GREVE

Greve continua em espera afirma presidente do sindicato

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 09-02-2019 12:27 | 1431
Durante a primeira semana de greve na Prefeitura,  sindicato trabalha na conscientização dos servidores
Durante a primeira semana de greve na Prefeitura, sindicato trabalha na conscientização dos servidores Foto: Divulgação

A greve dos servidores públicos municipais da Prefeitura de São Sebastião do Paraíso completou uma semana na sexta-feira,8. “O movimento continua em standy by - (em espera), vamos aguardar e esperar o que a categoria quer e o que for decidido o sindicato vai apoiar”, afirma o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais e do Sudoeste (Sempre Sudoeste), Rildo Domingos da Silva. Ele avalia que as novas legislações aprovadas em instâncias superiores estão dificultando as ações dos sindicalistas. “Vivemos um momento de insegurança para a classe trabalhadora que está perdendo o poder de luta”, comenta.

Ao ser indagado sobre qual o balanço da greve iniciada na segunda-feira, 4, onde os sindicalistas  e membros do comando de greve trabalharam na conscientização da categoria, o presidente do sindicato diz que as ações continuam. “Estamos em greve e ela continua”, afirma Rildo Domingos. Ele reconhece que o fato de a Prefeitura estar realizando pagamentos parcelados é um fator que desencoraja o servidor em aderir à paralisação da categoria.

O presidente do sindicato comenta que tem havido mudanças na legislação prejudiciais aos trabalhadores e principalmente ao movimento grevista. “A questão é de interpretação à lei e cada juiz tem um entendimento. Por isso, os atrasos no pagamento dos salários de uma semana, 15 dias, de um mês ou mais podem ser encarados de diferentes maneiras pelos julgadores. O que não queremos é prejudicar o trabalhador que pode ser mais penalizado com o desconto dos dias parados”, acrescenta.

Rildo enfatiza que o sindicato vai lutar para que isso não aconteça, mas não tem a garantia de que será atendido. “O trabalhador tem nosso apoio para parar, certamente vamos tentar negociar para abonar os dias parados, ele terá o nosso respaldo. No entanto, frisamos que ele deve estar ciente que pode haver corte”, ressalta.

O sindicalista protesta contra as leis que estão sendo aprovadas no Supremo Tribunal Federal (STF). “Em relação às novas legislações que estão sendo criadas e impostas de cima para baixo, elas inibem a categoria. Já estão querendo pôr fim a estabilidade para o servidor público municipal , estadual e federal e isto só faz aumentar os prejuízos aos trabalhadores”, comenta.

Embora a Constituição Federal ateste que o pagamento do salário deva ocorrer no quinto dia útil, “isso não vem ocorrendo nos governos por ai afora e os governantes não são penalizados, isso gera uma insegurança jurídica muito grande, principalmente por ser em desfavor ao trabalhador”, completa.

Para o presidente do Sempre os trabalhadores precisam despertar para a nova realidade que esta sendo criada. “Se o servidor não acordar e não tomar pé da situação fica difícil” aponta Rildo. Ele assegura ser necessário como em outros tempos pagar um preço caro para reverter a situação. “É o que acontece aqui em Paraíso, estamos prontos, não devemos nos acovardar, do contrário teremos uma derrocada muito grande para a categoria, não existe milagre a ser feito, é simplesmente cada um assumir a sua parte”, destaca.

Conforme Rildo, de maneira geral a fase é ruim para a classe trabalhadora. “Não é só em Paraíso, é em Minas e no Brasil todo, estão tirando o poder de luta da categoria”, observa. A consequência é das mais danosas para os sindicalistas. “O que temos é o servidor amedrontado, retraído e isso até certo ponto é até compreensível”, opina. Contudo o presidente do Sempre relembra que para se ter as conquistas obtidas hoje foi preciso muita luta. “Tivemos muitos trabalhadores que doaram a vida, houve derramamento de sangue para as conquistas obtidas para os dias de hoje”, destaca.

Quanto ao futuro da greve em Paraíso, o sindicalista reconhece que “sem paralisação não se chega a lugar algum”. Ele pondera que “cada um sabe onde a correia aperta. Não surgiu o efeito desejado, mas iremos manter até quando der para suportar. A greve tem de ser produtiva, quem for participar deve abraçar de verdade”, conclui. Rildo Domingos confirmou que neste final de semana a Prefeitura está realizando o pagamento para mais uma fatia da classe trabalhadora.

Neste sábado está previsto que receberão os servidores da ativa vinculados ao repasse do Fundeb e o restante com recursos próprios até o valor de R$ 3.500,00 referente ao salário de janeiro. Quanto aos aposentados, o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais (INPAR) divulgou que o pagamento será feito para os aposentados, pensionistas e que recebem auxílio-doença no valor de R$2.150,01 até R$ 3.540,00. Referente a dezembro com os proventos brutos totalizam 136 beneficiários.

Mobilização envolveu trabalhadores dos mais diversos setores da administração municipal