ZICA

Paraíso obteve três notificações suspeitas de Zica vírus em 2019

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 27-02-2019 10:00 | 1520
Veículos fumacê estão sendo empregados na cidade com intuito de evitar avanço de doenças causadas pelo Aedes aegypti
Veículos fumacê estão sendo empregados na cidade com intuito de evitar avanço de doenças causadas pelo Aedes aegypti Foto: Roberto Nogueira

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou na segunda-feira, 25, mais um Boletim Epidemiológico relacionado as doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. São Sebastião do Paraíso aparece com três ocorrências de Zica registradas nas três primeiras semanas de fevereiro. Já em relação a chikungunya  o município apresentou um caso suspeito que já foi descartado, após a realização de exames laboratoriais.

De acordo com o boletim divulgado no início da semana Minas Gerais teve mais de 30.350 casos prováveis de dengue somente neste ano. Também são relacionados em todo o estado 11 óbitos em investigação para dengue. A SES-MG esclarece que um registro maior de casos é esperado para este período (meses quentes e chuvosos) devido à sazonalidade da doença. Dessa forma, o estado está em situação de alerta para esse aumento no número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes (dengue, chikungunya e zika).

Em relação à Zika, foram registrados 145 casos prováveis da doença em 2019, até a data de atualização do boletim. Nas últimas quatro semanas entre 20 de janeiro a 25 de fevereiro , o estado de Minas Gerais apresentou um município com média incidência de casos prováveis de zika, nenhum com incidência muito alta ou alta, 44 municípios estão em baixa incidência e 808 sem registro de casos prováveis de zika.  Em 2019 foram notificados casos prováveis de zika em 53 municípios. Neste ano foram processadas para zika 603 amostras de 100 municípios de Minas Gerais. As metodologias utilizadas são biologia molecular para identificação do vírus e sorologia IgM e IgG para pesquisa de anticorpos. Também nestes dois primeiros meses do ano, até o momento, há 11 óbitos em investigação que podem ter sido causados por esta doença.

Paraíso aparece neste mapeamento com três ocorrências envolvendo pelo menos duas mulheres grávidas, registros das primeiras semanas de fevereiro. O município está na relação de baixa incidência para Zika. No entanto no outro mapeamento realizado pela Secretaria de Saúde do Estado a cidade e apontada com alto risco de infestação predial, conforme levantamento feito em outubro do ano passado. Os criadouros do Aedes foram agrupados em depósitos de água (Grupo A), depósitos domiciliares (Grupos B e C) e lixo (Grupos D e E). Os depósitos de água com foco de Aedes foram identificados em 468 municípios, os depósitos domiciliares em 401 municípios e o lixo em 367. Paraíso está relacionada entre as cidades com este diagnóstico.

Em relação à Febre Chikungunya, Minas Gerais registrou 509 casos prováveis sendo que foram confirmados dois óbitos por Chikungunya. Até então não houve registro de óbitos desta doença. A SES-MG destaca que as ações de controle da Dengue, Zika e Chikungunya são permanentes, ocorrendo durante todo o ano. Dentre as ações desenvolvidas pela Secretaria para o enfrentamento ao Aedes estão a realização de reunião técnica com as regionais de saúde em setembro de 2018 para revisão das atividades do Programa Estadual de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes.

Outra medida adotada é o monitoramento dos indicadores municipais do Programa de Monitoramento das Ações de Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais. Dentre todos os indicadores, um deles é referente à obrigatoriedade de cadastro dos agentes de combate a endemias (ACE) no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) pelo município, mantendo vínculo no serviço. Isso gera continuidade nas ações de prevenção e controle das arboviroses. Também consta a elaboração dos Planos de Contingência Estadual e Municipais para prevenção e controle das doenças transmitidas pelo Aedes.

A SES realiza o monitoramento dos indicadores municipais através das ações  de Vigilância em Saúde. Dentre todos os indicadores, um deles é referente à obrigatoriedade de cadastro dos agentes de combate a endemias (ACE) no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde) pelo município, mantendo vínculo no serviço. Isso gera continuidade nas ações de prevenção e controle das arboviroses.

Levantamento
O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) foram desenvolvidos em 2002. O indicador atende à necessidade dos gestores e profissionais que operacionalizam o controle das arboviroses de dispor de informações entomológicas em um ponto no tempo (antes do início do verão) antecedendo o período de maior transmissão, com vistas ao fortalecimento das ações de combate vetorial nas áreas de maior risco. Trata-se, fundamentalmente, de um método de amostragem que tem como objetivo principal a obtenção de indicadores entomológicos, de maneira rápida.

O LIRAa/LIA são métodos de amostragem e mapeamento dos índices de infestação por Aedes aegypti e Aedes albopictus. Estes levantamentos permitem a identificação dos criadouros predominantes e a situação de infestação dos municípios que o realizaram. Os índices até 0,9% indicam condições satisfatórias, entre 1% e 3,9%, situação de alerta e índices superiores a 4%, risco de surto.

No levantamento de índice realizado no mês de outubro, 831 municípios enviaram informações, dos quais 60 (7,22%) estão em situação de risco para ocorrência de surto. Também há, 293 (35,25%) estão em situação de alerta e, 478 (57, 52%) em situação satisfatória. Já naquela oportunidade da pesquisa ocorrida ano passado São Sebastião do Paraíso apresentou alto risco.

Os criadouros do Aedes são classificados em grupos como A – depósitos para armazenamento de água; B e C – depósitos domiciliares; grupo D e E – lixo. Dos 831 municípios que enviaram informações, 246 não apresentaram criadouros predominantes de Aedes aegypti. São Sebastião do Paraíso aparece no mapa como local com depósito de lixo e depósito domiciliar. Outras 227cidades tiveram como predominante os reservatórios de água, 149 os depósitos domiciliares, 133 o lixo e, 76 municípios, tiveram mais de um depósito predominante.

No último final de semana em Paraíso a Prefeitura realizou um mutirão de limpeza em quintas de casas e terrenos abandonados. Também na cidade prosseguem há cerca de um mês as ações do fumacê para eliminar os focos do mosquito causador destas doenças.

Ações de combate ao mosquito da dengue foram intensificadas em Paraíso há cerca de um mês