No Natal de 1998 o volume de vendas foi praticamente o mesmo do ano anterior. Em 1999, quando todos mais uma vez apostaram no aquecimento variável de 10 a 15%, o desempenho foi apenas de 5,5% superior ao de 1998. A avaliação é dos comerciantes de São Sebastião do Paraíso, que não querem repetir os “chutes” que deram para cima nos últimos anos e acabaram frustados. Porém, com cálculos otimistas, mantêm para este final de ano 2000, perspectivas animadoras com as vendas de Natal.
O período de Natal, chega estimulando a reação no comércio. Os lojistas vêem nesta época de fim de ano, oportunidade para aquecer as vendas e grandes lojas até criam mais empregos, aumentando temporariamente o quadro de funcionários. O comércio paraisense no ano passado, segundo os empresários fechou o balanço com estoques cheios em alguns setores, obrigando liquidações em janeiro para diminuir os prejuízos. Este ano vai ser diferente, garantem. O cenário está bem distinto. Até outubro as vendas permaneceram estáveis e há pouco mais de um mês para o natal, o movimento aponta para um resultado favorável. “Ainda não é o suficiente para quebrar a estabilidade, mais em relação aos dois últimos anos, dá para prever uma melhora”, resumem os comerciantes.
SEM CAMPANHA DE ESTÍMULO
A Associação Comercial Industrial de São Sebastião do Paraíso está recebendo os associados dos setor comercial numa atuação de solidariedade. Segundo o engenheiro Ailton Rocha Sillos, presidente da ACISSP, os lojistas até o final do mês estarão com suas campanhas publicitárias na rua e na mídia, mas numa ação particular”. Conforme explicou o presidente, “neste ano, os comerciantes estão investindo por conta própria sem uma campanha municipal de estímulo ao comércio paraisense, a exemplo de outras promoções realizados pela ACISSP e Prefeitura.
Ailton Sillos apontou que as propostas de fortalecimento do comércio paraisense realizadas em outros anos “não surtiu o efeito desejado”. Argumentou que o alto custo da campanha, no final era bancado pela ACISSP e Prefeitura. Outro fator segundo ele, “é que os recursos que até o ano passado eram investidos na aquisição de brindes, carros, estão proibidos este ano pelo Ministério da Fazenda.” Sem o apelo da distribuição de veículo e eletrodomésticos, a maioria dos lojistas tentarão resgatar o espírito natalino através da solidariedade. “Nós (ACIS SP) estaremos prontos a ajudar naquilo que os associados necessitam”, disse Sillos. O presidente ressaltou que os lojistas começaram a preparar as decorações. Entretanto, anunciou que “a expectativa de aumentar as vendas é compatível numa relação produto - qualidade - preço. “O consumidor não compra em tal loja porque ela dá um carro. Busca sobretudo preço acessível”, observou.
E a perspectiva de boas vendas aos comerciantes está fundamentada nos juros mais baixos para crediário e prazos mais longos para pagamento. “As pessoas realmente se beneficiam destas condições, mas é importante avaliar as ofertas para não sofrer posteriormente no processo de quitação das prestações intermináveis”, recomendou.
ECONOMIA
Setor comercial de olho no 13º salário
O pagamento do 13.º salário pela Previdência Social aos aposentados, pelas empresas privadas e estatais, a partir deste mês deverá injetar na economia nacional cerca de 23 milhões até o final do ano. A projeção é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Sócio Econômico (Dieese), que estima 50,5 milhões de pessoas recebendo o 13º.
COMO GASTAR
O ingresso dos R$23 bilhões não deverá ter impacto forte na inflação final de 2000. Para os analistas econômicos, boa parte deste dinheiro é usado para saldar dívidas e outra em pequena proporção, para ser aplicada em consumo de bens. De olho nesta fatia, o comércio estima elevar parte das vendas num índice de 3 a 4%. Na avaliação do presidente da Associação Comercial e Industrial de São Sebastião do Paraíso, Ailton Rocha Sillos, é uma expectativa tímida para o aquecimento das vendas.
“A maior parte deste recurso será pago no final do ano e outra parte entra desde já como forma de pagamento antecipado, plenamente absorvido por empreendimentos anteriores. Os maiores gastos ficam por conta dos trabalhadores e consumidores da ativa”, avaliou. Para o presidente da Acissp, é importante que as pessoas saibam como gastar o saldo de 13º e férias, procurando os setores do comércio, que ofereçam melhor preço e condições compatíveis, com o recebimento mensal a partir de janeiro do próximo ano.