Em 2017, depois de ter crescimento acelerado em anos anteriores, e expandir sua área de atuação, o Grupo Tonin decidiu priorizar um rearranjo em sua estrutura logística, preparar a empresa para um novo salto, e transforma-la em digital. O processo de implantação está bastante avançado, e o e-commerce passa a atender a partir do próximo mês, conforme explica o diretor presidente, Luiz Antônio Tonin.
O e-commerce é um sistema em que o cliente, de onde estiver, poderá através de um smartphone ou outro equipamento eletrônico utilizando a Internet, ter acesso aos produtos, efetuar a compra e o pagamento, e receber os produtos onde determinar sejam entregues. “Daqui a pouco vamos ter um ecossistema que deve atender ao consumidor desde a hora em que ele acordar até quando for dormir, e se tiver algum sonho, vamos tentar adivinhar”, salienta Luiz Antônio.
Por qualquer forma ou equipamento que queira contatar empresas do Grupo Tonin o cliente irá conseguir. “A gente quer fazer disso também um marketing place , ou seja, pegar fornecedores pequenos liga-los à nossa base de clientes para que eles possam ter o desenvolvimento do fornecedor vendendo seus produtos e nossos clientes sendo atendidos diretamente pelo produtor na linha de produtos que será colocada”, explica.
Nossas lojas, apesar de modernas, precisam com essa mudança digital, proporcionar ao cliente uma experiência de compra. Ao comprar, por exemplo, carne para um churrasco, produtos para fazer uma receita, ou escolher hortifrutis, issolhe dará prazer o cliente. Preciso fazer com que nossas lojas sejam melhoradas, para que quando o cliente entrar, sinta isso”, afirma Luiz Antônio.
A Loja 1 em São Sebastião do Paraíso (rua Pimenta de Pádua), está passando por reforma e será modelo. Outra novidade nesse avanço é o sistema self checkout em que o cliente passa sua compra sozinho pelo caixa, sem ajuda de funcionário. Está em fase de instalação na Rede Tonin, já existe na Loja 1 a loja 17 que é o Superatacado, ambas em Paraíso, e sendo colocado em mais cinco lojas de imediato. “A reforma das lojas para receberem esse sistema já estamos trabalhando desde o início do ano, e seis lojas estão em processo de transformação no Estado de São Paulo. A ideia é ir evoluindo nesse modelo, para que no ano que vem tenhamos tudo funcionando”, observa o presidente do Grupo Tonin.
Além do avanço pioneiro para o atendimento digital, o plano de expansão da empresa para 2021 inclui abertura de cinco novas lojas, sendo um atacarejo em São Sebastião do Paraíso. A área, já adquirida, se localiza nas proximidades do Clube Tubarão, fundos da sede do Tiro de Guerra, em frente a um condomínio de prédios.
Atualmente o Grupo Tonin conta com quatro lojas de vendas a varejo (Paraíso, Monte Santo e Guaxupé) e 14 atacarejos, uma indústria de creme dental em São Sebastião do Paraíso, além de fazendas que produzem café e se dedicam à pecuária de corte, empregando em torno de 2.500 funcionários.
Luiz Antônio explica que quando foi lançado o “Fidelidade Tonin” a busca era “exatamente criar junto aos nossos consumidores um relacionamento. É um gerenciamento de resposta rápida para o cliente e para a própria empresa, de forma a saber se estamos indo bem ou não, o que precisa ser melhorado, ou seja, toda a nossa estratégia é baseada na resposta do consumidor”.
TRABALHO E VISÃO EMPRESARIAL
O Grupo Tonin, que tem como razão social Luiz Tonin Atacadista e Supermercados S.A., sediado em São Sebastião do Paraíso, é um dos mais prósperos e conceituados em seu segmento, e também é sócia da Rede Brasil de Supermercados S.A., em São Paulo, composta por 17 empresas, congregando em torno de 350 lojas entre supermercados e atacados, com faturamento anual na ordem de R$ 20 bilhões. “Empresa bastante grande através da qual fazemos compras conjuntas para melhorar nossa competitividade, e trocamos informações, para estarmos sempre à frente”, diz Luiz Antônio.
A história vitoriosa do Grupo Tonin se iniciou com pequena padaria na rua Pimenta de Pádua, em São Sebastião do Paraíso por volta de 1956. Luiz Tonin era sócio de seu pai Antônio Tonin, que com tempo resolveu mudar-se para Campinas. Luiz Tonin adquriu a parte de Senhor Antônio. Mais adiante, seu irmão Francisco José Tonin (França), associou-se a Luiz Tonin na padaria, e anos depois na Loja 1 do Supermercado Tonin (Paraíso), e, posteriormente na filial de Monte Santo de Minas.
Luiz Tonin viu em matérias primas utilizadas na panificadora, a oportunidade de começar um novo negócio, e passou a vender açúcar, farinha de trigo, fermento, óleo. Os fermentos eram acondicionados em geladeira em sua casa, e as entregas utilizando uma Lambre-ta, primeiro veículo adquirido. Assim, nasceu um “atacadinho”, que cresceu em imóvel ao lado da padaria, onde hoje é a Loja 1, e depois transferido para onde atualmente se localiza a parte administrativa da empresa, também na rua Pimenta de Pádua, onde diversificou a linha de produtos oferecidos.
Em 1972 foi inaugurado o Supermercado Tonin, loja 1, tendo como sócios Luiz Tonin e Francisco José Tonin, em 1974 uma segunda loja, em Passos. A terceira loja do grupo foi instalada em Monte Santo de Minas. Depois foi adquirido o Supermercado São Luiz que pertencia a Manoel Neves, na avenida Angelo Calafiori, sendo transformado na Loja 2 do Tonin em Paraíso. Em seguida foi adquirido Supermercado Orca, em Passos, e também instaladas lojas em Guaxupé.
Luiz Antônio Tonin, 63 anos, diretor presidente do Grupo Tonin, morava no andar superior onde era o atacado, e desde sua adolescência já participava do dia a dia da empresa. “A minha carreira efetivamente de desenvolvimento profissional foi trabalhando na Loja 1, desde ajudar fazer pacotes, até passar a ser gerente”.
Curso o Ensino Básico todo em Paraíso. Fez simultaneamente o Colegial e Curso de Contabilidade, à tarde em um, à noite no outro. Mudou-se para Passos para cursar a Faculdade de Engenharia Civil. À época de estudante não participava oficialmente na gestão da loja em Passos, “mas sempre dava uma olhada”. Concluiu Engenharia em 1980. Retornou a Paraíso em 1981 e assumiu a presidência da empresa. Antes disso já havia adquirido as quotas pertencentes ao seu tio Francisco José Tonin, da loja em Monte Santo.
No período de 1992 a 1999 Luiz Antônio foi presidente da ABAD Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores. “Fizemos vários estudos do mercado nacional, como iria desenvolver o atacado, e como funciona o sistema de abastecimento brasileiro. Tive a oportunidade de ver em todos os continentes, como era a distribuição, no mundo inteiro, Austrália, Ásia, Japão, China, Estados Unidos, Canadá, e vários países na Europa”.
A partir daí crescemos bastante no atacado. Chegamos a atender aqui 450 municípios tínhamos 280 vendedores 110 caminhões para entregas. No entanto no Brasil não tinha todos os formatos de distribuição estruturados. Daí surgiram alguns modelos”, conta Luiz Antônio.
A história do atacado no Brasil, conforme explica, era um atacado de balcão em São Paulo, e compradores tinham que ir lá. Com a abertura de estradas, desenvolvimento esse mercado acabou migrando para o interior. O de balcão em São Paulo perdeu força e acabou, e o de distribuição cresceu. Esse foi um primeiro momento. Depois cresceram os DECs, (Distribuidores Especializados por Categoria), chegamos operar aqui em torno de oito anos, salienta o presidente do Grupo Tonin.
“Nos estudos que a gente via na ABAD havia também o sistema de Atacado de Distribuição Normal, o Distribuidor Exclusivo que somente trabalha com uma marca de produto ou empresa, e o atacado Atacarejo - Cash & Carry que vende tanto no varejo quanto no atacado. Surgiu também o operador logístico havia no Brasil no transporte de commodities, mas não no sistema de atacado para distribuição de materiais de consumo básico.
“Operador logístico começou a surgir e facilitou a distribuição por parte das indústrias. Com isso a gente via que o Atacado de Distribuição sofreria mudança e tendência de diminuir. Então começamos mudar nossa estratégia de negócio, e em maio de 2000 montamos nossa primeira loja de atacarejo em Ribeirão Preto”, explica Luiz Antônio.
Para se ter uma ideia, naquela ocasião no Brasil somente havia lojas do Makro que é empresa holandesa com o formato de venda por atacado no sistema de autosserviço, e umas poucas lojas do Atacadão em São Paulo, Norte do Paraná em Apucarana e em Cuiabá (MT).
“Entramos nesse modelo, em Ribeirão era o Makro e o Tonin. A partir daí mudamos toda a estratégia e o atacarejo é o principal negócio em nossa empresa. Definitivamente acabamos com o atacado de entrega e equipes de vendas externa”, enfatiza.
PANDEMIA
Luiz Antônio afirma que a pandemia do coronavírus “trouxe mudança significativa de hábitos dos consumidores e estamos acompanhando isso muito de perto. Há dificuldades, muitas. Vários setores da economia com problemas, mas o setor de alimentos e agronegócios na qual estamos inseridos a gente tem tido bons resultados “.
A falta de alimentos, segundo ele, não existiu e não vai existir. “O que ocorre é que algumas marcas de produtos, algumas categorias em que o giro é menor, as empresas deixaram de fabricar para abastecer o mercado com mercadorias de giros mais rápidos. Até porque, várias indústrias tiveram problemas com funcionários, e isso foi impactando a cadeia produtiva. Às vezes a indústria de embalagem não tinha produtos em determinados momentos porque não havia recebido matéria prima, e desencadeou certa ruptura momentânea de alguns itens”.
“Outra questão de impacto que a gente tem, e às vezes achamos que a economia funciona independente. Recentemente tive a informação que catadores de papel diminuíram sua atividade, e está faltando papel de reciclagem para embalagens. Veja como a cadeia é muito extensa”, pontua Luiz Antônio.
No primeiro momento da pandemia a prioridade do Grupo Tonin foi garantir a segurança e saúde das pessoas que trabalham na empresa e clientes. “Fizemos protocolo interno até além do recomendado por autoridades de saúde na ocasião. Desinfecção de carrinhos, das lojas. Dos 2.500 funcionários foram pouquíssimos casos de positivados em uma ou outra cidade, funcionários que estavam de férias. Não tivemos problemas de contaminação”.
O Grupo Tonin tem olhos e ações voltadas para o social. “Participamos efetivamente nas comunidades onde estamos instalados. Isso se traduz na doação de alimentos, participação em campanhas conjuntas com entidades, incentivo à cultura, desenvolvimento esportivo . No início da pandemia doamos álcool gel para todos os hospitais onde temos nossos estabelecimentos , e cestas básicas para prefeitura e entidades”.
PREVISÃO
Na visão do diretor presidente do Grupo Tonin, o Brasil tem uma oportunidade enorme em termos de desenvolvimento. “Com o volume de dinheiro que foi injetado na economia pelo governo, acho que vamos ter nos próximos anos uma economia bastante saudável. Há setores que estão e vão continuar sofrendo. Turismo, hotelaria, restaurantes, companhias aéreas vão demorar para voltar à normalidade. O nosso segmento felizmente estamos vendo um boom de desenvolvimento. Vai chegar num ponto que vai saturar o mercado, mas isso ainda não ocorre. Aqui em Paraíso vemos vários mercadinhos, lojas que começaram, hortifruti desenvolvendo. Estamos desenvolvendo também, e isso é constatado em pesquisa de satisfação feita através um Instituto de São Paulo”, afirma Luiz Antônio Tonin.
Sobre a ACISSP, Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços, lembra-se de sua participação na diretoria, quando Plínio Tuzzolo era presidente. “Tenho acompanhado muito de perto o trabalho fantástico feito pelo presidente Ailton Sillos. Ele é uma pessoa extraordinária, elevou a ACISSP para um nível de reconhecimento e de atividade que é impressionante. Para a ACISSP eu só tenho que dar parabéns, pela direção e o trabalho dele, e sempre falo que estou sempre junto, para o que precisar ajudar desenvolver. Parabéns para todo o quadro de colaboradores da ACISSP”, conclui Luiz o presidente do Grupo Tonin.