O secretário municipal de Desenvolvimento e Ação Social, de São Sebastião do Paraíso, Marcelo São Julião, esclareceu à reportagem do Jornal do Sudoeste ações e medidas que têm sido tomadas a fim de atender pessoas em situação de rua frente a pandemia vivenciada. Ele também esclareceu a situação de alguns indivíduos em particular, que têm sido abordados de maneira pacífica, mas que não aceitam a intervenção dos agentes da Ação Social.
Conforme Marcelo, umas das medidas que foram tomadas foi em relação ao acolhimento desses moradores no Albergue Noturno. Ele destaca que esse trabalho já vinha acontecendo há mais de 30 dias, vislumbrando a situação para a qual caminhava o Brasil. O local, gerido por uma instituição filantrópica que antes só recebia moradores em um prazo de até três dias, passou a operacionalização da Secretaria, que atenderá a esses moradores por período indeterminado. Porém, ele destaca que algumas regras são importantes. "Algumas condições precisarão ser seguidas. O morador precisará tomar banho. Terá hora para entrar, no caso das 17h às 20h, e hora para sair porque precisaremos fazer manutenção do espaço. Será servido jantar, graças a uma parceria que fizemos com entidades que prestam trabalhos assistenciais. Outra condição também é que não poderá entrar com pertences, por medidas de segurança a saúde", explica o secretário.
Segundo o secretário, o espaço está preparado para receber essa população. Lá, terá lugar para receber os homens e mulheres separadamente. Ele explica também que não será permitido fazer uso de álcool e outras substâncias ilícitas.
São Julião disse ainda que há pelo menos 40 dias, foram feitas ações, até mesmo antes do agravamento da pandemia do Covid-19, para buscar atender essa população.
"É um trabalho delicado. Nós não podemos tirar a pessoa da rua à força, então é um processo lento até que tenhamos um diálogo com eles. Conseguimos encaminhar alguns para seus locais de origem antes da pandemia, e atualmente, alguns até querem voltar para suas cidades, mas acontece que não há ônibus. Estamos aguardando a situação se normalizar", acrescenta.
Sobre alguns casos específicos, como por exemplo de um morador em situação de rua na José Osias de Sillos, Marcelo conta que agentes da Ação Social ainda não conseguiram um diálogo com ele. "Ele se mostrou bastante agressivo nos primeiros contatos, mas é um trabalho de formiguinha que fazemos. Ainda não conseguimos identificar de onde ele é, mas nossa equipe tem tentado se aproximar", ressalta.
O secretário conta que não pode fazer nenhuma ação coercitiva e tirar o indivíduo a força da rua, e que esta é uma situação que barra com a legislação. "Não tomaremos nenhuma medida nesse sentido, o cidadão tem o direito de ir e vir. Vi que em alguns lugares estavam colocando essas pessoas em quadras, alertando que quem saísse, não poderiam entrar, não faremos nada nesse sentido. Nossa parceria com o albergue é justamente para atender os moradores nessa situação de rua, mas colocamos essas condições para preservar a própria saúde deles", acrescenta.
O secretário afirmou ainda que em parceria com a equipe de imunização da Prefeitura, também buscará vacinar aqueles moradores em situação de rua contra a gripe que permitirem ser vacinados. Ele acrescenta que neste período do ano já é um período que a secretaria potencializa suas ações, já que é um período que começa a fazer mais frio.
Por fim, Marcelo pede apoio à população, pedindo colaboração com pequenas ações. "Ao invés de dar esmola a esses moradores, contribua com alguma entidade que oferece apoios às pessoas em situação de ruas. O contato pode ser feito pelo telefone 3539-5206. Por este telefone, nós orientamos a quem destinar a ajuda e também, aqueles que souberem de um caso, também pode fazer contato por meio deste telefone para nos informar", completa.