Jacuí será sede no próximo dia 23 de mais uma etapa do Circuito Mineiro de Cafeicultura, evento que acontecerá no Parque de Exposições. A programação prevê a realização de três palestras relacionadas à cultura do café quando serão abordados aspectos relacionados a qualidade, responsabilidade, importância da calagem entre outros assuntos. A Emater/MG uma das empresas parceiras da organização disponibilizará uma van para o transporte de pessoas interessadas em participar do evento, com saída de São Sebastião do Paraíso, mediante inscrição prévia, já que as vagas são limitadas.
O gerenciamento das propriedades cafeeiras é o foco da série de eventos técnicos do Circuito Mineiro de Cafeicultura deste ano, em todo o estado. No total, estão previstas cerca de 30 etapas, nas quatro regiões produtoras de café que abrangem o Sul, Chapadas de Minas, Matas de Minas e o Cerrado. Durante o Circuito Mineiro de Cafeicultura, os participantes, formados por técnicos, empresários e agricultores, terão a oportunidade de conhecer mais sobre o programa estruturador do Governo de Minas, o Certifica Minas Café.
O Circuito de Cafeicultura é promovido pela Emater-MG e pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), em parceria com universidades, prefeituras, sindicatos rurais e empresas do setor. No caso de Jacuí a parceria envolve ainda a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). Participam como apoiadores a Cooxupé, a Coopercitrus, o Sindicato dos Produtores Rurais de Jacuí e a Copasa. No local do evento, no parque de Exposição, será feira aferição de pressão arterial e diabetes, através de uma equipe de atendimento da Secretaria da Saúde do Município.
A programação prevê a realização de inscrições a partir das 8h, em seguida às 9h abertura do evento. A primeira palestra está programada para ocorrer a partir das 10h e terá como tema "Café com Qualidade e Responsabilidade", que será ministrada pelo engenheiro agrônomo e consultor de cafés especiais, Cesar Augusto C. Candiano. Na sequência, às 11h, o tema a ser abordado será "Importância da Calagem na Fertilidade do Solo", com Rodrigo Geraldo Borges.
A última palestra será com o estensionista da Emater/MG e engenheiro agrônomo João Inácio Silva Citton. Ele abordará o tema "Como ser feliz produzindo café". Conforme o estensionista da Emater, escritório de São Sebastião do Paraíso, João Bosco Minto, "tivemos há poucos dias em Guaranésia uma palestra dele e ao final mais de 350 pessoas o aplaudiram de pé", assegura recomendando que "quem tiver oportunidade que acompanhe de perto", sugere. O encerramento será as 12h30 com sorteio de brindes e almoço de confraternização.
Certificado
Executado pela Emater-MG e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Certifica Minas Café tem como uma das ações o atestado de qualidade das propriedades cafeeiras. O Programa orienta e certifica os cafeicultores para atender as exigências do comércio internacional, possibilitando o produto mineiro conquistar novos mercados, adequando às boas práticas mundiais de produção com responsabilidade ambiental, social e trabalhista.
As orientações para adequações das propriedades são feitas pela Emater-MG, enquanto as auditorias para verificar as adequações de acordo com os padrões internacionais são realizadas pelo IMA. É um roteiro que permite ao produtor a tomada de decisões, pois foca não somente na qualidade do café, mas também na qualidade da sua produção, o respeito às leis trabalhistas e ambientais, dentro da propriedade.
O Certifica Minas Café cobra uma gestão eficiente do produtor, seguindo linhas de passo a passo", explica Bernardino Cangussu. De acordo com o coordenador da Ema-ter-MG, a eficiência do programa tem reconhecimento internacional. "No ano passado, a Nestlé, maior compradora de café do mundo, reconheceu o Certifica Minas Café como um dos fornecedores de cafés sustentáveis", salienta.
Atualmente, o programa tem 1.300 propriedades cafeeiras certificadas e 700 em processo. Tem também parcerias com exportadores e outros organismos internacionais, o que possibilita ao produtor a abertura de novos mercados.
Momento de cautela para o produtor
O tradicional evento é realizado em um momento desafiador para o produtor: preços baixos no mercado da commodity agrícola; aumento de insumos, como óleo diesel e energia; condições climáticas pouco favoráveis; e a bienalidade do cafeeiro, que alterna ano a ano entre safras baixas e altas. O coordenador estadual de cafeicultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Bernardino Cangussu, explica que, como o cafeicultor está tendo dificuldade para ser remunerado em sua atividade, o momento exige cautela.
Conforme Bernardino mais do que nunca é importante uma gestão profissional dos custos. "A tomada de decisão tem de ser muito bem avaliada para que o produtor permaneça na atividade. A gente espera que a retomada de preços venha e que ele tenha condições de aproveitá-la", argumenta.
Ele opina que a qualidade do produto é o principal quesito colocado pelo mercado atual de café. "Essa é uma demanda que veio como uma onda, mas não está parando e a tendência é que se solidifique", ressalta. Ele cita as grandes companhias mundiais que agora partiram para a produção de cafés de qualidade. "Hoje grandes companhias mundiais estão fazendo cafés de qualidade, então o preço desse tipo tende a se manter com um diferencial", afirma.