Acaba de ser criado um Grupo Gestor da Coleta Seletiva em São Sebastião do Paraíso. Um dos principais objetivos propostos é o de ampliar o serviço em funcionamento implantado em nova fase na cidade desde o ano passado. Representantes de vários segmentos da comunidade estão engajados no movimento que envolve diferentes órgãos ligados ao setor de meio ambiente e ações do poder público e da sociedade civil organizada.
O grupo recém-formado foi criado com a função de desenvolver ações de planejamento e execução de atividades além de mobilização da sociedade. Uma das principais metas estabelecidas é o de realizar trabalhos destinados a ampliar o serviço já em andamento pela cidade.
As ações serão realizadas por etapas, passando pelo diagnóstico, planejamento físico e financeiro, implantação, monitoramento e terá o apoio do Instituto de Gestão de Políticas Sociais (Gesois), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Ocip), que trabalha em parceria com a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).
O Grupo Gestor terá três subgrupos, sendo o Gerencial, formado por representante do comércio e do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região de São Sebastião do Paraíso (Cidassp), o Técnico, formado por representante da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema), Associação dos Catadores local (Acassp) e da empresa de limpeza urbana (Consita). Por fim, o subgrupo Social, formado por representantes das secretarias de Saúde, Ação Social e Educação. As decisões planejadas pelo Grupo Gestor serão colocadas em prática pela Equipe Executiva.
As analistas ambientais Carolina Monteiro Barros e Victoria Castro fizeram a explanação de como se dará todo o processo de atuação do Grupo Gestor e algumas ações já estão previstas para o próximo mês, entre elas o diagnóstico participativo dos catadores e trabalhadores envolvidos na coleta do município, o relatório da geração de resíduos e potencial de comercialização de recicláveis na região, e um levantamento das legislações e posturas municipais relacionadas, por exemplo, o Código de Posturas e o Plano Diretor.
Após realizar estas etapas, o Grupo fará um seminário de apresentação do diagnóstico e da viabilidade das alternativas propostas para escolha de qual vai ser adotada, o planejamento físico e financeiro das ações de mobilização social, de inserção de catadores e capacitação dos trabalhadores, a elaboração da proposta de legislação de instituição do serviço de coleta seletiva, incluindo taxas de prestação e regulação do serviço e o estabelecimento de indicadores de monitoramento técnicos e sociais, que tem o objetivo de identificar o nível de participação da população.
O lançamento oficial da Coleta Seletiva em Paraíso está previsto para setembro, após o Grupo realizar a mobilização da população usuária, estabelecendo rotina de coleta de dados de monitoramento do serviço com posterior capacitação do Grupo Gestor e Equipe Executiva. Entre os desafios a serem enfrentados estão a adesão da população, a infraestrutura básica, a educação ambiental, a triagem adequada de resíduos, o compromisso das equipes envolvidas e a disposição final e correta dos rejeitos.
Entre as sugestões que o Grupo propõe, estão a criação de Pontos de Entrega Voluntária (PEV), a adequação do Aterro Sanitário, a criação de uma estação de transbordo, um Centro de Triagem de Resíduos e o tratamento do lixo orgânico.
São Sebastião do Paraíso classificou-se em 1º lugar em uma seletiva realizada pela Feam para receber apoio técnico do Governo do Estado na implantação ou ampliação do programa de coleta seletiva. Outros 18 municípios mineiros já estão utilizando esta metodologia desenvolvida pelo Gesois. A próxima reunião do grupo deve acontecer entre os dias 6 e 10 de maio.
Pessoas dão mau exemplo em um dos principais cartões postais da cidade
Durante o feriado de Sexta-feira da Paixão e o Domingo de Páscoa moradores e pessoas, algumas delas visitantes que passaram pela Lagoinha depararam com uma cena nada agradável. Pelas ruas e calçadas no entorno do Parque das Águas Santa Paula Frassinetti havia uma grande quantidade de lixo jogado pelas pessoas que fizeram uso de alimentos e de outros produtos deixados no local por comerciantes e até moradores da região.
Moradores das imediações acionaram o Jornal do Sudoeste para reclamarem da situação no local durante o feriado prolongado. A situação tornou-se mais grave porque na sexta-feira santa os funcionários da limpeza pública tiveram o dia de folga e não trabalharam. Na véspera do feriado muitas pessoas frequentaram a Lagoinha utilizando-se dos bares, lanchonetes e restaurantes e outras estabelecimentos da região.
O resultado foi um grande amontoado de lixo e avolumado de produtos descartados como embalagens de alimentos. “É uma cena muito triste de se ver, lamentável mesmo, nem parece que somos pessoas civilizadas, diante de tanto lixo lançado ao chão”, disse uma moradora do bairro. Ela ressalta que a situação se torna mais grave uma vez que não é por falta de lixeira. “infelizmente a maioria das pessoas não tem hábitos saudáveis e bons costumes, não sei se agem assim também em suas casas”, lamenta.
A secretária municipal de Meio Ambiente, Yara de Lourdes Souza Borges, também lamentou o quadro registrado. “Isso acontece no momento em que lançamos um grupo gestor para a coleta seletiva e demonstra que temos muito trabalho pela frente”, avalia. Yara afirma que a Prefeitura tem feito a sua parte colocando lixeiras, ampliando a coleta seletiva na região.
“A culpa não é de quem limpa, que também tem direito a folga, mas principalmente de quem suja, por não ter consciência de jogar o lixo no lixo e fazer bem feita a sua parte”, observa.
Conforme a secretaria o Município tem feito um trabalho nas escolas, ensinando boas maneiras e visando formar o cidadão do futuro mais consciente. “Temos feito este trabalho de educação com as crianças, temos feito campanhas de conscientização com toda a comunidade conforme as condições disponíveis, mas acabamos nos deparando com situações como esta que desvaloriza um dos principais cartões postais da cidade”, comenta.
Yara Borges diz que as ações vão continuar e que espera um dia ver de perto outra realidade neste sentido dentro da comunidade paraisense.