AISP

AISP no São Judas não cumpre finalidade e tem funcionado apenas para registro de BO

Pelo menos R$ 242.173,00 foram investidos na construção daquele espaço: promessa era de atendimento 24h
Por: João Oliveira | Categoria: Polícia | 06-11-2018 23:05 | 1946
AISP criada com o objetivo de garantir maior segurança na parte baixa da cidade
AISP criada com o objetivo de garantir maior segurança na parte baixa da cidade Foto: Jornal do Sudoeste

A Área Integrada de Segurança Pública (AISP), criada com o objetivo de garantir maior segurança na parte baixa da cidade, não tem cumprido com a proposta inicial estabelecida em sua inauguração, em 2013, de atendimento 24 horas à população da parte baixa da cidade. Isso porque quem passa na proximidade do prédio, encontra-o sempre de portas fechadas. Segundo informações, há algum tempo a Polícia Civil deixou de atender no local por falta se servidores e a Polícia Militar e a Guarda Municipal têm usado o local apenas para o registro de ocorrências.

Pelo menos R$ 242.173,00 foram investidos na construção daquele espaço. À época, a Secretaria Municipal de Segurança Pública havia informado que a Área Integrada de Segurança Pública teria atendimento 24 horas, o que não vem acontecendo. De acordo com o secretário atual da Pasta, Miguel Félix, o comando da 43º Batalhão de Polícia Militar em São Sebastião do Paraíso procurou a prefeitura para informar que não mais iria realizar atendimento administrativo naquele local.

A reportagem do Jornal do Sudoeste procurou a Polícia Militar para esclarecimentos sobre o possível abandono do local. De acordo com o tenente Marcos, a decisão foi motivada de demanda de nível estratégico que determinou o recolhimento de companhias destacadas para junto do batalhão da PM. "Não é um fato isolado, aconteceu em todo o Estado. A Aisp não deixou de ser utilizada, está sendo usada como acontece no Terminal Rodoviário: um ponto para registro de ocorrência", explicou.

Conforme o militar, esta determinação também seria para que houvesse economia de pessoal, dando condições para que esses policiais pudessem trabalhar diretamente na rua. "Quando você tem um destacamento da PM, você precisa que haja pessoas ali trabalhando diuturnamente, por tanto, foi uma decisão estratégica adotada em todas as cidades que tem um batalhão da Polícia Militar".

Sobre denúncia de que a PM estaria deixando de utilizar a AISP para lavrar os boletins de ocorrência em um posto de gasolina na saída para São Tomás, o policial militar disse que oficialmente existem no município três pontos oficiais para registro de ocorrência: AISP, Terminal Rodoviário e na sede do Batalhão. "Porém, há alguns comércios que disponibilizam um computador para que seja feito um B.O., mas para registro de ocorrência posterior e para que o policial não precise sair do seu setor de policialmente e agilizar a atendimento à população", explicou.

Tenente Marcos negou também que o comando da PM "estaria com as chaves e não queria devolver para o município", conforme apontou o presidente da Câmara, Marcelo de Morais, durante sessão da Câmara na segunda-feira (5/11). "Eu entreguei as chaves pessoalmente na Secretaria de Segurança Pública, mas temos uma cópia já que ainda existe o nosso acesso ao local, só não utilizamos com antes", completou.

Sobre o atendimento da GM na AISP, Félix informou que não houve modificações em relações as demandas da GM para atendimento na AISP. "Mesmo porque temos o quartel da GM aqui na Arena João Mambrini. Lá ainda há uma sala do comando da Guarda, mas como ele atualmente fica concentrada na Arena, alternadamente nos deslocamos a AISP, onde há os equipamentos para confeccionar os B.Os", informou.

À época de sua inauguração, em 2013, foi divulgado que uma das três forças de segurança em Paraíso, a Polícia Civil, iria enviar para a 254ª AISP um delegado, um escrivão e um investigador. Já a PM, iria enviar cinco militares para os trabalhos administrativos mais os policiais que já fazem ronda preventiva pela região. De acordo com o delegado regional, Fernando Bétio, temporariamente, a PC não está atendendo na Aisp devido ao reduzido quadro de funcionários. "Quando reestabelecer o quadro de servidores, voltaremos a atender na AISP local. Existe um projeto de transferência da Delegacia da Mulher para a AISP, mas dependemos de reestruturação do quadro de servidores", informou Fernando Bétio. 

CÂMARA
A situação foi comentada na sessão da Câmara Municipal durante o Grande Expediente, na segunda-feira (5/11). O debate foi levando pelo vereador José Luiz das Graças, que disse que tem passado pelo aquele local todos os dias e tem percebido o prédio fechado. "Quando Aisp foi inaugurada, os moradores daquela região ficaram tão satisfeitos com a implantação do posto unificado e ver aquele prédio se tornar um elefante branco, sem uso, nos entristece. Esperamos que a administração pública busque meios para que seja cumprida sua finalidade", completou.