No contexto da Segunda Guerra Mundial, estava em vigência o Estado Novo (1937 - 1945), período mais autoritário da Era Vargas, quando os prefeitos eram nomeados pelos governadores e esses eram nomeados pelo Presidente. Desse modo, como não havia impressa livre, as reportagens sobre o desenvolvimento de uma cidade qualquer mostravam uma suposta harmonia entre eventos locais e as orientações políticas da época. É nesse quadro que a revista Nação Brasileira, do Rio de Janeiro, de agosto de 1942, publicou uma série de reportagens sobre as cidades de Varginha, São Sebastião do Paraíso e Guaxupé, destacando os eventos considerados mais relevantes e mostrando a atuação do interventor Benedito Valadares em Minas. Perfilada à linha política do Governo Federal, a revista não poupou elogios à eficiência administrativa dos prefeitos e o interventor mineiro, destacando as obras realizadas e a melhoria das condições de vida da população das referidas localidades.
O registro que hoje tem interesse histórico destacou então que "O município de Guaxupé avançava em prosperidade, seguindo os ditames do Estado Novo". A cidade que estava sob a administração do Dr. Antônio Costa Monteiro, presenciava a realização de diversas obras em consonância com a maior estabilidade política e no setor produtivo de modo geral. O prefeito estava empenhado na instalação de um avançado centro agropecuário estadual, de uma biblioteca pública e de obras na Avenida Paulo Carneiro, com 860 metros de extensão e 42 metros de largura, com amplas calçadas recobertas com ladrilhos de beleza diferenciada.
Quanto ao setor educacional, ficou registrado que o município se destacava pela existência de 24 escolas rurais, de uma Escola Noturna de alfabetização de adultos, dos grupos escolares, além do funcionamento do seminário católico. Outro destaque foi a construção do campo de aviação, importante progresso que estava em sintonia com as estratégias do Governo, assim como estava acontecendo em diversas outras cidades do país, visando a formação de pilotos civis, preparação básica que permitia o ingresso nas Forças Armadas como piloto militar, diante da possibilidade da possível entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, como de fato aconteceria.
Naquele momento, o município de Guaxupé estava entre os principais do Sul de Minas, no setor da agricultura e pecuária, sendo enfatizado o progresso no setor cultural, educacional, sendo, nos anos seguintes, um dos pioneiros da região na criação de cursos para a formação de professores em nível superior. Na fonte considerada, ficou registrado ainda que a cidade estava passando "por importantes obras e que se destacava como um dos melhores polos agropecuários do Estado e uma das cidades mais adiantadas da região".
A receita municipal do ano anterior havia sido uma das maiores daquele tempo, alcançando uma cifra considerada prova da eficiência administrativa do prefeito e das condições maior estabilidade para o setor produtivo. O redator finalizou a reportagem, destacando que "com toda certeza" Guaxupé destacava-se como prova de Ordem e Progresso, condições para "a existência da felicidade de um povo". Quase oito décadas depois, hoje retornamos a esse registro pontual e isolado que serve apenas como fonte parcial para, juntamente com várias outras, recompor a história regional.