Uma ação conjunta das Secretarias de Desenvolvimento Social e de Segurança Pública, Trânsito e Transportes, com apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar foi colocada em andamento em São Sebastião do Paraíso. O objetivo é o de reduzir a quantidade de pessoas em situação de rua e proporcionar segurança nas praças e locais públicos da cidade. “Estamos realizando um trabalho que já dura ao menos duas semanas, cadastrando e dando encaminhamento a estas pessoas, acredito que em breve teremos um resultado positivo neste sentido”, diz o secretário Marcelo São Julião, da Secretaria de Desenvolvimento Social.
O trabalho também tem o envolvimento de órgãos como o Judiciário, o Ministério Público, além do Conselho Tutelar e ainda integrantes de um grupo de voluntários que atuam na cidade ajudando “sem teto”.
Marcelo atendeu a reportagem no fim da tarde de sexta-feira,13, após chegar de Poços de Caldas. “Fomos conhecer o modelo de atuação que é feito naquela cidade que tem o forte o turismo e que tem um número de pessoas na condição de morador de rua maior do que aqui”, disse. Ele cita que em Poços há placa em cada esquina, alertando para não se dar esmolas. “Existem vários projetos bons que vamos avaliar a possibilidade de implantarmos aqui”, anuncia.
Quanto a Paraíso o secretário informa que a principal ação é no sentido de cadastrar as pessoas e identificar as origens. Boa parte é de outras cidades e vários aceitaram transporte para retornar ao local de origem. “Alguns são encaminhados para suas famílias, outros para a Chácara Pedacinho do Céu, o CAPS AD e há quem optou ir para uma clínica de recuperação parceira”, aponta.
Marcelo acrescenta que é necessário um trabalho de conscientização junto à comunidade sobre a forma correta de ajudar. “As doações devem ser feitas para as instituições que são parceiras e que trabalham com estas pessoas”, admite.
Ele lembra que reuniões têm ocorrido com frequência envolvendo membros do Judiciário e do MP antes mesmo do carnaval no sentido de organizar as decisões a serem tomadas. “Atuamos em conjunto e em apoio a um grupo de voluntários que serve marmitas a estas pessoas. Eles também expuseram que o volume de atendidos vinha crescendo”, observou. Após avaliação foi constatado que pessoas carentes estavam se apresentando para receber alimentos e que não são moradores de rua situação que revela a dificuldade financeira de outras famílias, ressalta.
As ações de acompanhamentos ocorreram em vários locais da cidade. As visitas foram realizadas nas praças da Abadia e da Santa Casa, Parque da Lagoinha, Complexo Esportivo Santa Tereza e San Genaro, Casa da Cultura e Rodoviária.
O trabalho é feito durante o dia e também à noite. “Tem situações que é preferível ir pela manhã quando encontramos o cidadão sóbrio e torna-se mais fácil o diálogo”, explica. Marcelo ressalta que a meta é evitar confrontos e que o apoio da Guarda e da Polícia Militar têm sido essencial. “Tivemos o caso de uma menor de Monte Santo de Minas, onde foi preciso acionar o Conselho Tutelar e o próprio Ministério Público para que fosse feito o encaminhamento”, acrescenta.
Ele afirma que o trabalho iniciado há pelo menos duas semanas terá continuidade nos próximos dias. “Temos monitorado e acompanhado cada caso e cada passo”, destaca. Quem quer retornar à cidade de origem recebe um “voucher” na Secretaria vai até o Terminal Rodoviário, onde com assistência da Guarda Municipal é feito a aquisição da passagem e o embarque. “Somente no segundo semestre do ano passado foram concedidas 276 passagens para os mais diversos destinos, a maioria interior de Minas e de São Paulo”, diz.
Na próxima segunda-feira,16, o secretário voltará a se reunir com representantes do Judiciário e do MP para apresentar um balanço das ações. “Ainda não tenho os números, cheguei de viagem agora e o levantamento ainda está sendo realizado”, comenta. No entanto, Marcelo antecipa que as ações terão continuidade.
“Pretendemos até a chegada do inverno, reduzir o máximo possível a quantidade de pessoas que vivem nas ruas. Se conseguirmos zerar será importante, sabemos o quanto é difícil, mas a intenção é evitar que fiquem expostos ao frio. É um trabalho que já existe desde o ano passado”, finaliza.