O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé - Cooxupé -, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, esteve em Cabo Verde no evento promovido pelo Grupo de Cafeicultores Independes. Disse que essa iniciativa dá embasamento para iniciativas, buscam dados, dão embasamento para reivindicações de lideranças junto ao governo. Em momentos como este, de mercado de café muito baixo, é necessária a mobilização da classe, e esse movimento aqui em Cabo Verde e em Linhares, no Espírito Santo, faz sentido, nos ajuda a dar continuidade em nossos pleitos junto às esferas governamentais, disse o presidente da Cooxupé.
Carlos Augusto disse acreditar estarem a caminho ações de governo que proporcionem melhoria e alento para o mercado de café. "Não condiz vendermos café a R$ 400, isso de maneira nenhuma, visto que o custo está acima desse valor, porém não podemos pedir absurdo, café a mais de R$ 1 mil a saca, pois é fora da realidade. Temos que vender acima de R$ 500 que acredito ser aceito pelo mercado, pelo consumidor".
O presidente da Cooxupé enfatiza que preço de mercado do café, quem dita, apesar de muitos pensarem que são lideranças, cooperativas, é regido pelos fundos de investimento. "Somos uma gota d"água no oceano dentro do mercado de café".
Carlos Augusto observa que a safra que está sendo concluída é menor que a passada, e a futura não é de maneira nenhuma por conta de clima e outros fatores, o que está sendo prevista. Na próxima terça-feira, dia 20, a Cooxupé irá realizar em seu anfiteatro através de técnicos uma exposição quanto à fisiologia das plantas , relacionando com perspectivas da próxima safra.
"Sou otimista e acredito que o mercado vai reagir. Infelizmente demanda tempo, o tempo não espera e o cafeicultor tem suas necessidades". Quanto a posição defendida por cafeicultores colombianos de não terem seus produtos atrelados à Bolsa de Nova York, o presidente da Cooxupé entende ser "muito complexo, pois quem determina isto são fundos, mas, enfim é uma proposta", disse.
Questionado se uma possível retenção de estoques com a utilização de mecanismos pelo governo , para que produtores não precisassem se desfazer de seus produtos poderia ser uma saída, Carlos Augusto afirmou que sim. "Num passado recente tivemos um mercado de opção de café quando foram compradas três milhões de sacas. E naquele momento deu muito certo, funcionou bem".
"Hoje algo positivo a favor dos produtores é que não existem estoques oficiais, é zero. E aí mais uma vez digo ser questão de tempo, o mercado vai ter que reagir, não tem o café que falam. O Brasil precisa produzir 60 milhões de sacas anualmente, para suprir o mercado, porque exportamos 40 milhões, e consumimos mais de 20 milhões, então é necessidade premente, natural. Neste ano serão colhidas perto de 50 milhões de sacas, o ano passado
falam que foram 62 milhões. Então não dá a média anual. Estou muito credo que os preços reagirão", prevê o presidente da Cooxupé.
E quando se fala em previsão de safras, Carlos Augusto entende que registros da CONAB têm ficado bem próximo da realidade, o que lhe dá mais credibilidade, mas precisa melhorar muito. Temos que acreditar nisso e ter um órgão oficial só para reger e ditar o levantamento de safras, conclui o presidente da Cooxupé.