A professora Amanda Francieli de Almeida, do curso de bacharel em Engenharia Civil na Libertas - Faculdades Integradas é atualmente a vice-presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas do Médio Rio Grande. Em função das comemorações do Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, ela se posicionou sobre o assunto e abordou algumas questões relacionadas a disponibilidade de água potável, a gestão dos recursos hídricos. Amanda ainda enfatizou o trabalho realizado pelo comitê também conhecido como GD7.
Amanda é graduada em Engenharia Ambiental pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG-Passos) desde 2012. Durante a graduação ela tornou-se bolsita de iniciações científicas na área de zoneamento ambiental de bacias hidrográficas. No ano seguinte, em 2013, Amanda iniciou o mestrado na USP de São Carlos - SP na área de Geotécnia, trabalhando com solos argilosos para impermeabilização de aterros sanitários.
Ao longo destes anos a engenheira vem realizando um trabalho significativo dentro da gerência das águas na região. Atualmente ela é doutoranda na USP no Departamento de Ciências da Engenharia Ambiental, na linha de pesquisa de gestão ambiental. Como professora ela é docente do curso de Bacharel em Engenharia Civil na Libertas - Faculdades Integradas e vice-presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas do Médio Rio Grande. Em um universo marcado pelo predomínio dos homens, Amanda tem se destacado como mulher que exerce grande influência na gestão de recursos hídricos.
Ao comentar sobre a situação do planeta ela se diz preocupada em relação a disponibilidade de um dos líquidos mais preciosos da humanidade. "A preocupação com a quantidade de água potável disponível para a população está cada vez maior", opina. Em seguida completa dizendo que "a gestão dos recursos hídricos assegura o controle da qualidade e quantidade de água através de políticas participativas".
A professora cita como estas questões estão sendo trabalhadas entre os municípios da região em relação a preservação das nascentes e das bacias existentes. "A partir de uma visão integrada dos diferentes usos da água, como a irrigação, o abastecimento de água, os reservatórios, entre outros, são elaborados planos com envolvimento dos órgãos governamentais, usuários e sociedade civil", explica. Em escala regional o plano é elaborado para a bacia hidrográfica com a aprovação do comitê de bacia hidrográfica, assegura.
Conforme a engenheira ambiental, o comitê de bacia hidrográfica é composto por membros de forma diversificada e democrática. O grupo tende a ser composto por pessoas representantes de diferentes segmentos. "Isso ocorre para que todos os setores da sociedade possam participar das decisões relacionadas a água", acrescenta.
No caso de São Sebastião do Paraíso o município está ligado a uma região que pertence ao comitê dos Afluentes Mineiros do Médio Rio Grande (GD7) e abrange 22 municípios. "A principal atribuição é aprovar o plano de bacias, julgar os conflitos entre os usos da água e sugerir valores de cobrança", relata a vice-presidente. Ela informa que "o plano de bacias do GD7 está em análise e será apresentado na próxima reunião do comitê que acontecerá em abril em São José da Barra (MG).
O órgão tem várias atribuições muitas delas com influência direta ao meio ambiente e com reflexos na vida das pessoas e comunidades regionais. "Além da aprovação do plano, o comitê tem função importante ao julgar empreendimentos de médio e grande porte que serão instalados na bacia e que são grandes usuários das águas", cita Amanda. Como exemplo mencionado pela engenheira ambiental está um parecer para a instalação de uma hidrelétrica. "O projeto da empresa passa pela câmara técnica e é analisado se há alteração do regime e qualidade, estão dentro dos padrões permitidos, os membros do comitê votam para a aprovação", informa.
Por conta da tragédia de Brumadinho uma barragem localizada no município de Fortaleza de Minas, despertou no Comitê a preocupação em um possível rompimento. Ato contínuo, a poluição do Córrego Muniz fez com que este comitê encaminhasse várias correspondências a vários órgãos fiscalizadores informando as condições de segurança da barragem. Ela enfatiza ainda que o comitê também auxilia na busca de recursos para projetos na área dos recursos hídricos e meio ambiente e na comunicação com outros setores.
Atualmente, a pesquisa do seu doutorado está relacionada com as prestadoras de serviço público de abastecimento de água e o planejamento em casos de secas extremas. "A pesquisa busca elaborar uma ferramenta de avaliação que apoie a tomada de decisão das empresas e das reguladoras para que o fornecimento de água possa ser realizado para toda a população", conclui a professora e engenheira ambientalista.