AEDES AEGYPTI

Veneno é entregue para os municípios com maior incidência de Aedes aegypti

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 15-02-2020 09:09 | 1197
Aplicação de veneno com bomba costal ou uso do fumacê são medidas extremas a serem adotadas após outras ações de combate a dengue
Aplicação de veneno com bomba costal ou uso do fumacê são medidas extremas a serem adotadas após outras ações de combate a dengue Foto: Divulgação

Mesmo com o município tendo cinco casos confirmados de dengue e 33 notificações neste ano, o volume não é suficiente para que São Sebastião do Paraíso seja relacionado entre as cidades que estão recebendo novas remesas de inseticidas e larvicidas para o combate ao Aedes aegypti, causador da Dengue zika e chikungunya. A medida faz parte da nova estratégia de fazer com que ocorra um maior envolvimento e participação da população na limpeza dos quintais e terrenos, evitando a proliferação do mosquito causador destas doenças.

Durante esta semana o Governo de Minas por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES/MG) anunciou que desde a última semana de janeiro vem realizando semanalmente a rota de distribuição do inseticida adulticida Malathion EW44% e de larvicida Pyriproxyfen 0,5% para as regionais de saúde que se encontram em muito alta, alta e média incidências.  Mesmo com o repasse dos insumos, tem havido a insistência para a adoção de outras ferramentas a serem utilizadas como aliadas no enfrentamento ao Aedes. É o caso de Paraíso que já nesta mesma época do ano passado utilizava-se do fumacê porque a incidência de casos de dengue era bem alta em comparação com os números de agora.

A utilização de inseticidas e larvicidas em saúde pública tem por base normas técnicas e operacionais oriundas de um grupo de especialistas em praguicidas da Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconiza os princípios ativos desses produtos e recomenda as doses para os vários tipos de tratamento disponíveis no controle das arboviroses. O inseticida Malathion EW 44% atua eliminado as fêmeas do Aedes aegypti na fase adulta, e é utilizado no controle de surtos e epidemias em situações emergenciais, com elevada transmissão das arboviroses. Já o Larvicida Pyriproxyfen 0,5% elimina as larvas do Aedes aegypti e é empregado no tratamento de rotina no controle das arboviroses para eliminação do vetor na fase larvária.

O controle químico deve ocorrer de maneira racional, em detrimento de outras medidas como as visitas nas casas, resgate de imóveis pendentes, mobilização da população e mutirões de limpeza. No entanto, no final do ano passado representantes de vários municípios mineiros queixavam-se da falta de veneno repassado pelo Estado para o combate ao Aedes. Em São Sebastião do Paraíso a situação não foi diferente ao de outras cidades do Sul de Minas onde os estoques do material praticamente zeraram, comprometendo o trabalho. Naquela época a expectativa era de que a situação pudesse ser normalizada no começo de 2020.

Embora uma das maneiras mais eficazes de prevenir doenças como a dengue, zika e chikungunya continue sendo evitar a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, em situações onde o controle esteja mais difícil é necessário o uso de outras medidas. Dessa forma, eliminar a água armazenada em locais que possam servir de criadouros, como vasos de plantas, garrafas e pneus segue como a principal orientação a todos. Caso contrário o jeito é partir para o uso de inseticidas e larvicidas para um combate mais efetivo ao mosquito causador destas enfermidades.

Manutenção
Em fevereiro, as equipes da SES-MG realizam, também, a manutenção em equipamentos costais motorizados, utilizados no bloqueio de transmissão e ponto estratégico no controle das arboviroses. As bombas costais motorizadas são utilizadas por agentes de saúde na aplicação de inseticidas nos bloqueios de transmissão. A aplicação deve ser feita, sobretudo, em locais não trafegáveis e durante operações de emergência realizadas em períodos de surtos ou e também nas atividades de ponto estratégico.

Há o reforço na recomendação de que estes equipamentos devem ser utilizados pelos municípios juntamente às demais ações de controle do Aedes, devido às limitações físicas de seu alcance. A justificativa é de que o uso dos equipamentos deve ser feito para controle vetorial local, em pontos estratégicos e também de acesso individual. Contudo, a utilização deve ser feita de modo complementar às demais ações de controle, fundamentais para a diminuição dos casos de dengue e outras doenças.