A realização de eventos relacionados à Semana da Saúde Mental está sendo a oportunidade para que um grupo de estudantes do último ano do curso de Jornalismo da Faculdade Cruzeiro do Sul, em Franca (SP) possa desenvolver o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Entre eles está a universitária Fernanda Melo que participou da cobertura simultânea que foi realizada e que de São Sebastião do Paraíso, contribuiu para o desenvolvimento do chamado Projeto Experimental. “É uma experiência marcante, trabalhosa sim, mas muito gratificante que nos possibilita viver na prática o dia a dia de um profissional”, comenta a aluna.
A proposta deste trabalho que envolve a realização de uma espécie de assessoria de comunicação e participação em eventos surgiu durante a realização do Projeto Experimental que antecede o TCC. “Inicialmente estávamos com a intenção de fazermos um trabalho sobre rádio, mas não conseguimos acertar um recorte, já que o tema e muito vasto”, conta a estudante. Em conversa com os orientadores foi sugerido que se trabalhasse uma proposta bem diferente do que estava sendo imaginado. “Mudamos de forma a podermos fazer algo que possibilitasse contribuir com a sociedade de alguma forma”, completa.
Na discussão do tema os estudantes pensaram em diferentes abordagens como a ansiedade, mas, novamente esbarraram no recorte. “Então escolhemos a depressão que tem um campo também amplo, um leque enorme de vertentes e possibilidades, fomos enxugando, direcionando e focando até que chegamos ao título escolhido”, esclarece Fernanda Melo. O passo seguinte do grupo foi criar um grupo de assessoria de comunicação denominado Lumus Assessoria.
O nome do grupo de trabalho ainda encontrou relação com o tema do projeto. “Fomos procurar os significados e através das nossas pesquisas em grupo, identificamos que a pessoa com depressão, ela perde o brilho. E para sair deste quadro ela precisa de uma luz no fim do túnel”, explica a estudante. Lumus significa luz e surgiu o casamento entre uma coisa e outra. “A princípio começou assim, fomos para as redes sociais, criamos uma página no Facebook que teve mais de mil curtidas e também montamos um perfil no Instagram”, conta a futura jornalista.
Este foi o início do trabalho onde o grupo passou a trabalhar apresentando informações, indicando séries sobre o tema escolhido, com postagens de utilidade pública. “O nosso principal produto será um documentário que está em fase de elaboração, com depoimentos de várias mulheres com idade entre 15 e 29 anos, a faixa etária mais afetada nas mulheres”, esclarece.
Cobertura
simultânea
Através de páginas em redes sociais os estudantes fazem o trabalho de assessoria aos eventos que ocorrem e através de algumas parcerias. A Segunda Semana de Saúde Mental promovida pela Fundação Gedor Silveira é um exemplo. “Fomos indicados para este trabalho aqui em Paraíso e simultaneamente meus colegas estão cobrindo os eventos de Franca”, detalha Fernanda. Ela disse ter contado com apoio do médico Caio Vieira que tem colaborado, participado e interagido com o grupo respondendo as questões, tirando dúvidas dentro do Projeto Experimental.
Para Gustavo Rodrigues que é um dos integrantes do grupo a iniciativa está sendo uma experiência fundamental para o seu histórico profissional. “Acredito que todo este envolvimento que a Lumus tem dentro do conteúdo e tema que está sendo abordado serve muito como aprendizado para todos nós. É o momento para captar ideias e transmitir as pessoas que nos acompanham, não há dúvidas que irá agregar conhecimento às nossas bagagens mesmo como iniciantes”. Ele enfatiza que no trabalho coletivo, um ajuda ao outro. “É um projeto onde temos a oportunidade de aprofundar ainda mais naquilo que estamos correndo atrás, podendo trabalhar de forma unida nestas coberturas é algo muito gratificante”, define.
Conforme a estudante a experiência esta sendo enriquecedora. “Enquanto estou aqui em Paraíso cobrindo o evento agora a tarde no CEDUC, em Franca os meus colegas de grupo também participam com os eventos de lá na mesma temática envolvendo a Saúde Mental”, ressalta.
A prática da futura profissão é algo que vem deixando os estudantes bastante entusiasmados diante da realidade que vão enfrentar assim que se formarem e deixarem os bancos da faculdade. “Contribui demais para a nossa formação. Deixamos a teoria de lado”, diz..
O documentário tem como proposta através do relato das mulheres, referente ao transtorno depressivo e a depressão como doença, promover a conscientização de outras pessoas. “Vamos abordar o atendimento, o tratamento e os caminhos para que a pessoa consiga se tratar e entender que apesar de ser um tabu, outros paradigmas já foram quebrados e o nosso intuito é este”, destaca a estudante universitária. Ainda participam do grupo os estudantes Wemersom Silva e Geovana Andrade.
Segundo Fernanda este trabalho simultâneo faz com que tudo se torne mais responsável. “É mais cansativo sim, mas acredito que terá uma pluralidade sem igual, apresentando visões diferentes sobre o mesmo tema”. Bastante otimista com os resultados que pretende obter ela se apoia no lado gratificante do trabalho de curso, consciente das responsabilidades que virão pela frente. “A expectativa é de que tudo dê certo que seja um trabalho extraordinário, mas devemos também ter as devidas cautelas e cuidados, com a ansiedade do grupo, temos de dar o nosso melhor neste trabalho”, completa.