Você pensa que a temporada da F1 terminou, mas não. Nos comunicados tanto de Sergio Perez quanto da Red Bull nesta semana dão a entender que as partes chegaram a um acordo amigável para rescindir o contrato que o piloto mexicano tinha com a equipe até 2026, renovado no dia 04 de junho depois de duas corridas ruins de Perez que havia terminado sem brilho o GP de Miami na 4ª posição e bater na primeira volta em Mônaco. Mas ao pé da letra, foi demissão.
Para evitar um quadro que se desenhava semelhante ao de 2023, Christian Horner, chefe da Red Bull, estranhamente decidiu antecipar a renovação do contrato de seu piloto número 2 meio às desavenças que aconteciam com o pai de Max Verstappen, Jos Verstappen, e sob a ameaça de uma possível saída do principal piloto da equipe. “A renovação do contrato de Perez traz continuidade e estabilidade à equipe”, disse Horner na época.
A renovação prematura do contrato tinha como objetivo dar tranquilidade ao piloto para continuar desenvolvendo o seu trabalho, mas teve efeito contrário. O Perez que havia começado o ano com 4 pódios nas cinco primeiras corridas, mergulhou em uma espiral negativa após o GP de Miami ao somar apenas 49 pontos nas 18 corridas seguintes - Verstappen somou 301 pontos(!) no mesmo período. Desde então seu melhor resultado foi o 6º lugar no GP da Holanda e Perez terminou o ano apenas na 8ª colocação e absurdos 285 pontos a menos que o campeão, Verstappen. Isso refletiu na derrocada da Rd Bull no Mundial de Construtores, terminando atrás de McLaren e Ferrari.
Mesmo diante do fracasso, até a penúltima etapa da temporada, Perez dizia com toda a segurança que estaria no grid da F1 em 2025 porque tinha um contrato que lhe dava total garantia de continuar como piloto da Red Bull. Nos bastidores, os comentários são de que seu empresário, Julian Jakobi, que trabalhou com Ayrton Senna nos tempos da McLaren, conseguiu um acordo em que Perez receberá salário mesmo sem correr até 2026.
Sergio Perez de 34 anos, estreou na F1 em 2011 e está na Red Bull desde 2021. Venceu 6 corridas (cinco pela Red Bull), tem 3 pole positions, 39 pódios e o vice-campeonato do ano passado conquistado meio que na marra mesmo dispondo do melhor carro da temporada. Por seis vezes nesta temporada ele não conseguiu avançar do Q1, o primeiro bloco da classificação. Mas nem tudo foi vexatório em sua passagem pela Red Bull. O piloto de Guadalajara será sempre lembrado pelo grande e honesto duelo que travou com Lewis Hamilton na controversa decisão de 2021, impedindo que Hamilton aumentasse a distância para Verstappen, o que foi determinante para evitar que o piloto da Mercedes tivesse espaço para trocar os pneus durante o Safety Car. Verdade seja dita, Verstappen deve uma parte daquela taça ao companheiro de equipe. A outra parte ele deve ao ex-diretor de prova, Michael Masi, pelas decisões duvidosas no final daquela corrida.
LAWSON SUBSTITUIRÁ PEREZ NA RED BULL
A rescisão do contrato de Sergio Perez teve efeito imediato e ele será substituído pelo neozelandês Liam Lawson, de 22 anos, que ano passado mostrou bom serviço ao substituir Daniel Ricciardo por cinco corridas, e foi chamado novamente a partir do GP dos Estados Unidos para substituir o mesmo Ricciardo em definitivo. Porém, vejo isso como um duro golpe para Yuki Tsunoda, da equipe irmã Racing Bulls, com muito mais tempo de estrada e na fila à espera por uma promoção. Com isso, o atual vice-campeão da F2, Isack Hadjar, será promovido à F1 no ano que vem para ser o companheiro de equipe de Tsunoda.
Feliz Natal a todos!