Os números de casos confirmados da dengue em São Sebastião do Paraíso vem aumento progressivamente e já somam 162 casos. As notificações, embora tenham diminuído, no acúmulo de 2019 já somam 1320 e tendência é que após as chuvas esse número comece a se agravar dada as condições para a proliferação do agente transmissor da doença. É o que preocupa a Vigilância em Saúde que tem mobilizado mutirões de limpeza para diminuir o máximo possível os ambientes que possam servir de criadouro para a dengue.
Conforme destaca a coordenadora do setor, Daniela Cortez, o período chuvoso é muito característico para a época e a preocupação é justamente com o fim da chuva, haja vista o aumento no número de focos do mosquito e, consequentemente, de contaminação pelo agente transmissor: o Aedes Aegypti. Somente nas últimas quatro semanas, o município registrou 898 novos casos suspeitos de dengue notificados. Daniela atribui ao grande volume de casos à preocupação do município em notificar todo e qualquer caso suspeito para que as ações do setor possam ser norteadas a fim de combater as infecções pelo vírus.
A coordenadora ressalta que em 2015 foram cerca de 1600 casos confirmados da doença. Ela explica que esse número se deu pelo fechamento de vínculo epidemiológico, ou seja, casos com sintomas semelhantes aos comprovados são contabilizados, também, como casos positivos. "É bem provável que, infelizmente, devamos bater esse número. A diferença é que este ano conseguimos realizar o isolamento viral e identificamos que em Paraíso há duas variantes da dengue circulando, a dengue 1 e a dengue 2", destaca.
Ela conta que a diferença entre os vírus está no organismo infectado por ele. "Se for uma pessoa mais debilitada de saúde, ela apresentará sintomas mais graves, mas se for alguém mais saudável, os sintomas podem vir de forma mais branda. Vai depender muito do organismo, sendo mais preocupando casos envolvendo crianças, idosos e pessoas que já pegaram a doença uma vez, isso é agravante porque essa pessoa passa a produzir mais vírus no organismo", explica.
Diante da situação, Daniela Cortez orienta que a qualquer sintoma da doença como forte dor de cabeça e dor no corpo, que o cidadão procure uma Unidade de Saúde da Família (USF) ou a Unidade de Pronto Atendimento, para que seja devidamente orientado do tratamento certo. Daniela alerta principalmente para que as pessoas não busquem fazer automedicação e corram o risco de ter complicação em caso de uma dengue. "Em caso suspeito de dengue, não é qualquer medicação que pode ser tomada, é preciso orientação médica", destaca.
MUTIRÃO
Conforme a coordenadora da Vigilância em Saúde desde o início das ações de mutirão de limpeza, o município já removeu dos quintais das residências da parte baixa da cidade 29 caminhões de resíduos. No último sábado a ação que aconteceu na Vila Operária, Maria Italiana e bairros próximos, foram pelo menos seis caminhões, além de ação social que aconteceu na Praça Comendador José Honório.
"Estamos trabalhando durante a semana e hoje (1/3) nossa equipe esteve no Itamarati onde tem sido registrado o aumento dos casos de dengue ao passo que no São Judas começou a cair. Neste sábado (2/3), caso o tempo favoreça, faremos um mutirão nos bairros Vila Mariana, Vila Alza e Nossa Senhora do Carmo, nos fundos da Cooparaíso, onde iniciamos o tratamento com o fumacê", destaca.
O grupo deve se reunir em frente ao Cemitério Municipal às 08h, de onde partem para realizar as ações nos bairros selecionados. Ela conta que devem participar, além das secretarias de Obras, Segurança Pública, Meio Ambiente e Saúde, empresa privadas, associação de catadores e Câmara Municipal, que tem ajudado bastante da divulgação dos mutirões.
A DENGUE
Daniela Cortez pede para que a população tenha atenção e realize algumas ações que podem fazer a diferença para a redução dos focos do mosquito da dengue e proliferação da doença. Ela lembra que dengue é uma doença que pode levar a morte. "Às vezes a pessoa pode não se dar conta porque o quintal está limpo, mas é muito comum, por exemplo, entupir a calha isso pode servir de criadouro para o mosquito", alerta.
Entre outras ações ela pede para que a população tome cuidado com o armazenamento e destinação do lixo, além de não descartar lixo ou qualquer outro material que possa acumular água no quintal de casa, no quintal de vizinhos, na rua ou em lotes vagos. Além disto, ela chama a atenção para que os moradores sempre mantenham a caixa d"água limpa e totalmente tampada; para que elimine os pratinhos de vasos de plantas; caso não seja possível, mantê-los limpos e escovados pelo menos três vezes ao dia.
DENGUE EM MINAS
De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, divulgado no último dia 25 de fevereiro, em todo o Estado já foi registrado cerca de 30.352 casos prováveis, entre casos confirmados e suspeitos de dengue. Neste ano, pelo menos 11 óbitos estão em investigação. Em relação à Febre Chikungunya, foi registrou 509 casos prováveis da doença e, em Paraíso, uma suspeita foi descartada. Foram confirmados dois óbitos por Chikungunya nos municípios de Coronel Fabriciano e Ipatinga em 2018 e outro está em investigação. Porém, em 2019, até o momento, não houve registro de óbitos suspeitos da doença.
Já em relação à Zika, foram registrados 145 casos prováveis da doença em 2019, dos quais três são em São Sebastião do Paraíso e têm sido acompanhados pela Vigilância em Saúde. "A SES-MG esclarece que um registro maior de casos é esperado para este período (meses quentes e chuvosos) devido à sazonalidade da doença. Dessa forma, o estado está em situação de alerta para esse aumento no número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes (dengue, chikungunya e zika)", diz a secretaria em nota.