O crescimento dos casos de aparecimento de animais peçonhentos em residências, comércios, terrenos e construções abandonadas, bem como a elevação das ocorrências de pessoas feridas nestas circunstâncias têm motivado aos órgãos de saúde a alertarem sobre os acidentes. Em todo o Estado o trabalho vem sendo desenvolvido em conjunto pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Secretaria de Estado da Saúde (SEE), enquanto na Prefeitura as ações são coordenadas pela Vigilância Epidemiológica. Dicas e orientações sobre como proceder estão sendo repassadas à população.
O clima quente e úmido do período do verão torna o ambiente propício para a proliferação e o aparecimento de animais peçonhentos. A estação também favorece o aumento do número de insetos, que servem de alimento e contribuem ainda mais para o crescimento da população de escorpiões, aranhas e cobras, por exemplo. Nesta época do ano, cresce consideravelmente o número de acidentes com estes bichos, tanto dentro, quanto fora de casa.
Em 2018, conforme mapeamento ainda parcial da SES foram mais de 50 mil acidentes com animais peçonhentos notificados em Minas Gerais, sendo que 77 pessoas morreram. Esses números aumentaram em relação ao ano de 2017, quando ocorreram cerca de 41 mil casos e 58 óbitos. A maioria dos acidentes é causada por escorpiões. Por esta razão que órgãos de saúde tanto do Estado quanto do Município estão engajados em esclarecer a população sobre os perigos de acidentes com estes tipos de animais.
Já em São Sebastião do Paraíso a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância em Saúde divulgou que no ano passado foram registradas 70 notificações de atendimento por picadas de animais peçonhentos no Município. Em 2017 foram 73 ocorrências e em 2016, totalizaram-se 67. Os casos são atendidos inicialmente nas Unidades de Saúde da Família e dependendo da gravidade o paciente é encaminhado para a Santa Casa. Estes casos são referentes a picadas de cobras, escorpiões, abelhas, aranhas e marimbondos.
Conforme Daniela Cortez Aguiar, coordenadora do setor, nem todos os casos são ministrados soro. “É importante que a vítima ou acompanhante tenha a descrição mais específica possível do animal que causou o ferimento. Até mesmo para picada de escorpião dependendo da situação o tratamento é feito com analgésico e anestésico para o local afetado e o uso do soro é para outras situações e o paciente é encaminhado para ser atendido na Santa Casa”, esclarece. Ela enfatiza também que Paraíso atende também a ocorrências de outros municípios localizados na microrregião.
Em caso de ataques, é preciso manter a calma, deixar o membro picado pelo animal mais elevado em relação ao restante do corpo e procurar, o mais rápido possível, o serviço de saúde mais próximo. A princípio será feito o encaminhamento do paciente para uma unidade que seja referência em atendimento a picadas de animais peçonhentos. O ideal, no entanto, é evitar esses encontros desagradáveis, com ações simples e eficazes.
De acordo com a médica veterinária e responsável técnica pelo Serviço de Animais Peçonhentos da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Juliana Cabral, alguns cuidados são necessários, principalmente dentro de casa. “Para evitar acidentes com escorpiões temos que evitar o acúmulo de entulhos, lixos e folhagens que podem atrair insetos e consequentemente escorpiões”, anuncia. O ideal, segundo ela, é eliminar o acúmulo destes materiais, vedar as frestas de portas e janelas e fechar os ralos no interior e dentro das casas, esclarece.
“Também é preciso tomar cuidado com toalhas estendidas no banheiro, que estão úmidas, sacudir as roupas de cama, bater os calçados e roupas antes de vestir”, acrescenta Juliana Cabral.