ACISSP EM FOCO

Castro Confecções, há 54 anos uma referência em Paraíso

EMPRESAS E EMPRESÁRIOS
Por: Nelson Duarte | Categoria: Comércio | 13-10-2020 09:50 | 2427
Ladislau Viera Castro Júnior e Maria de Lourdes Viera Castro
Ladislau Viera Castro Júnior e Maria de Lourdes Viera Castro Foto: Nelson P. Duarte

Em 1964 o então funcionário público municipal em São Sebastião do Paraíso, Ladislau de Castro, se casou Maria de Lourdes Viera Castro. Formaram família bem estruturada, tiveram três filhos. Da união de esforços e suas habilidades, Ladislau administrador nato, controlado, visionário, Lourdes, comerciante, de igual maneira uma empreendedora, nasceu também uma das mais tradicionais lojas em Paraíso, a Castro Confecções que completou 54 anos.

Meados de 1966 minha cunhada foi morar em Conceição da Aparecida. Levou algumas calcinhas feitas de retalhos para vender, mas não conseguiu. Falei com ela que mandasse para mim, e em menos de uma semana todas estavam vendidas. Passei a fazer compras em São Paulo. Fui sacoleira até 1969, conta Maria de Lourdes, ao falar sobre a origem da Castro.

Um cômodo da casa onde residiam na rua Djalma Dutra 552 passou a ser utilizado como ponto de vendas.  “Ladislau me ajudou muito. Às vezes ocorria de eu sair e não vender,  e ele dizia: “Amanhã será outro dia, você irá vender”

Desde que comecei trabalho com estoque diversificado artigos diferentes,  sempre vendi muita coisa, estoque alto, sempre novidades. Vendíamos confecções, rádios portáteis Mitsubishi (capas de couro, novidade na época), jaquetas, japonas. Vendíamos até o Baú da Felicidade”, recorda-se, ao lembrar que as viagens para as compras em São Paulo, no início eram feitas em perua Kombi com Senhor Luiz Caetano,  que semanalmente levava passageiros para a capital paulista.

Numa época quando não havia os cartões de crédito, tão usados atualmente, a Castro tinha seu crediário próprio, fichas individuais onde se anotava o valor da venda, do parcelamento feito para o cliente.

Depois as viagens de Ladislau e Lourdes passaram a ser no primeiro carro adquirido, um Fusca,  em seguida num Corcel, na Veraneio.  “Dirijo  em São Paulo de ponta a ponta, sem utilizar GPS. Vamos todos os meses, e somente por conta da pandemia não temos ido”, conta, ao explicar que há algum tempo viaja juntamente com o filho, Ladislau Vieira Castro Júnior, que assumiu a administração da Castro. Ladislau, o pai, faleceu em setembro de 2014.

A ida da loja para seu tradicional endereço na Praça Comendador José Honório foi em 1977, quando Ladislau e Lourdes adquiriram a Casa Dois Irmãos, de Carlos Salviano de Paula e Geraldo Salviano de Paula.  “Adquirimos a loja e parte do imóvel. Um ano depois Senhor Carlos nos procurou com a proposta de nos vender a outra parte, onde hoje é a Totaly, que é empresa do grupo Castro Confecções Ltda., criada em 1998”, explica Maria de Lourdes.

Com o crescimento da empresa, Ladislau percebeu ser o momento de desligar-se de seu cargo na Prefeitura (funcionava na rua Dr. Placidino Brigagão), assumindo de vez a administração e o setor contábil da Castro. Formado em Direito pela Unaerp, Universidade de Ribeirão Preto, ele não exerceu a profissão.

O lado comerciante de Lourdes e seus irmãos e irmã, segundo ela, vem de seu pai, Benedito Bernardino Vieira, conhecido como Benedito da Inhanhá.  Comerciante de gado que comprava e vendia fazendas.  “Somos oito irmãos crescemos nesse ambiente”. 

As duas filhas de Ladislau e Lourdes seguiram seus passos. Claudia Maria de Casto é proprietária da loja New Walk, e Cátia Maria de Castro,  da  Ponto Chic.

Aos 35 anos, o administrador da Castro é Ladislau Viera Castro Júnior, terceiro filho do casal, definido por Lourdes como “seu braço direito”, e que herdou a capacidade administrativa de seu pai. Iniciou na empresa ainda adolescente, aos 15 anos. “Tínhamos um crediarista que trabalhou conosco muitos anos. Com a saída dele, propus que o Júnior assumisse a função. Foi a melhor coisa que fiz”, salienta Lourdes. “Hoje eu o ajudo”, disse.

A Castro é associada à ACISSP há alguns anos. “É um suporte, acho que todo comerciante deve associar-se . Fiz diversos cursos promovidos pela Associação, e também levava funcionários.  No comércio estamos sujeitos a altos e baixos. Lembro-me  de uma época difícil, quando o governo implantou o Plano Cruzado. Eu estava tão desanimada e a Associação Comercial trouxe um palestrante. Fiz o curso e me animei “ recorda-se Lourdes.

Para centralizar  o setor contábil administrativo  e depósito,  está em fase de obras  a construção de mais um andar e uma sobreloja no tradicional prédio da Castro na esquina da Praça Comendador José Honório com a rua Soares Neto.