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P.E.C.B.

Por: Redação | Categoria: Cidades | 01-08-2020 17:24 | 361
Foto: Reprodução

Não surpreende a notícia de 25/07/2020 de que, possivelmente o Sesc não cumprirá o acordado quando do recebimento de um patrimônio público a custo zero.  Este mesmo periódico já publicou há algum tempo, a notícia de que esta entidade estava fechando unidades em cidades mineiras, até de maior relevância do que a nossa. Aí vem a pergunta; por que somos melhores do que Juiz de Fora ou o bairro Venda Nova de Belo Horizonte, por exemplo? E o Executivo através de decreto, estendeu o prazo inicialmente concedido. E ele tem a seu livre arbítrio, ou seja, sem a anuência da Câmara, poderes para estender este prazo? A nota publicada no dia 29/07/2020 neste mesmo jornal, esclarece de forma bem genérica, os motivos do não cumprimento do acordo. E adivinhem; o culpado é? A pandemia. 

Quando da discussão e aprovação pelo Legislativo da proposta do Executivo para esta doação, fiz questão de comparecer à Câmara Municipal para presenciar o comportamento de nossos bravos edis. Como já dito em manifestação também enviada a este jornal em fevereiro de 2018 e também publicada, a reunião foi um primor de defesa do patrimônio púbico”. Após marcação forte de território com manifestações valentes, a aprovação foi por unanimidade.  

É bom lembrarmos que, foi a entrega de um bem de propriedade da população paraisense a uma entidade privada. Esta doação nunca foi explicada claramente para quem interessa, ou seja, a população de São Sebastião do Paraíso. O que ela ganharia ou qual o benefício que o cidadão comum teria com isto? Onde este patrimônio público milionário, agora repassado a iniciativa privada, atenderia aos anseios de uma gente despojada de boas condições de esporte e lazer?  

Existem na cidade instituições que poderiam notificar as autoridades responsáveis por estas doações, pois depois desta foram feitas mais algumas, para que explicassem a cada munícipe, onde ele foi contemplado com os benefícios de um patrimônio, que até pouco tempo era de sua propriedade e hoje integra balanços de outros. Ou os próprios generosos doadores, que aproveitem o modismo das lives e expliquem a cada paraisense, o que ele ganhou.  

Ao longo de nossa história, patrimônio público e também de uso público, mesmo que privados coletivos, foram passados para mãos individuais e também corporativas sem nenhuma contestação ou proposição de alternativas. 

Somos uma cidade pobre, com uma população jovem convivendo com uma quantidade imensa de drogas ilícitas nas ruas; e uma saída barata e eficaz para o controle desta praga é a universalização do esporte. Será que ninguém entendeu ainda que a maneira que temos de tirar nossos jovens das mãos dos traficantes é oferecer a alternativa de esporte e lazer, como parte complementar importante da educação regular?  Mas parece que isto não interessa muito a quem decide.  

 Não cobramos nunca nossos representantes. Está na hora de mudarmos esta postura relapsa e preguiçosa, pois do contrário, tudo continuará do mesmo jeito.  Por falar nisto, como anda o tratamento de esgotos de São Sebastião do Paraíso? Ninguém sabe, ninguém viu e ninguém explica? Era para estar funcionando em sua plenitude há mais de quatro anos. 

 Estamos perdendo até mesmo o respeito, pois não fazemos jus a ele. Uma pena. 

“O ponto de partida de qualquer novo projeto alternativo de nação terá que ser, inevitavelmente, o aumento da participação e do poder do povo nos centros de decisão do país”.  (Celso Furtado) 

João Batista Mião