Os 27 municípios que compõem a microrregião ligada à Superintendência Regional de Saúde - SRS realizarão um inquérito epidemiológico como parte da estratégia de monitoramento do Covid-19 em parte do Sudoeste de Minas.
A iniciativa, que contará com a aplicação de formulário de pesquisa e realização de testes rápidos para identificação de pessoas com anticorpos do novo coronavírus, é o resultado de uma parceria entre a Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande - AMEG, da Ong Enveritas, Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais - COSEMS, SRS, Unimed Sudoeste de Minas, ViaVerde Consultoria Agro-pecuária, Brazilian Specialty Coffeee Association - BSCA.
Conforme os responsáveis pelo inquérito, que realizaram um treinamento de profissionais de saúde na sede da AMEG nesta terça e quarta-feira (14 e 15/07), o objetivo da pesquisa é fornecer dados em tempo real sobre a prevalência de infectados pelo Covid-19 no mês de julho de 2020 na microrregião.
“Este estudo subsidiará as autoridades municipais e regionais com informações de prevalência, ou seja, aquele número que obtemos quando dividimos a quantidade de casos existentes de uma doença pelo número de pessoas de uma população em um tempo específico”, explica Murilo Bettarello, representante da Enveritas.
Para os responsáveis pela pesquisa os números divulgados oficialmente país afora, não refletem a realidade uma vez que predominam as informações sobre o número de pessoas que apresentaram sintomas e testaram positivo pelo rastreamento do vírus por PCR e/ou testes sorológicos - sintomáticos. “O número de pessoas que foram infectadas e apresentaram sintomas leves ou inexistentes é desconhecido e pode ser 10 ou até 100 vezes maior que o número relatado oficialmente. Inquéritos como este proposto para essa microrregião já foram realizados em São Paulo, Nova York, Madri e mostram que o número de infectados é de 10 a 20 vezes maior que o de pessoas sintomáticas testadas”, explica Bettarello.
O trabalho será realizado por amostragem e o objetivo é selecionar uma quantidade representativa de domicílios da área dos municípios selecionados. Conforme os coordenadores do trabalho, não há uma lista prévia confiável e atualizada de pessoas para a amostragem, por isso deverá ser realizada uma amostragem randomizada e geográfica.
“A amostragem não pode ser feita apenas na geografia, mas sim, condicionada a dados de densidade populacional e deve conduzir a um resultado que reflita uma „fotografia da população pesquisada no período”, comenta Bettarello.
A seleção dos domicílios a serem pesquisados atenderá a uma busca randomizada considerando “quadrados” de 30m x 30m a partir dos quais apenas um ponto de GPS servirá de base para a coleta de dados, ou seja, uma entrevista e a realização de um teste rápido para a composição da base de dados alimentada em tempo real para a construção do inquérito epidemiológico da região. “Profissionais municipais de saúde oficialmente identificados e treinados serão os responsáveis pela coleta de dados e realização de testes. Assim, se alguém bater em sua porta, participe”, finaliza Bettarello.