A Fórmula 1 já respira o novo campeonato que começa em 15 de março, na Austrália, e a partir desta terça-feira (11) as equipes começam apresentar seus novos carros. A Ferrari será a primeira; dia 12 será a vez de Renault e Red Bull; McLaren (13), Mercedes e Alpha Tauri, ex-Toro Rosso, (14), Racing Point e Williams (17), e pouco antes da abertura dos testes de pré-temporada no Circuito de Barcelona, Alfa Romeo e Haas, dia 19. Aliás, a Haas furou a fila e mostrou as primeiras imagens do modelo VF20 na quinta-feira.
Uma nova década vai começar na F1 e na expectativa de que seja diferente da última que encerrou com o GP de Abu Dhabi, em dezembro.
A década passada foi a menos competitiva da história da F1. Apenas três pilotos foram campeões. Lewis Hamilton e Sebastian Vettel monopolizaram os campeonatos dos períodos que tiveram os melhores carros, respectivamente, e sobrou apenas um título para o intruso Nico Rosberg que precisou fazer das tripas, coração, para desbancar o próprio Hamilton, em 2016. De tão difícil foi bater o companheiro de Mercedes que Rosberg decidiu precocemente anunciar sua aposentadoria cinco dias depois da conquista, alegando que talvez não conseguisse repetir a façanha.
Hamilton venceu 5 de seus seis campeonatos: 2014/15/17/18 e 19 com a Mercedes. Antes disso, Sebastian Vettel fez o que parecia ser uma repetição dos feitos de Michael Schumacher ao ganhar 4 campeonatos seguidos: 2010/11/12 e 13 com a Red Bull.
Tal superioridade impactou a distribuição dos números. De 2010 a 2019 foram disputados 198 GPs e apenas 12 pilotos ganharam corridas contra 17 vencedores da década anterior (2000 a 2009). Hamilton venceu 73 GPs, Vettel 48, Rosberg 23, Alonso 11, Button 8, Verstappen 8, Webber 7, Bottas 7, Ricciardo 7, Raikkonen 3, Leclerc 2, e a maior zebra da década, o venezuelano Pastor Maldonado venceu um GP, com a Williams na Espanha, em 2012.
Os domínios de Mercedes e Red Bull reduziram a seis as equipes que venceram corridas contra 10 ganhadoras de 2000 a 2009. A Mercedes ganhou 103, a Red Bull 56, Ferrari 28, McLaren 8, Lotus 2 e Williams 1. E somente 21 pilotos lideraram ao menos uma volta em toda a década passada. Hamilton mais uma vez é o número 1 do ranking ao liderar voltas em 120 GPs. Vettel liderou voltas em 96 GPs, Rosberg em 52, Alonso em 31, Raikkonen em 28, Bottas em 25, Button em 22, Webber em 20, Verstappen em 19, Ricciardo em 18, Felipe Massa em 15, Leclerc em 8, Grosjean em 7, Sergio Pérez em 6, Hulkenberg em 3, Paul di Resta em 2, Sebastian Buemi, Michael Schumacher, Pastor Maldonado, Adrian Sutil e Esteban Gutierrez em 1 GP cada.
Mesmo assim a F1 fechou a década comemorando um crescimento de 9% do público que assistiu as corridas pela TV no ano passado, em relação a 2018. A temporada passada foi vista por 1,922 bilhão de pessoas e o Brasil seguiu liderando o ranking dos países que mais dão audiência para a F1 na TV, e olha que a qualidade das transmissões da Globo caiu muito nos últimos anos - nem o pódio tem sido mostrado -, seguido por Alemanha, Itália, Reino Unido e Holanda.
Ainda no ano passado, os GPs de Mônaco, Brasil e Alemanha foram assistidos por mais de 100 milhões de pessoas do mundo todo, e 14 dos 21 GPs obtiveram índice de mais de 90 milhões de telespectadores. Sem contar o crescimento de 32% de seguidores da F1 nas mídias digitais como Facebook, Instagram, Twitter e YouTube.
Se a década que terminou não foi das mais competitivas, por outro lado a F1 viu nascer duas novas estrelas, Verstappen e Leclerc, que tudo indica, serão os principais protagonistas dos próximos dez capítulos da história da F1.