SÃO TOMÁS DE AQUINO

Lia Santana Mestra em Educação e nos Bordados

MEMÓRIA AQUINENSE - Jornal de Aniversário - julho 2000
Por: Selma Braia | Categoria: Cidades | 08-04-2020 15:41 | 709
Lia Santana
Lia Santana Foto: Reprodução

Um referencial quando se fala em educadora dedicada de algumas gerações de aquinenses, ou pelas prendadas e habilidosas mãos, de onde o bordado flui com rara beleza. Assim é Maria Aparecida Santana Souza, Dona Lia Santana como a chamam, pessoa muito querida e estimada por todos de São Tomás de Aquino. Na Dr. Tancredo deu aulas de Trigonometria e Educação Artística.

Filha de José Santana e Júlia Matos Santana foi aluna do Colégio Paula Frassinetti em São Sebastião do Paraíso, onde formou-se em magistério, profissão da qual fez um sacerdócio. As primeiras aulas como mestra foram na fazenda do senhor Donizete Santana Figueiredo, Fazenda da Mata. Lá trabalhou somente um ano, sendo depois nomeada para o Grupo Escolar Olegário Maciel.

De seu pai, herdou o dom musical. Para ela o Senhor Zequinha foi o melhor acordeonista de seu tempo. Dona Lia, por ocasião das festas juninas, alegrava as quadrilhas "tocando" seu acordeom. Nos eventos artísticos e culturais da "Caixa Escolar", ensaiava bailados, e pequenos teatros, bem representativos, marca registrada do grupo Olegário Maciel; os inesquecíveis "festivais".

Do Senhor Zequinha herdou a musicalidade, de sua mãe, Dona Júlia, a habilidade na confecção de obras de arte, nos matizes das cores ponto por ponto, nas cambraias e linhos. Para definir o primor de sua arte, comumente dizem: "Lia Santana tem mãos de fada para bordar"... Conta, que aos seis anos de idade, no Grupo Escolar, com a professora Gilda Machado Pimenta, aprendeu a dar os primeiros pontinhos de bordado. Mal sabia que no futuro iria fazer tantas peças para enxovais de noivas e recém-nascidos. Depois, na adolescência, ampliou seus conhecimentos na arte de bordar com a Dona Maria Silveira do Carmo.

Casada há 42 anos com Nelson Luiz de Souza, o esposo querido e lutador, por razões de trabalho dele, mudou-se para Conceição do Araguaia, às margens do Rio Araguaia. Lá permaneceu por 25 anos, sem esquecer, os familiares, os amigos de infância, os alunos, os afilhados, os compadres. A lembrança de São Tomás, viva dentro de si. Hoje, está novamente na cidade onde nasceu.

Em Conceição do Araguaia deixou inúmeros amigos e a saudade das noites enluaradas, quando o rio "banhado" pelo luar, apresentava espetáculo de emoção e beleza. "Nos anos que lá morei, recordo com grande carinho meus alunos particulares, hoje muitos, deixando a faculdade para exercerem uma profissão. De lá trouxe meus filhos que amo tanto: Jamerson e Leila esperando deles um belo futuro. Dona Lia em seu depoimento enfatiza que nos seus dons vocacionais em primeiro está a Mestra, depois os bordados, flores e pintura, e a música foi companheira nos momentos de lazer e alegria.

"Neste meu retorno a São Tomás mesmo sendo aposentada, já dei alguns reforços para alunos, com dificuldades na escola, e continuo bordando, quando procurada pelas minhas amigas", disse. Como aquinense, quero desejar aos meus conterrâneos, familiares, amigos, afilhados, ex-alunos, grandes realizações, harmonia e paz.

Que São Tomás de Aquino continue sempre hospitaleira, buscando seu progresso, seu sucesso. Meu abraço jubiloso a terra em que nasci, disse Dona Lia, ao enfatizar, de maneira especial, seu agradecimento à família Luiz de Souza, pela acolhida carinhosa para com ela, Nelson e os filhos.  "Com orgulho e satisfação quero deixar registrado neste meu depoimento que o diretor deste Jornal do Sudoeste, Nelson de Paula Duarte, foi meu aluno, quando morou em São Tomás de Aquino", conclui a mestra.