Em assembleia realizada nesta semana os trabalhadores filiados ao SEMPRE (Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais), de São Sebastião do Paraíso descartaram a deflagração de greve da categoria. No entanto, segundo o presidente do sindicato, Rildo Domingos da Silva, a categoria estará em estado de greve a partir de janeiro. Em outra deliberação foi aprovada a pauta de reivindicações para a data base de 2019 que possui 22 itens e que será protocolada na Prefeitura na próxima semana. “Nós entendemos a situação do Município, mas temos a nossa posição, o servidor não pode trabalhar e ficar sem receber seu salário para manter as suas necessidades”, comenta Rildo.
O sindicato realizou duas assembleias no anfiteatro do Ceduc para deliberar sobre assuntos diversos de interesse da categoria. Na primeira foram tratados dos 22 itens que vão compor a pauta de reivindicação dos servidores, conforme a data base que acontece em fevereiro de 2019. Entre os principais itens aprovados consta o pedido de aumento salarial de 10%, sendo 6,32% de reajuste salarial e mais 3,68% de ganho real.
O documento tem como item nº 2 a adequação salarial dos motoristas ao mercado. A lista tem ainda reivindicações referentes aos estudos de revisão dos planos de cargos carreiras e salário geral, o do Magistério e o da Guarda Municipal. Outro ponto é referente a emissão de laudo de insalubridade para os funcionários que atuam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Centro de Referência de Assistência Social (Creas) e outros setores. A categoria cobra também providências para que o pagamento aconteça no quinto dia útil do mês subsequente trabalhado.
Conforme o presidente do SEMPRE todos os itens da pauta foram elaborados a partir de indicações dos próprios funcionários. “Tivemos 80% dos pleitos oriundos do trabalho importante que é feito pelas comissões setoriais. Os demais surgiram dentro da assembleia que nós tivemos uma participação positiva e satisfatória”, anuncia. O documento com os 22 itens da pauta para ser negociada com o Executivo deverá ser protocolada na Prefeitura, na primeira semana de dezembro.
Rildo Domingos salienta que desde que assumiu a presidência do sindicato tem feito um trabalho intenso junto ao prefeito Walker Américo. “Temos trabalhado pela construção e manutenção de uma agenda positiva, O Executivo tem nos recebido quase que semanalmente para reuniões onde apresentamos as sugestões para o enfrentamento da crise e várias delas estão sendo acatadas e isso tem sido importante, pois, e uma das formas que temos de ajudar, propondo o diálogo e apresentando sugestões, mesmo que sejam medias amargas e às vezes duras”, acrescenta.
A segunda assembleia realizada pela categoria foi para debater a possibilidade de deflagração uma greve em função dos atrasos em salários. “Esta medida não foi aprovada. No entanto, continuamos em alerta e no início do próximo ano entraremos em estado de greve até a situação ser resolvida”, anuncia. Rildo defende a criação de um gabinete de crise para o acompanhamento e enfrentamento da situação vivida pelo município e que afeta diretamente o funcionalismo. “Sem os trabalhadores a Prefeitura não existe, se a pessoa trabalha, ela não pode ficar sem receber”, aponta. Com este pensamento ele acredita que poderá haver um maior engajamento dos servidores nas movimentações futuras que serão realizadas.
Mobilização
Mesmo sabendo das dificuldades enfrentadas pelo município em virtude nos atrasos de repasses do Estado, o sindicato estará nas ruas neste 1º de dezembro. “Queremos sensibilizar a sociedade, vamos mostrar para todos a real situação vivida pelos nossos trabalhadores. Reconhecemos a dificuldades da Prefeitura, mas, defendemos que os servidores estão sendo prejudicados por não estarem com seus recebimentos em dia pelos meses trabalhados”, observa. Por isso, o SEMPRE fará uma panfletagem a partir das 9 horas deste sábado na Praça Comendador José Honório (Matriz).
Rildo Domingos aponta que o município possui mais de R$ 8 milhões do Fundeb, de ICM’S a receber do Estado. “São recursos que têm impacto direto na folha de pagamento. Se este dinheiro estivesse em caixa seria possível quitar a folha de outubro e pagar referente aos meses de novembro, dezembro e o 13º salário”, diz. O sindicalista afirma ainda que isso traz um grande reflexo na economia da cidade uma vez que vários setores são afetados.
Ainda para 2019 o presidente do SEMPRE destaca que as comissões setoriais e de trabalho continuarão exercendo e com mais veemência suas funções. “Se for necessário vamos cobrar a adoção de medidas mais duras, vamos atuar firmemente para fortalecer as ações do sindicato e também na medida do possível fortalecer a prefeitura na cobrança junto ao Estado”, completa. Não está descartada a possibilidade do ingresso de ações judiciais para defender os interesses do funcionalismo.