Moradores do loteamento rural “Recanto Feliz” que há mais de uma década adquiriram lotes de terreno, com promessa em contrato que seus imóveis seriam servidos com água e energia elétrica, continuam como estavam, no abandono. Mais uma vez procuraram o Jornal do Sudoeste para pela centésima vez tentar sensibilizar autoridades, pois surgiu uma agravante. Como se não bastasse a situação de abandono em que vivem, funcionários municipais estiveram no loteamento para construir um depósito de lixo a poucos metros da estrada para o bairro Morro Vermelho.
Fomos ao loteamento e constatamos a indignação de moradores. Não termos energia elétrica, e já cansamos de pedir e até fizemos abaixo assinado entregue ao senhor prefeito Walker Américo, ao deputado estadual Antonio Carlos Arantes e para a Câmara Municipal, infelizmente até agora não fomos atendidos por autoridades competentes, disse a senhora Cleusa Alves Batista, moradora antiga no Recanto Feliz.
A senhora Zildete Santos que também reside lá, disse que tem um filho com problemas de saúde e de locomoção, e a Prefeitura quer colocar depósito de lixo bem próximo de sua residência. “É o cúmulo do absurdo”, protesta.
Quando chegaram aqui ao Recanto funcionários da prefeitura com trena, e começaram fazer medições, eu achei que era para colocar energia elétrica. Perguntei o motivo da medição, e para minha surpresa desagradável, disseram que irão construir uma cobertura e um local para depósito de lixo, afirmou.
Moradores estão inconformados e afirmaram que se a Prefeitura instalar o local para descarte de lixo, será contratado um veículo para fazer a demolição e irão levar o resto para ser colocado na porta da Prefeitura.
É o cúmulo do absurdo, tem morador no Recanto que está sem energia elétrica há mais de trezes anos, e isso não acontece nem lá nos confins da selva amazônica, disse um morador, ao responsabilizar a empresa “Modelo Agropecuária e Imobiliária”, responsável por entregar o loteamento com infra-estrutura e saneamento básico.
As senhoras Cleuza e Zildete disseram que a Prefeitura “quer tirar o depósito de lixo fedorento na beira da estrada logo acima da Chácara Pedacinho do Céu e colocar aqui no nosso loteamento, isto é uma falta de respeito e consideração, só porque moradores são famílias pobres. Queremos energia elétrica, não depósito de lixo”, reafirmaram.
O Loteamento Recanto Feliz foi aprovado por decreto municipal 2.831 em 05 de julho de 2004. Conforme artigo 6.º as obras de infraestrutura deveriam ser construídas no prazo máximo de dois anos a contar da entrada em vigência do referido decreto, sob pena de “serem aplicadas penalidades administrativas cabíveis”.
Em julho se completam 16 anos da assinatura e vigência do decreto. Sem energia, nem água, moradores agora são surpreendidos com a informação que terão como brinde um lixão. A Prefeitura, o município, tem por obrigação fiscalizar o cumprimento das obrigações assumidas, no caso, pela empresa loteadora, e pelo visto, deixou a água correr ao Deus dará. E embora tenha prometido solucionar o caso, não tem cumprido com a promessa. Mais uma vez se confirma o dito popular, “pimenta nos olhos dos outros, é refresco”.