Com os crescentes números da Covid-19 em São Sebastião do Paraíso e região, é latente a preocupação com a situação dos detentos do município tendo em vista relatos de confirmações em unidades prisionais da região. Não é o caso de Paraíso que, segundo levantamento realizado pela assessoria de comunicação da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) às 10 da manhã de sexta-feira (4/9), a pedido da reportagem do Jornal do Sudoeste, não confirmou infecções pela doença em agentes ou detentos da unidade.
Segundo a SEJUSP, a Unidade Prisional de São Sebastião do Paraíso está seguindo as principais ações determinada pela SEJUSP, que estão sendo realizadas para prevenir e controlar a disseminação do coronavírus nas unidades prisionais de Minas Gerais.
Entre as ações, a SEJUSP informou que foi adotado um modelo pioneiro no país de circulação restrita de detentos no período de pandemia, classificado como referência pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Para evitar a contaminação por novos presos, foram criadas 30 unidades de referência, distribuídas em todo o território mineiro, que funcionam como centros de triagem e portas de entrada para novos custodiados do sistema prisional”, informou.
Deste modo, todas as pessoas presas em Minas Gerais estão sendo encaminhadas para uma unidade específica em cada região e ficam, pelo menos, 15 dias em quarentena e observação, evitando possível contágio caso fossem encaminhadas de imediato para outras unidades. Após a observação e atestada a sua saúde, os detentos são encaminhados para as demais unidades prisionais do Estado.
SUSPENSÃO DAS VISITAS
Conforme informado pela SEJUSP, para evitar a disseminação do vírus por meio de contato com o público externo, as visitas foram suspensas, para diminuir a circulação de pessoas externas, assim como a entrega, até então opcional, de kits suplementares contendo alimentos, remédios entre outros itens, para evitar a circulação de materiais contaminados.
A SEJUSP informou ainda que esses itens continuam sendo fornecidos pelas unidades prisionais e recebidos, ainda, via Correios. “Todos os kits enviados por meio postal são inspecionados, por questões de segurança, e estando em conformidade com a legislação, são entregues aos presos”.
EM CASO DE INFECÇÃO
No caso de presos que já se encontram no sistema prisional, caso apresentem sintomas da covid-19, a SEJUSP informou que esse detento é colocado em isolamento imediato, sendo realizados exames e, em caso de confirmação, tratamento segundo protocolo da área da Saúde. Em todas as unidades em que há presos com covid-19 confirmados, a desinfecção do ambiente também é imediata e todos os demais detentos passam a usar máscaras, de forma preventiva.
EVITAR O CONTÁGIO
Conforme a Secretaria, os agentes de segurança das unidades estão com as escalas de trabalho dilatadas, de forma a diminuir a circulação desses servidores intra e extramuros. Além disso, para evitar a circulação de presos para realização de audiências foram instalados equipamentos para a realização de videoconferências judiciais em todas as unidades prisionais que estão, aos poucos, se adaptando para uso dessa ferramenta.
“Com isso, evita-se o deslocamento da maioria dos presos para o ambiente extramuros e diminui-se o risco de contágio pelo coronavírus. Já foram realizadas mais de seis mil videoconferências judiciais neste período de pandemia - uma parceria com o Poder Judiciário que deve se estender no período pós pandemia por resultar em ganhos positivos para todos os atores envolvidos”, informou.
CONTATO COM AS FAMÍLIAS
Com a suspensão das visitas, necessária para contenção do vírus, os familiares podem ter contato com seus parentes de três formas: por meio de cartas (ação prevista para todas as unidades e com média de 35 mil recebimentos por semana), ligações telefônicas (cujo número é diferente em cada unidade e deve ser fornecido pelo presídio ou penitenciária; a média semanal é de 15 mil ligações realizadas) ou videoconferências nas unidades em que essa tecnologia já está disponível. Mais de 90% das unidades prisionais já realizam visitas familiares por videoconferência.
LIMPEZA
As áreas estruturais como celas, pátios, áreas administrativas e técnicas, portarias, guaritas e, também, veículos estão passando por higienização reforçada, semanal, durante a pandemia.
MÁSCARAS E EPIS
Conforme a Secretaria de Justiça e Segurança Pública, o sistema prisional está produzindo máscaras para uso nas próprias unidades e segurança de todos. “No interior das unidades prisionais já foram produzidas 3,5 milhões de máscaras por custodiados. Todos os servidores são obrigados a circular no interior das unidades de EPIs e, a eles, este material é fornecido sistematicamente. Os presos também utilizam máscaras quando estão com algum sintoma suspeito ou quando pertencem a alas ou pavilhões onde outro detento foi testado positivo para a doença”, finaliza.