O trecho ferroviário entre Itaú de Minas a Ribeirão Preto e que corta São Sebastião do Paraíso está listado entre os 15 projetos que serão priorizados no Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais. O anúncio foi feito há uma semana, durante a realização de um workshop realizado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), órgão do Governo de Minas Gerais. Quando aborda o ramal desativado desde meados da década de 1980 a proposta cita a reativação da linha em um projeto a ser desenvolvido em longo prazo.
Durante a realização do 1º Workshop do Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais (PEF) foram apresentados os critérios utilizados na priorização e as propostas com potencial de investimentos que atendam às demandas do setor e da população. Na abertura do encontro, o secretário de Estado Infraestrutura e Mobilidade, Marco Aurélio Barcelos, afirmou que o Plano Estratégico Ferroviário é resultado de um intenso trabalho de planejamento. “O fato de estarmos reunidos hoje, aqui, significa que o nosso planejamento já começou a frutificar. Nós já temos o resultado deste esforço de inteligência sendo apresentado à sociedade”. Na oportunidade foi apresentado levantamento e análise preliminar dos principais projetos que serão priorizados na implantação e operação de uma nova estrutura ferroviária em Minas Gerais.
As propostas foram apresentadas no auditório do DER-MG, em Belo Horizonte, para cerca de 180 convidados, entre representantes da sociedade civil, do Poder Legislativo e de entidades ligadas ao setor. Foram elencadas 60 propostas, agrupadas por áreas temáticas, sendo 23 de transporte ferroviário regional de passageiros, 15 de transporte de cargas, 11 de transporte turístico, 7 contornos e trechos urbanos e 4 plataformas logísticas.O PEF é patrocinado pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e os estudos estão sendo elaborados pela Fundação Dom Cabral (FDC).
Entre elas encontra-se o trecho do antigo ramal entre Itaú de Minas a Ribeirão Preto, que passa pelas estações de Itaguaba, Mogiana e Guardinha, em São Sebastião do Paraíso. No mapa dos atributos do Processo de Hierarquia Analítica (AHP) da proposta de ferrovias para transporte de cargas, desta região foi classificada em sétimo lugar no ranking que vai de 1 a 10. As propostas foram analisadas de forma multicriterial, levando em consideração a previsão de implantação, a demanda potencial e a complexidade da implantação. A partir dessa avaliação, foi criada uma hierarquia que servirá como orientação para desenvolvimento dos projetos.
Conforme dirigente da Fundação Dom Cabral a classificação por critérios não deve ser motivo de desmotivação, uma vez que todas as propostas já foram consideradas como prioritárias no estudo. “É errado olhar para esses pesos e pensar: a minha proposta tem uma nota baixa, então ela será eliminada. Não existe eliminação. Muito pelo contrário, daremos importância a todas elas. Construiremos um documento orientador sobre todas as propostas, para que elas possam ser trabalhadas no sentido de atingirem viabilidade”, explicou o professor Paulo Resende, diretor do Núcleo de Logística e Supplay Chain e Infraestrutura da FDC.3