Que temporada foi essa? Foi a que todo fã da categoria merece. Se a de 2021 foi sensacional com Hamilton e Verstappen disputando roda a roda até a última curva da última volta da última corrida, mas que deixou no ar um anticlímax por conta de atitudes duvidosas do ex-diretor de prova, Michael Masi, e depois de dois anos seguintes monótonos com Verstappen ditando o ritmo, 2024 ficará por muito tempo na memória do torcedor como a temporada em que sete pilotos de 4 equipes diferentes venceram não menos que duas corridas cada um e inúmeros assuntos de bastidores.
Verstappen foi o campeão, de novo, é verdade, mas longe do passeio de 2023 quando venceu 19 das 22 corridas do campeonato e a Red Bull emplacou 21 vitórias, perdendo apenas uma para a Ferrari com Carlos Sainz. Desta vez Verstappen teve trabalho e a Red Bull naufragou no Mundial de Construtores fechando o ano apenas em 3º lugar. Somente em 12 vezes na história da F1 a equipe campeã não foi a mesma do piloto campeão. A McLaren deu quatro passos à frente desbancando a Red Bull de onde havia terminado no ano passado, e trouxe a Ferrari que deu um passo à frente, terminando com o vice-campeonato.
Verstappen venceu 9 corridas, sete delas nas dez primeiras etapas da temporada, e enquanto McLaren e Ferrari ainda desenvolviam seus carros, os defeitos do RB20 da Red Bull ficavam mascarados. Quando os carros de Verstappen e Sergio Perez foram apresentados na pré-temporada, houve muita exaltação em virtude da audácia do departamento técnico da equipe liderado por Adrian Newey, em modificar radicalmente um carro que já era vencedor por outro que cheio de inovações. Mas foi exatamente aí que a Red Bull se perdeu. O tiro saiu pela culatra e o carro andou para trás. As inovações implantadas por Newey não funcionaram mais a partir do GP de Miami quando a McLaren trouxe o primeiro pacote de atualizações de seus carros. Daí em diante ficava cada vez mais claro que o modelo RB20 projetado por Newey não era o bicho papão que assombrou no começo do ano dando a impressão de que seria outro passeio de Verstappen. A McLaren entrou na briga com Lando Norris e Oscar Piastri, trazendo junto a Ferrari com Charles Leclerc e Carlos Sainz, enquanto a Red Bull ficava sozinha com Verstappen já que Perez mergulhou em uma espiral negativa e não conseguiu mais entregar resultados positivos.
Miami marcou a última corrida em que Perez conseguiu terminar entre os 5 primeiros. E pensar que no ano passado, só os pontos somados por Verstappen já seriam suficientes para a Red Bull conquistar o título de Constru-tores.
Lando Norris (McLaren), venceu 4 corridas, Charles Leclerc (Ferrari), venceu 3, Oscar Piastri (McLaren), venceu duas, Carlos Sainz (Ferrari), duas, George Russell (Mercedes), duas e Lewis Hamilton (Mercedes), duas. Só faltou Sergio Pérez que fracassou e acabou demitido após a temporada.
Também fora das pistas ninguém teve do que reclamar. Não faltou assunto e dos bons desde a acusação de uma funcionária da Red Bull contra Christian Horner por assédio sexual, passando pelas disputas de poder entre o próprio Horner e Helmut Marko, o clima azedo entre o pai de Verstappen, Jos, com o chefe de equipe; o anúncio da ida de Lewis Hamilton para a Ferrari em 2025 antes mesmo de o campeonato começar, as tentativas de Toto Wolff em seduzir Verstappen para o lugar de Hamilton; a ida de Adrian Newey para a Aston Martin no ano que vem, a volta da Argentina ao grid com Franco Colapinto no meio da temporada; A contratação do campeão da F2, Gabriel Bortoleto, pela Sauber, trazendo o Brasil de volta à F1 em 2025, e sem contar uma série de boas corridas, entre elas o caótico e inesquecível GP de São Paulo, eleito o melhor do ano. A F1 de 2024 foi demais, dentro e fora das pistas.
Feliz 2025 a todos!