O empresário Fernando Moura está no mercado de café desde 1979, e torrefação montada em 1986. Em seu conceito, o Brasil precisa deixar de ser exportador de matéria prima (commodities), em especial o café, de modo a se agregar valores. Ele compara que desde os tempos do Brasil Colônia não mudou nada. “Portugal levava o ouro de nosso país, e nos dias de hoje mudou apenas a mercadoria, continua tudo do mesmo jeito”.
Com a visão de quem busca novos horizonte, Fernando Moura criou o Armazéns Gerais Alta Mogiana Mineira, bem instalado em sede própria na avenida João Pereira de Souza, 580. “Somos uma pequena empresa, mas com a visão de que é preciso haver mudanças”, diz.
O carro-chefe do Armazéns Gerais Alta Mogiana Mineira é Café Aquinense em três versões diferentes, ou seja, o gourmet em grão, o moído e o Aquinense Autêntico que tem o ponto de torra para atender ao paladar padrão no mercado europeu onde se prefere o café mais encorpado, mais forte. “Quando você trabalha envolvendo paladares, tem que se levar em conta o costume, o que o consumidor gosta em sua região, está acostumado beber, e não necessariamente o preferido por quem produz. Na Europa o café é muito mais encorpado, contém robusta junto ao arábica, mas já há também os cem por cento arábica. Com o surgimento de cafés especiais, melhorou muito. Você chega em qualquer país e encontra todos os tipos de café, e isso é muito bom, porque há mais opções”, explica Fernando Moura.
O primeiro container contendo o Café Aquinense para a França seguiu no dia 17 de novembro de 2014. “E já estamos no décimo sexto”, salienta Moura. “Não é muita coisa, mas uma mudança, difícil de se conseguir, o pessoal lá fora está acostumado comprar matéria prima, não querem o café industrializado, e que a gente agregue valor. Precisamos deixar de ser vendedores de matéria prima, isso é coisa de que não tem competência, me perdoem a franqueza”.
O Café Aquinense é exportado para uma rede de distribuição que tem 200 lojas na França, a partir de Paris. “Só de você conseguir colocar o pé lá dentro, já é alguma coisa”, diz Fernando Moura ao enfatizar que “no palácio do governo na França o café que se toma é o Aquinense Gourmet”.
Um dos focos é ampliar a exportação, e o Café Aquinese também já foi vendido (verde) para a Arábia Saudita, e está sendo preparada remessa para a Turquia para uma rede de supermercados. “Participamos de feira em São Paulo e prospectamos mais compradores, fizemos vários contatos e acredito que vamos conseguir”, explica Fernando Moura. O Aquinense Gourmet será lançado no mercado brasileiro nos próximos dias. Não foi antes por questões técnicas.
Além de industrializar produção própria, o Armazéns Gerais Alta Mogiana Mineira adquire cafés de qualidade de cafeicultores da região que conforme enfatiza Fernando Moura, é privilegiada. Essa origem de cafés finos é destacada na embalagem do Café Aquinense, ressaltando a altitude, solo, temperatura média anual que asseguram alta qualidade à bebida.
“No Brasil, a melhor região de café é esta em que estamos a Alta Mogiana Mineira. Não há cafés iguais aos nossos. No Cerrado Mineiro cafés são mais padronizados, mas quanto à bebida, igual ao nosso não tem, nossa região é conhecida internacionalmente”.
A estrutura da torrefação montada há seis meses, aguardava apenas entrave burocrático por parte de empresa estatal, para algumas ligações da indústria, que conforme foi sinalizado finalmente será resolvido nos próximos dias. É o que o empresário Fernando Moura aguarda para deslanchar sua produção, em busca de novos mercados consumidores no exterior, e também fazer oficialmente o lançamento do Café Aquinense no mercado interno.