Lisandro pede anistia para quem não pagou zona azul, mas empresa não aceita
Por: João Oliveira | Categoria: Cidades | 06-04-2019 12:25 | 1852
A audiência pública que aconteceu na Câmara Municipal na tarde de sexta-feira (5/4) envolvendo a questão da zona azul em São Sebastião do Paraíso gerou amplo debate e voltou a suscitar polêmicas, por exemplo, a que se refere ao saldo devido por munícipes à empresa concessionária responsável pela gerência do estacionamento rotativo no município. O encontro reuniu o diretor da empresa, Nilson Lopes, e sua equipe, o secretário municipal de Trânsito, Miguel Félix, representante da Polícia Militar, e vereadores. O debate principal girou em torno das autuações que devem acontecer a partir de junho caso o cidadão não respeito o estacionamento rotativo e efetue o pagamento da zona azul.
Vereadores voltaram a criticar o serviço e pontuar diversos problemas que vêm acontecendo envolvendo a zona azul em Paraíso, entre eles a falta de monitores para fazer a cobrança e pontos de venda da zona azul. Diretor da empresa foi amplamente questionado sobre o que será feito em relação àqueles que não pagaram a zona azul e ele foi enfático ao dizer que não abrirá mão de receber o que é devido à sua empresa. O presidente da Câmara, Lisandro Monteiro chegou a pedir que empresa “esquecesse” o que ficou para traz e começasse “vida nova”, mas Lopes não aceitou a proposta.
“Isto é colocar um nariz de palhaço naquelas 52 pessoas que estão estacionadas neste momento no centro e que efetivaram o pagamento da zona azul, não aceitaremos isto. Não viemos aqui para brincar”, disse.
A questão futuramente dever gerar amplo debate, principalmente após Lisandro afirmar que existe projeto de lei para extinguir a área azul em Paraíso, todavia Nilson Lopes disse que mesmo que isto ocorra, o débito ainda irá existir e qualquer questão ou decisão pertinente a este assunto irá envolver o Ministério Público.
ZONA AZUL
Conforme destacou o diretor da empresa Central Park, a multa de trânsito não isenta o munícipe de não pagar a zona azul. “Isso fica cadastrado do sistema e, no momento oportuno, essas multas irão chegar à casa dos munícipes após o prazo de 60 dias de conscientização da municipalização. Então, para o cidadão não ser surpreendido, que pague a zona azul. É muito barato em comparação a multa de trânsito”, ressalta.
Segundo ele, atualmente a zona azul funciona da seguinte maneira: “o monitor notifica o condutor, e partir daquela notificação ele passa a ser cobrado pelo tempo de utilização da zona azul, fracionado a cada 30 minutos. Se o cidadão se deparar com essa notificação, ele deve procurar um monitor da zona azul e, se não encontrar, procurar o escritório da empresa, cujo endereço está na notificação, e pagar pelo tempo utilizado”, explica.
MELHORIAS
De acordo com o diretor da Central Park, a empresa está disposta a mudanças. “A Zona Azul deve ser boa para todos, e estamos dispostos a colocar uma cabine fixa na região central e um termo de ajustamento de conduta em relação ao horário, mas tudo isto deve ser pactuado entre os poderes e concessionária da zona azul em Paraíso”, destacou.
Nilson Lopes disse que a empresa vem buscando prestar o melhor serviço possível para a cidade, com o oferecimento de um aplicativo que possibilita uma cobrança mais justa e dentro daquele tempo utilizado pelo cidadão na área azul.
“Estamos aumentando nossos pontos de vendas e dispostos a colocar pontos fixos nas duas praças da cidade; também já aumentamos o efetivo de monitores na área central e fizemos revitalização da sinalização de estacionamento. Agora é cada um cumprir com a sua parte”, completou.
MUNICIPALIZAÇÃO
Segundo aponta o secretário municipal de Segurança Pública, Trânsito, Transporte e Defesa Civil, Miguel Félix, a zona azul e municipalização é via de mão dupla. “Para que a zona azul funcione efetivamente e tenha a rotatividade do estacionamento na região central, é preciso que haja a fiscalização. É fato indiscutível”, ressaltou.
Miguel explicou que a Secretária de Trânsito já está integrada ao sistema do Detran desde 2018, porém houve trâmites que não podiam deixar de ser seguidos, como qualificação profissional para que a fiscalização efetiva aconteça.
“Tudo isto já foi concretizado e agora iniciamos uma campanha de conscientização intensa para levar à população os benefícios da municipalização, e por fim a este paradigma de que a municipalização é apenas para arrecadar recursos financeiros, pelo contrário, o recurso é consequên-cia da municipalização, e não queremos arrecadar, queremos que a municipalização sirva para moralizar os condutores, traga respeito no trânsito. Já tivemos muitos acidentes por decorrência destes desrespeitos”, aponta.
MULTA
Por fim, Félix destaca que a multa de trânsito não é isenção do pagamento da zona azul, que deve ser cumprido. “A fiscalização é um polo gerador para que isso seja respeitado. A partir de segunda, haverá mais blitz educativa e teremos equipes de transito mostrando como será esse processo de fiscalização. A prefeitura, junto a empresa, está buscando uma forma de que esse serviço da zona azul funcione de forma mais eficiente; é uma parceria que precisa ser continua”, completa.
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