O oftalmologista Fernando Silva Moura, coordenador do Centro de Oftalmologia da Santa Casa de Misericórdia de São Sebastião do Paraíso e diretor técnico da Clínica Olhar, apresentou em San Diego, Califórnia, um trabalho científico sobre “resultados refrativos comparando o uso de Aberrometria Wave Front intraoperatória versus biometria óptica para cálculo de lentes intraoculares em pacientes pós ceratotomia radial”. Este trabalho realizado em conjunto com a especialista em córnea, oftalmologista Vanessa Guedes compara a precisão e eficiência das diferentes tecnologias no cálculo de lentes intraoculares que são implantadas durante a cirurgia de catarata.
O trabalho foi apresentado no congresso da American Society Cataract and Refractive Surgery - ASCRS - no dia 4 de maio, nos Estados Unidos. Em seguida ele também participou de aulas teóricas e práticas para se atualizar sobre as últimas novidades e tecnologias em cirurgia de catarata e refrativa para trazer aos pacientes o melhor tratamento disponível.
“A realização de artigos científicos assim como a participação em congressos nacionais e internacionais é a melhor forma de atualizar-me para aperfeiçoar a minha prática e poder proporcionar o melhor tratamento aos meus pacientes”, diz o oftalmologista Fernando Moura.
Além de realizar seus atendimentos e cirurgias em Paraíso, ele também atua como médico preceptor, orientando residentes de oftalmologia na Santa Casa de Ribeirão Preto (SP). Doutor Fernando conta que ao participar do Congresso e apresentar seu trabalho pôde ainda acompanhar as aulas e as inovações que foram expostas, bem como as últimas atualizações no que se refere às especialidades da cirurgia de catarata. “Isto representa uma conquista profissional porque é um dos congressos mais importantes que existem, e consegui ter este trabalho aprovado, uma condição que não é fácil”, comenta.
Ao ser avaliado Fernando Moura passou por uma banca que discute e avalia os métodos do trabalho. “São observados os resultados se eles são estatisticamente significativos ou não, e através desta analise global, aprovam ou desaprovam o trabalho. Ser aprovado representa muito para mim, pois, têm uma importância muito grande por poder contribuir na Oftalmologia, em avançar nestes estudos e também como aprendizado pessoal e profissional”, descreve.
De acordo com Fernando Moura o estudo, participação em congresso e a confecção de trabalho científico, são as melhores formas que existem para se ter atualização. “É uma oportunidade de buscar novos conhecimentos, tendências e estar por dentro das últimas novidades e das melhores formas de tratamento que existem em todo o mundo”, avalia. Ele cita que o objetivo é retornar com uma bagagem ampliada, com aperfeiçoamento, atualizações e poder aplicar o aprendizado na prática da maneira que possa obter os melhores resultados no atendimento aos pacientes.
Evoluções
Segundo Fernando Moura muitas evoluções têm ocorrido no setor, e a Oftalmologia é hoje uma das áreas da Medicina que têm apresentado um crescimento muito grande. “Principalmente quando se alia cirurgia e tecnologia. Hoje existem até trabalhos e estudos falando em termos de inteligência artificial, para estudos de retina, para estudos de fundo de olho. As tecnologias que encontramos hoje e que são lançadas, como cirurgia de catarata a laser, que trazem um resultado refrativo, ou seja, os resultados para o paciente de visão são excelentes”, observa.
Ele pondera, no entanto, que apesar dos avanços, o acesso às novas tecnologias ainda não é para todos, devido ao custo que é muito elevado. Apenas uma parcela de pessoas consegue ter acesso ao que se tem de primeira linha no setor. “Acredito que com o passar do tempo os tratamentos mais avançados estarão acessíveis também ao serviço público e aplicados em todos os pacientes”, completa.
Natural de Ribeirão Preto (SP) Fernando Silva Moura viveu a infância em São Tomás de Aquino. Há mais de 20 anos reside em São Sebastião do Paraíso e neste intervalo de tempo residiu em outras localidades onde realizou seus estudos, fez residência médica e especialização. “Meu desejo sempre foi de retornar, porque eu sempre quis atuar na minha cidade e fazer um bom trabalho e atender aqui”, resume. A escolha da profissão está relacionada ao gostar de computadores e de tecnologia. “Sempre gostei de máquinas e cirurgia e encontrei nesta área a união destes dois fatores”, acrescenta.
O gostar de desafios também contribuiu para que ele permanecesse nesta área e através de seu trabalho poder contribuir para a melhoria da qualidade de vida de seus pacientes. “Trabalhar, poder operar o olho que é um órgão tão nobre do ser humano, tão raro e tão complexo do corpo humano, não é fácil. Então, é preciso muito estudo, e isso me fascinou. Por isso escolhi a Oftalmologia para poder exercer como profissão”, detalha.
Fernando Moura enfatiza que apesar da importância da visão e ser um dos sentidos que mais fazem falta ao ser humano, muitas pessoas não dão a devida atenção para os exames de rotina ou de prevenção. Segundo ele o exame oftalmológico é hoje muito postergado. “Atendo pessoas que tem 30, 40 e 50 anos que nunca passaram por um oftalmo”.
Ele cita que através de uma avaliação é possível detectar doenças como um glaucoma que é incapacitante e que pode levar a uma cegueira irreversível e há pessoas que não tem nenhuma informação a respeito disso. Outro exemplo é a criança em fase escolar que tem alguma alteração de grau e por isso seu rendimento fica comprometido. “Em situações assim é preciso uso de óculos, ou em jovens e adultos é sinal de que há algum problema a ser corrigido”, completa.
A recomendação é de que a consulta ao oftalmo deva ser feita ao menos uma vez ao ano. “Pessoas que têm histórico familiar de glaucoma ou o paciente diabético que sofre uma serie de lesões e diminui muito a visão, as consultas devem ser mais frequentes”, esclarece. Há casos segundo o especialista em que os pacientes merecem uma atenção especial e um número maior de visitas ao profissional. “Todos devem fazer as consultas para ter a sua saúde ocular em dia”.
Entusiasmado com as evoluções do setor percebidas no Congresso nos Estados Unidos, Fernando Moura acredita que com o desenvolvimento das novas tecnologias a Oftalmologia tem muito a avançar. “As novas técnicas vêm para agregar e melhorar a qualidade do diagnóstico. Temos doenças genéticas que levam a cegueira, existem estudos avançados neste setor relacionados a células tronco, há estudos relacionados também a desenvolvimento de técnicas e tecnologias para exame de fundo do olho, exame de retina associada a inteligência artificial, é um avanço enorme”, opina.
A expectativa segundo o especialista é de que muitas novidades estão por vir. “Acredito que a Oftalmologia irá prosperar muito ainda e que ajudará muitas pessoas que hoje não enxergam, num futuro não que poderão enxergar totalmente, como antes, mas que vai poder melhorar e ter uma qualidade de vida muito melhor”, finaliza.