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Nos tempos em que políticos visitavam Paraíso

Por: Redação | Categoria: Cidades | 05-07-2020 04:20 | 838
Foto: Reprodução

Imagine um país que fosse campeão mundial em otimismo. Que fizesse bonito não só no futebol, mas no tênis, boxe e atletismo. Pense em um povo que pudesse orgulhar-se de produzir música que conquistasse as paradas de sucesso em todo mundo na voz de ídolos como Frank Sinatra.

Imagine uma nação que recebesse a “Palma de Ouro” no Festival de Cannes, e o Oscar de melhor filme estrangeiro. Pense em uma economia em que as indústrias multiplicassem a olhos vistos. Por fim, imagine que essa terra ostentasse como a capital mais moderna do planeta. Este país, acredite: era o Brasil. Na segunda metade da década de 50, parecia que tínhamos “chegado lá”. Como dizia o jornalista Nelson Rodrigues, o brasileiro se libertava do complexo “vira-latas”.

Em 1955 o povo escolheu Juscelino Kubitschek para presidente. Desde essa época aprendi a admira-lo tanto, que hoje possuo fotos, livros, documentos e manuscritos desse estadista. Conheci Juscelino no Palácio da Liberdade quando era governador, e meu pai era prefeito de São Tomás de Aquino (1950 – 1954).

Dizem que o velho é um livro aberto, qualquer página aberta há sempre uma estória pra contar. Então vamos lá. Presenciei a campanha política de vários candidatos que visitaram Paraíso. Como JK que aqui esteve inúmeras vezes. Lembro-me também de Jânio Quadros e Milton Campos fazendo comício na praça da Matriz para presidente e vice da República (1960).

Outro que aqui esteve foi Tancredo Neves que pernoitou várias vezes em Paraíso, na casa do deputado Delson Scarano. Certa vez foi servido café no Hotel Cosini, onde Tancredo Neves falou por vinte minutos para apenas dez pessoas admiradoras. Homem simples, grande orador.

Outro que fez comício foi Ademar de Barros, como candidato à Presidência da República. Quando o avião aterrissou no aeroporto foi um pó geral no pessoal que aguardava. El desceu do avião e perguntou pelo Dr. José de Souza Soares, que não estava presente no momento. As crianças o cercaram para pedir bótons, muito comum na época como propaganda política.  Poderão conferir na foto os bótons dos respectivos candidatos da época.

SEBASTIÃO PIMENTA FILHO membro da Academia Paraisense de Cultura.