Que assunto mais ‘nojento’, hein!!
Mas, certamente os proprietários de animais de estimação têm muitas dúvidas à respeito desse assunto, tão “comum” de ocorrer nos animais, afinal, é uma “defesa” do organismo.
Como definição bastante técnica, o vômito é uma “potente ejeção reflexa do conteúdo gástrico, desde o estômago até a boca” - palavras do Médico-veterinário americano, especialista no assunto, Dr. Michell A. Crystal, chefe do North Florida Veterinary Specialists (USA).
Para entendermos melhor a “sistemática” que envolve o gatilho que deflagra essa defesa do organismo, precisamos saber que o vômito é iniciado à partir de um estímulo qualquer ao “centro do vômito”, localizado no cérebro. Portanto, vômito não é doença e sim sintoma de doença. O centro do vômito recebe “informações” que são ativadas dos mais diversos modos, como, por exemplo, uma substância química ou mesmo um processo doloroso.
É necessário saber diferenciar o vômito de um outro processo que o organismo também tem como defesa: a regurgitação. Essa diferenciação é muito importante para que o Médico-veterinário estabeleça um diagnóstico e um correto protocolo terapêutico.
Um animalzinho sofrendo com episódios de vômito apresenta alguns sinais: produção excessiva de saliva, movimentos constantes de deglutição, depressão ou agitação, lambedura constante dos lábios, contração do abdômem e, por fim, a expulsão do conteúdo do estômago. Pode haver a presença de bile (líquido amarelado e pegajoso), alimento e até sangue. Já em casos de regurgitação, o animal geralmente não apresenta os sinais descritos acima, expondo, pela boca, apenas um volume de alimento não-digerido e, geralmente, em forma tubular.
Se os episódios de vômito acontecem “de uma hora para outra”, esporadicamente, quando o animal come algo diferente ou toma medicações ou mesmo está com alguma infecção, então é considerado caso “agudo”. Se os casos forem frequentes e durarem muitos meses (um dia tem vômito, passa alguns dias bom e volta a ter vômitos sem um motivo aparente) então o quadro é classificado como “crônico”. Em ambos os casos, as causas devem ser investigadas até que se possa determinar o “provocador” do vômito (se isso for possível) e o tratamento, enfim, possa ser o mais adequado possível.
Somente o Médico-veterinário é capaz de avaliar e diagnosticar se um animal está sendo acometido por algum processo grave ou não, e qual tratamento é mais indicado para tal. Portanto, mesmo que pareça um caso simples, o proprietário não deve medicar seu bichinho por conta própria, pois alguns casos de vômito podem estar relacionados com obstrução no sistema digestório e isso é bastante grave, onde o uso de vários medicamentos, inclusive contra vômito, é contra-indicado.
*ROGÉRIO CALÇADO MARTINS – médico-veterinário – CRMV/MG 5492
*Especialista em Clínica e Cirurgia Geral de Pequenos Animais (Pós-graduação “lato sensu”)
*Membro da ANCLIVEPA (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)
*Consultor Técnico do Site www.saude animal.com.br
*Proprietário da Clínica Veterinária VETERICÃO (São Sebastião do Paraíso/MG)