alto. Isso é uma necessidade, porém o valor poderia se menor".
Reclamando também da má conservação, o proprietário de uma agência de viagens, Edson Sepúlveda de Melo conta que está assim porque o dinheiro dos impostos cobrados da população é mau empregado. "Porém acredito que não seja necessário colocar pedágios, o que encarece e muito o transporte. Pagamos impostos para isso, é uma forma do governo colocar mais encargos em cima do usuário, assim seria cobrado por duas vezes, o mesmo benefício", contesta.
"Se formos para o Rio de Janeiro por exemplo, chega a custar aproximadamente 10% do valor do frete, isso é um absurdo, o que passa a ter um efeito cascata", reclama.
Fazendo o cálculo, com o auxílio do caminhoneiro João Medeiros, uma carreta "truck", que possui seis eixos paga de pedágio, em torno de R$370 de São Sebastião do Paraíso a São Paulo (ida e volta). São seis pedágios, e os preços chegam a R$6,20, por eixo. "As estradas do Sul Mineiro são péssimas por motivo do fluxo de veículos com excesso de peso e o não funcionamento das balanças", conta.
Nádia Bícego