SORO

Paraíso sofre desabastecimento de soro antiofídico e antirrábico

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Saúde | 20-08-2019 23:09 | 2515
População é alertada sobre a escassez de soros e riscos de ser picado por animais peçonhentos
População é alertada sobre a escassez de soros e riscos de ser picado por animais peçonhentos Foto: Roberto Nogueira

A coordenação de Vigilância em Saúde, de São Sebastião do Paraíso emitiu um alerta  segunda-feira,19, informando a população para a falta de soro antiofídico e antirrábico no Município. A situação é a mesma que vem sendo enfrentada em todo o Estado Minas Gerais devido a mudanças nos laboratórios que fornecem os antídotos e que também afeta todo o País. "Precisamos reforçar os cuidados, principalmente os que vivem na zona rural, mas também alertamos as pessoas que fiquem atentas ao ambiente doméstico, para que tomem cuidado em relação a picadas de animais peçonhentos e os que podem transmitir raiva e outras doenças do gênero", alerta Daniela Cortez.

A indisponibilidade deste insumo que também afeta outros municípios do Estado, chegou a São Sebastião do Paraíso e preocupa as autoridades competentes.

Os soros antivenenos e antirrábicos, utilizados para tratar picadas de cobras, escorpiões, mordidas de morcegos, cães e gatos, por exemplo, são fornecidos pelo Ministério da Saúde, mas os laboratórios fabricantes tiveram redução considerável na produção. O cenário se deve às adequações necessárias, por parte dos laboratórios produtores, para cumprir as normas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O problema de desabastecimento se deu, sobretudo, por inadequações em dois dos três laboratórios que produzem os soros. O Ministério da Saúde informou que em meados de 2015, a produção foi reduzida pela necessidade de reforma de dois dos três laboratórios fornecedores de imunobiológicos e que a produção de apenas uma instituição não foi suficiente para suprir a demanda.

Diante da gravíssima situação, a coordenadora da Vigilância em Saúde, Daniela Cortez alerta a população sobre o perigo oferecido por cães e gatos de rua, morcegos e exposição a animais domésticos de grande porte, inclusive equinos e bovinos, que podem causar a raiva. Ela descreve que embora em Paraíso não exista casos de raiva humana registrados, existe a comprovação de circulação do vírus na região. Há casos constatados em que o homem sofre agressão por tentar desengasgar vacas com as próprias mãos.

"Por isso, contamos com a colaboração de todos, pois, no atual momento, o estoque regional é zero de insumos antirrábicos, a fim de evitarmos casos de raiva e o consequente óbito de pessoas, por ventura vitimadas por estes animais", conclui.

No último dia 11 foi registrado um caso que ilustra toda a dificuldade enfrentada. Um lavrador do município foi mordido por um morcego na zona rural e a coordenação da Vigilância em Saúde conseguiu quatro doses do soro em Alfenas.

No entanto, este quadro pode se tornar cada vez mais difícil, pois, os postos e hospitais já começaram a concentrar o pequeno estoque que ainda existe para os casos mais drásticos.