A safra de conilon (robusta) se iniciou em abril e se estendeu até junho, apresentou ótima qualidade, e correspondeu à expectativa.
No tocante ao arábica que move a cafeicultura regional, com praticamente 80% da produção colhida, a colheita demonstra que será safra recorde. Segundo Gilson de Souza, da Safras & Negócios, desses 80% colhidos prontos para comercialização metade é de cafés finos, 25% apresenta qualidade mediana, e os 25% de qualidade regular.
"Tecnicamente falando, observa-se 30% de favas peneiras 17 - 18 e acima, e catação, onde se inclui o fundo da peneira 13 a porcentagem de defeitos verde, verde-preto, concha, e defeitos oriundos da colheita, quebrado, em torno de 20%. Temos hoje um nível interessante. O produtor ao longo do tempo vem trabalhando sobre a porcentagem de broca em que o mercado limita a 5%, e a realidade do produtor está de parabéns, pois tem sido eficiente em relação a isso".
Quanto a rendimentos, sobre o absoluto, ou seja, daquilo que se esperava colher em hectares, em locais onde houve chuva, e bom trato cultural, está superando expectativas.
Sobre a tendência para a próxima safra, Gilson Souza observa que o parque cafeeiro sentiu um pouco a colheita, há índice de desfolhamento um pouco acima do normal, principalmente nas áreas onde o solo é mais arenoso, e onde também lavouras já vinham debilitadas por problemas anteriores. Daí a preocupação do mercado de que depauperem mais, em relação da estiagem.
O momento é crucial, diz o diretor da Safras & Negócios, "há necessidade entre 50 a 100 milímetros de chuva para que amenize a situação de lavouras que estão prejudicadas. O processo de colheita continua, ainda há em torno de 20% a serem colhidos, e com o encerramento da colheita estaremos mais perto da realidade, e produtores poderão tomar suas decisões sobre melhor aplicação, fazer podas se recomendado for".
Enfim, até o momento o setor agro está muito bem, a tendência é continuar ascendente, e o fluxo de entregas de cafés futuros e a performance do produtor está acontecendo, à altura dele. Ao final todos terão um "ganha-ganha", conclui o diretor da Safras & Negócios.