Longínquo passado, experimento, tento sentir e nada. Nenhum sabor... O tempo cheira a leite derramado e quente, morno, doce ou sal... Assim diferente, vai provando a vida. O gesto da alegria, doce, morna e quente como o leite, a lágrima salgada, ruim e diferente, como o sal. Hoje nada gosta, pois o doce e o sal o constroem e o destroem.
Olho o jornal! - grita o menino jornaleiro, entregando e ou vendendo o "Jornal". São tantos! Deve, precisa vendê-los... Pensa o menino: o que será que está escrito em seu interior? Será que é o que disseram os políticos e as autoridades no dia anterior? Ou os repetitivos índices de evolução das doenças e ou as tragédias cotidianas, os flagelos dos menos favorecidos? Hein? O velho o compra, o moço também. E todos o leem!
Leiam o que é, o que é. Não importa, leio. Olha o jornal! - brada o arfante jornaleiro. Jornal: no passado, no presente e no futuro se mistura hoje. Naquele tempo, a leitura era mais suave e doce. Para qualquer lado que vire, o jornal encontra quem o critique. Como o mais charmoso e clássico representante dos meios de comunicação de massa, sua circulação era, e é, sempre esperada. Por isso, muitos jornalistas tradicionais e jovens escribas ainda o escrevem.
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico Correspondente da APC