A proposta do juiz da Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de São Sebastião do Paraíso, Rogério Santos Araújo Abreu de implantar a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados - APAC no município, encontra apoio junto aos paraisenses. É o que constata o Jornal do Sudoeste ao ouvir pessoas de diversos segmentos da sociedade.
Este é o caso da vereadora Maria Aparecida Pimenta Pedroso. "Sou favorável, só acredito que fazer dentro da cidade é bobagem porque a Prefeitura tem muito terreno fora do perímetro urbano, que pode ser feito um centro de recuperação do aprisionado com conforto, oficina de trabalho, para que ele passe a ser uma pessoa produtiva".
A vereadora diz que acredita e muito na reabilitação. "Trabalho na reabilitação de doente mental. Acredito muito nisso. Tenho amigos que foram presos de alta periculosidade e que hoje são pessoas até importantes na cidade que residem, pessoas que são líderes e que se recuperaram. Tem que dar uma chance sim".
Ela fala ainda que a atitude do juiz Rogério é muito louvável. "É difícil um juiz de direito se desencastelar e ir à luta, percorrer um caminho de pedras para transformar uma sociedade. Eu fico muito solidária ao trabalho dele, que é uma forma também de investirmos no futuro da nossa cidade já que trabalhamos tanto para reciclar lixo e esgoto, vamos reciclar o ser humano também".
No ponto de vista do militar aposentado José Ribeiro de Moraes, a idéia é ótima, o objetivo, melhor ainda. "Só que, pela experiência que tenho, ainda mais nessa área, acho que é quase impossível a recuperação, mas não custa tentar, nada no mundo é perdido, temos que correr atrás para ver o que dá certo".
O vendedor Joel Alves Gregório, acredita que dá certo. "Porque não adianta uma pessoa ficar presa e sair de lá sem aprender nada. A atitude do juiz é correta", opina.
Antônio Bastos Libório, também vendedor fala que o principal na pessoa que comete um delito é a recuperação dele. "Paraíso estava precisando de um órgão assim, para dar chance para o condenado sair para trabalhar. Existem pessoas que cometeram pequenos delitos e estão atrás das grades, querem recuperação, mas não têm chance e o que recupera é o trabalho"
"Eu acredito que todo trabalho é válido, existem exceções de que o trabalho não vai resolver, muitas críticas irão surgir, naturalmente, mas temos que acreditar na recuperação e fazer um trabalho grande envolvendo a sociedade. Não adianta jogar um condenado na cadeia e fechá-lo, sem fazer trabalho nenhum, ele nunca vai recuperar, pelo contrário, às vezes, sai pior que entrou, com mais periculosidade", argumenta o presidente do Conselho Municipal Anti Drogas - COMAD, Amaury Vicente Amorim.
Amorim diz também que, com certeza, diversas pessoas irão criticar. "Tenho certeza que irão aparecer diversas críticas, porque é mais cômodo para 90% da sociedade, sentarem em cima de seus erros e criticar o dos outros, do que pôr a mão na massa e tentar contribuir com a sociedade e torná-la melhor", finaliza.