Desde o final de semana prefeitos de vários municípios da região determinaram o fechamento e controle dos acessos as suas cidades, como ocorreu com Itamogi, Monte Santo de Minas, Guaxupé, Jacuí e Pratápolis, entre outros. A medida adotada é uma forma de se evitar que pessoas oriundas de outros locais onde já existe de fato a transmissão comunitária do novo corona-vírus entrem em suas comunidades e possam contaminar as pessoas destas localidades. Em São Sebastião do Paraíso que é uma das maiores cidades da região e que faz fronteira com cidades do estado de São Paulo a medida não foi adotada.
A decisão da maioria dos prefeitos foi tomada a partir de sábado,21, depois que na sexta-feira,20, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema decretou estado de calamidade pública no Estado em função do aumento dos casos suspeitos e de ocorrência de transmissão de coronavírus no Estado. O comunicado foi encaminhado para a Assembleia Legislativa para confirmação, porém, já passou a valer a partir da primeira hora da segunda-feira (23/3). Com a medida o governador possui prerrogativa para atuar junto aos municípios.
A estadualização obriga os municípios a seguirem as regras do Governo do Estado. Fica assim proibido o funcionamento do comércio em todas as cidades mineiras. A exceção são os estabelecimentos que vendem produtos ou prestam serviços essenciais, como padarias, supermercados e farmácias. As escolas também permanecem fechadas, sem aulas. O decreto determina a extensão da medida não apenas para as estaduais, mas as municipais e da rede privada. Equipamentos culturais e eventos oficiais também foram suspensos.
O decreto ainda versa sobre o fechamento das divisas para o transporte coletivo terrestre. Ou seja, os ônibus e vans de passageiros não poderão entrar e sair do estado. O transporte individual ainda não foi restrito. O transporte de cargas nunca será restringido, de forma a garantir o abastecimento. Já o transporte aéreo é de competência do governo federal.
Municípios
Embasados no Decreto do Estado, prefeitos da região começaram a agir já no como foi o caso de Pratápolis que ainda no sábado comunicou o fechamento dos acessos ao município a partir das 19 horas. Segundo a Prefeitura a restrição é válida para turistas e pessoas de outras cidades como medida adicional e que se faz necessária, por causa do novo coronavírus. No entanto, deixa claro que as pessoas de Pratápolis que trabalham fora poderão entrar e sair normalmente.
Atitude semelhante foi tomada pelo prefeito de Itamogi, Ronaldo Dias que informou através de comunicado que a Prefeitura está se mobilizando para realizar o monitoramento nas entradas do município. Ele anunciou a montagem de um posto de parada obrigatória na entrada da cidade. "Quem estiver vindo de outras cidades para passeio ou visitas não venham. Principalmente pessoas oriundas de São Paulo que hoje está considerado estado de risco, a entrada não será permitida". A fiscalização acontece no principal acesso da cidade com equipes da Secretaria Municipal de Saúde e apoio da Polícia Militar.
Em Monte Santo de Minas o prefeito Paulo Sérgio Gounart agiu da mesma maneira ao editar o Decreto 2.110/2020 que decretou quarentena no município a partir de 24 de março, medida que terá validade inicial por 15 dias e poderá ser prorrogada. Em razão da pandemia do coronavírus, além das reuniões em igrejas, templos e entidades religiosas foi proibido o funcionamento de parte do comércio considerado não essencial. Também desde o domingo foi fechada a Rodoviária impossibilitando embarque e desembarque de passageiros.
Podem funcionar em Monte Santo os hospitais, farmácias, clínicas odontológicas em regime de urgência, hospitais, clínicas e lojas de produtos veterinários, táxi, transportadoras, armazéns, telemarketing, telecomunicações, supermercados, açougues, padaria (desde que não se consuma no local delíveres, empresas de limpeza e manutenção, bancos, cooperativas de crédito lotéricas, hotéis , pousadas, posto de combustíveis, distribuidoras de peças, oficinas mecânicas, borracharias, sistema de segurança pública e privado, indústria e distribuidora de água e gás.
O prefeito Paulo Sérgio tinha a intenção de já na manhã de segunda-feira,23, ter fechado os acessos rodoviários e estradas do município e do Distrito de Milagres. No entanto, uma denúncia feita ao Ministério Público, fez com que a Promotoria recomendasse a observação do direito de ir e vir do reclamante. A Prefeitura precisou então, adotar outras medidas que deverão ser adotadas já nesta terça-feira para monitorar a chegada e saída de pessoas e veículos do município.
Paraíso
O prefeito Walker Américo Oliveira disse que a realidade de São Sebastião do Paraíso é bem diferente de outras cidades da região. "Tenho sido questionado se vou fechar as entradas da cidade ou não", comentou. Ele disse que o município não tem apenas uma entrada como em outros locais. "Temos mais de 10 acessos e não podemos sair por ai fechando divisas com estados inclusive por onde circulam mercadorias e ambulâncias", afirma. Ele disse ainda que não tem gente suficiente para ficar nas entradas do município e que o movimento é muito maior que nas cidades vizinhas. "Estamos sim tomando as medidas preventivas, inclusive no comércio, fiscalizando para não termos aglomerações e tentarmos evitar que tenhamos casos da doença por aqui em grandes proporções", completou.