A publicitária Andréia Colozio Candiani é uma figura conhecida em nossa cidade por sua irreverência e pelo grande número de amigos que conquistou ao longo dos anos em Paraíso com seu trabalho. Pioneira, foi a primeira voz feminina da rádio Paraíso FM, quando foi inaugurada em 1986 e desde então passou a ser conhecida como “A Garota do Rádio”, tendo trabalho em inúmeros outros veículos de radiofusão no município até fundar sua revista - a primeira neste formato – em Paraíso, em 2005. Filha da professora aposentada Maria José Colozio Borges, Andréia conta orgulhosa que teve dois pais, o pai biológico Gilberto Candiani e o de criação, o senhor Odilon Borges, ambos falecidos. Mãe da Vitória Candiani Alvarenga, de 32 anos, hoje, aos 53, Andréia vive em Ribeirão Preto, onde foi tocar sua vida em busca de novas oportunidades. É “honrada”, conforme ela mesma destaca, que conta ao Jornal do Sudoeste um pouco da sua trajetória.
Jornal do Sudoeste: fale um pouco da sua família...
Andréia Colozio: Minha mãe é professora aposentada e se chama Maria José Colozio Borges e tem 75 anos. Tive a sorte grande de ter tido dois pais, o que me gerou era Gilberto Candiani e o que me criou era Odilon Borges (ambos falecidos). Fui filha única quando criança até meus sete anos e fiquei muito feliz quando ganhei um irmão que se chamava Odilon Colozio Borges, carinhosamente chamado de Dilin para os íntimos. Era o proprietário da empresa 2 Rodas Motos. Deus permitiu viver com ele por 33 anos. Sendo solteira resolvi ter apenas uma única filha que se chama Vitória Candiani Alvarenga, com 32 anos, ela é auxiliar de produção na empresa Andacco há dois anos. Minha família que amo muito é o meu maior tesouro.
Jornal do Sudoeste: como foi sua infância e quais recordações você guarda desta época?
Andréia Colozio: Sou nascida e criada em São Sebastião do Paraíso. Como boa mineira trago recordações maravilhosas daquele tempo que não volta jamais. Estudei no então Grupo Escolar Coronel José Cândido durante os quatro anos do atual ensino fundamental, fazendo muitos amigos que guardo no meu peito ainda hoje. Gostávamos de ir passear de bicicleta ou fazer caminhadas na mata à beira da mina d’água e de brincar nas proximidades da extinta linha férrea. Adorávamos o dia de excursão na escola, quando íamos conhecer como funcionava o curtume, e a extinta fábrica de queijos Coolapa. Quando ainda morava com minha avó e meu avô, os saudosos Evaristo Colozio e Marcionília Saraval Colozio, chegava da escola, jantava assistindo ao Sítio do Pica Pau Amarelo na TV e depois saia correndo para brincar na rua com os vizinhos próximos e cada noite era uma brincadeira diferente da outra: de casinha ou boneca, de passar anel, de pique de correr, de pique de esconder, de matança, de bola de gude, etc.. E quando chegavam meus primos paternos, netos dos saudosos Antonio Candiani carinhosamente reconhecido como o Vô Nico e de Olga Brocanelli Candiani, que vinham de outras cidades, a farra era a mesma. E posteriormente, quando minha mãe casou se pela segunda vez, aí ganhei novos primos e primas e ainda uma vózinha igualmente bondosa, a vovó Benedita Borges, carinhosamente chamada de vó Dita. Diverti muito!!
Jornal do Sudoeste: Co-mo foi a fase de escola. Era uma boa aluna? Quais eram suas aspirações naquela época?
Andréia Colozio: Depois do grupo escolar passei para o Colégio Paula Frassinetti, onde me formei em Magistério. Naquele tempo os mais esforçados faziam a Escola Técnica de Comércio São Sebastião, popularmente reconhecida como “Escola do Padre”, numa referência a um grande educador, o saudoso Monsenhor Jerônimo Madureira Mancini. E comigo não foi diferente, ao término estava com dois diplomas. Mas a gente aprontava muito sempre que podia e como todos os jovens, gostávamos de nos unir e reunir em encontros inusitados. Gostava de estudar, ficava no quarto estudando o dia inteiro, mas nem sempre me saía tão bem nas provas. Minha aspiração que foi atingida era partir e fazer faculdade em Ribeirão Preto (mesmo contra a vontade de meu avô) eu fui e trouxe o canudo. Mas me diferenciava das minhas colegas de classe que desejavam serem professoras e se casar. Eu sentia um forte desejo de conhecer o mundo lá fora e tudo o mais que eu pudesse descobrir.
Jornal do Sudoeste: você é muito comunicativa, sempre foi assim?
Andréia Colozio: Sim, como geminiana a comunicabilidade está no meu sangue. Tenho facilidade para fazer novos amigos e me sinto realizada com a área escolhida para atuar. Ainda no grupo escolar adorava recitar versinhos à bandeira diante os alunos. Fui oradora da turma do Colégio e na faculdade descobri meu talento vocal que foi logo elogiado pelos universitários. Ali nascia uma locutora que posteriormente foi a primeira voz feminina da inaugurada rádio Paraíso FM no ano de 1986. Iniciei minha carreira como radialista e a partir daí trabalhei em outras rádios de minha cidade, inclusive as denominadas comunitárias usando o codinome de A Garota do Rádio, reconhecimento este que carrego ao longo dos anos, quando até hoje, vez ou outra algum conterrâneo faz questão de lembrar. Mas também trabalhei no “JS” como contato publicitário com uma equipe maravilhosa nos idos 89/90. Fui muito feliz na escolha, pois o Jornal do Sudoeste é palco de muitos ensinamentos que foram de grande utilidade para minha carreira e por se tratar de um excelente veículo de comunicação em massa até os dias atuais. Nesta oportunidade desejo a todos meus colegas um 2019 de muitas conquistas e realizações, paciência, sucesso e vida longa a esta mídia que a classe cultural tanto ama.
Jornal do Sudoeste: você teve uma revista em paraíso, a Nova Show. Como surgiu essa ideia e o que te motivou a criar esse empreendimento?
Andréia Colozio: Apesar de gostar muito do rádio, a mídia impressa sempre me fascinou por que gosto de escrever e por se tratar de um documento contundente. Assim, após participar do JS resolvi em maio de 2005 instituir a revista Nova Show, a primeira em formato grande para a cidade, pois até então existiam apenas guias. Foram 13 anos seguidos e veiculadas 153 edições. Fazendo chuva ou sol, sendo feriado ou dia útil a revista não falhou nem um mês sequer, tive o apoio de muitos patrocinadores e realizei muitas entrevistas como esta que estou fazendo agora. Foi uma época de muito trabalho e luta e não era nada fácil editar a mesma, mesmo contando com o apoio de minha filha e minha família. Mas eu venci neste propósito pelo fato de ser paraisense e conhecer muita gente legal, conseguindo realizar meus objetivos e atingindo as metas propostas. Não me arrependo do que vivi e nem me esqueço de toda a ajuda que recebi, mas num determinado momento percebi que tinha sucesso, mas não estava feliz, então resolvi interromper temporariamente esta atividade profissional.
Jornal do Sudoeste: hoje, você mora em Ribeirão. O que motivou essa mudança?
Andréia Colozio: Resolvi mudar para o interior paulista e há um ano resido em Ribeirão Preto. O motivo principal de minha ida foi para buscar novas experiências profissionais e novos conhecimentos dentro de minha área de atuação, afinal uma cidade grande terá sempre maiores chances e oportunidades. Como publicitária tenho mais campo para exercer atividades como freelancer, que é o que estou fazendo por lá. Neste período de um ano já trabalhei como relações públicas em contato direto com as massas; em parceria com agência de propaganda executando atendimento e fizemos jornais de oferta. Em especial no ramo ótico, sendo Óticas Diniz, Óticas Ribeirão, mas também para alguns supermercados como BBCOP e Mialich. Já participei da campanha política dos deputados reeleitos Baleia Rossi e Léo Oliveira (ambos MDB).
Jornal do Sudoeste: Como tem sido viver longe da sua terra natal?
Andréia Colozio: Com certeza não é nada fácil você sair de sua zona de conforto e ir se virar num local em que você é uma desconhecida, justamente por isto resolvi apelar para os velhos e conhecidos amigos de faculdade que hoje já tem 30 anos de atividades na área e a quem devo total gratidão. Mas percebo que a atual tendência do mercado é a informatização e terceirização. Poucos empresários querem registrar o funcionário. A maioria quer pagar pelo trabalho diário sem vínculo empregatício e o melhor é que tenho horários flexíveis de trabalho que me permitem viajar e poder vir visitar Paraíso. Mas sempre estive envolvida com esse ramo da comunicação social, publicidade, propaganda e mais recentemente como relações públicas, nunca pensei em desistir de minha profissão para executar outra atividade profissional, pois o meu campo é vasto, apesar das dificuldades que o Brasil enfrenta.
Jornal do Sudoeste: Além do seu trabalho o que mais você faz em Ribeirão Preto?
Andréia Colozio: Ao contrário do que muitos pensam e por incrível que pareça, a solidão me faz bem e nas horas vagas gosto de praticar caminhadas nos vários parques existentes, que proporcionam contato direto com a natureza em um relaxamento muito gostoso. Aprecio também um passeio aos shoppings e vou ao cinema. Recentemente curti o filme do Queen, do qual sou fã de carteirinha e a superprodução Acquaman, ambos excelentes, na minha opinião. Mas o que é mais gratificante é ser voluntária num trabalho com animais. Minha paixão por felinos me fez ser colaboradora de uma ONG, a Só Gatinhos e lá faço o que for preciso. É maravilhoso doar e receber amor. Cuido do local, ajudando na limpeza, trato dos gatos aplicando medicação, participo de feiras de adoção na Cobasi e sou até modelo fotográfico, quando vestimos as roupas do brechó para publicar no site. Quem quiser visitar é: “www. sogatinhosrp.com.br”. E em tempos de plataforma digital o meu hobby preferido é me comunicar com quase 4.000 amigos virtuais que conquistei graças ao blog amo viajar que criei a fim de me divertir. Quem quiser curtir: “www. amoviajar naes trada.wixsite. com/meusite” - será muito bem vindo (a)!!
Jornal do Sudoeste: pretende retornar a Paraíso?
Andréia Colozio: Bem, para esta pergunta cabe bem um velho e corretíssimo ditado cuja sabedoria popular é de grande alcance: “O futuro a Deus pertence” e não posso dizer que desta água não beberei, pois amo meu torrão natal, mas estou focada em Ribeirão Preto e para lá dirigirei todos os meus esforços, pois é uma cidade que tem tudo o que eu gosto, ou seja, qualidade de vida. E nessa altura do campeonato estou num momento de aproveitar melhor os frutos que colhi do meu esforço e pretendo continuar por lá por enquanto. A não ser que Deus queira o contrário!
Jornal do Sudoeste: o que você espera para 2019? Quais são suas expectativas e planos para este ano que se inicia?
Andréia Colozio: Em 2019, no campo pessoal pretendo me dedicar mais à minha pequena família, com atenção especial à minha mãe e minha filha e no campo profissional continuo minha trajetória profissional no sentido de ampliar minha clientela, fazendo novos contatos e me comunicando com as massas, seja como relações públicas, como escritora ou como locutora (a minha eterna paixão). Não sou de ficar fazendo muitos planos e sigo bem à moda do Zeca Pagodinho: “ deixa a vida me levar... vida leva eu... sou feliz e agradeço por tudo o que Deus me deu”!
Jornal do Sudoeste: qual o balanço que você faz de toda essa trajetória?
Andréia Colozio: Prestes a encerrar minhas atividades profissionais, a palavra de ordem é GRATIDÃO à Deus, por ter chegado até aqui, à minha ascendência e descendência e a todos os meus queridíssimos clientes e amigos sejam reais ou virtuais, que me admiram e apoiam o meu trabalho aqui ou em outros lugares, que me amam ou ainda se lembram de minhas façanhas. Sinto-me realizada e já num ritmo transitório de trabalho, numa fase de aproveitar mais e colher os frutos que a vida me deu. E para o primeiro domingo do ano 2019 desejo sincero de muitas felicidades e deixo uma estrofe do verso da poeta portuguesa Fernanda Sobral, que condiz bem com a minha atual realidade: “Desejo tudo de bom e de bem/ Para você e para os seus/ Dê boas vindas aos sonhos/ Tristeza e mágoas adeus/ Procure pelos bons caminhos/ Estradas de luz e de paz/ A gente não tem que ter muito/ A gente precisa ser mais”.