Enfim, estamos diante do bicentenário de São Sebastião do Paraíso. Não são 200 dias e nem duzentas semanas. São exatos dois séculos de vida, de história e de construção de uma feliz cidade. Há de ser celebrada esta data marcante que poucos municípios aqui no Brasil alcançaram. Interessante é que muitas outras novatas já nos ultrapassaram em população, em desenvolvimento econômico e vários outros fatores, mas cada um tem sua memória e seus fatores que justificam suas pujanças. Nós os paraisenses nos orgulhamos de ser do jeito que somos e a marca deste povo trabalhador, acolhedor e hospitaleiro é indelével, é para sempre.
Olhando pelo retrovisor de nossa história reparamos que tivemos épocas de evolução constante, acompanhamos o progresso do mundo e dos homens. Por estarmos localizados no interior das Minas Gerais herdamos bastante das mineirices e não negamos nossas raízes. Por outro lado, temos a divisa paulista também não deixamos de carregar algumas características dos vizinhos do Estado de São Paulo, até porque a proximidade muitos nos influencia e tantas vezes nos socorre naquilo que não temos por aqui.
Se o aniversário de 199 anos vai passando em brancas nuvens, sem comemorações em função das restrições da pandemia, ainda fica mais uma vez o convite para que se olhe para o ano futuro e a cidade possa se preparar para intensas festividades. Ano passado sugeri que fosse criada com antecedência ampla comissão para trabalhar o assunto e se elaborasse um calendário recheado de eventos com pelo menos um grande evento por mês, mas fui ignorado. É mais fácil lamentar falta de recursos, de verbas, de que reunir pessoas e debater ideias, propor projetos que sejam viáveis de serem executados. Quem sabe ao estilo da improvisação da última hora ainda se faça alguma coisa, pois, não faltarão alegações de estarmos em cima da hora.
Já era tempo preparativos para se comemorar o bicentenário. De ter agendado uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça, nova edição do Paraíso Aéreo. Imagine uma Expar desmembrada ao longo do ano com shows uma vez por mês ao longo do ano. Temos pela região bandas civis e militares que poderiam ser escaladas para apresentações de fins de semana, assim como os tradicionais desfiles dos ternos de Congo e Moçambique, os locais, regionais e até distantes demonstrando a diversidade da cultura. Certamente são apenas algumas propostas, pois, de ampla comissão que se criasse surgiriam ideias sobre exposição de plantas, flores, veículos, animais etc. Tanta coisa para ser agregada e que marcaria sem dúvida de forma mais que festiva estes 200 anos.
Como estamos em época de campanha política quem sabe o próximo ocupante da cadeira do Executivo venha se ocupar destas questões. Diferente do pão e circo que costuma-se ver em algumas épocas, este sim, o bicentenário, seria um motivo para que a sociedade pudesse brindar de fato estes acontecimentos.
Não muito distante daqui, na vizinha Uberaba, quando completou-se seus 200 anos de emancipação política e administrativa fez-se por lá grandiosa comemoração justamente brindando a comunidade com aquilo que ela tem de melhor, reverenciando sua história, destacando seus marcos presentes e projetando um futuro cada vez mais próspero para seus cidadãos. Bons exemplos existem para serem seguidos.
Seja através do teatro de produções artísticas das mais diversas é possível relembrar que aqui funcionou Faculdade de Odontologia, tivemos a Unifenas. No esporte foram grandes as alegrias alcançadas nas diferentes modalidades, cinemas, filmes, artistas locais que se destacam na grade mídia. É possível fazer uma grande inflexão homenagear paraisenses ilustres que deixaram suas marcas na construção desta cidade e na feitura deste Paraíso até os dias atuais. Mãos à obra, vamos celebrar, foi do suor e da dedicação de tantas pessoas que chegamos até aqui. Este é apenas um marco de nossa história, dos pequenos podemos esperar mais, do futuro nem se fala com tantas evoluções que ainda estão por vir.
É o progresso, o desenvolvimento, o crescimento, mais do que o fermento na massa que ainda temos muito para seguir adiante. Que os anos vindouros sejam repletos de motivos de celebrações. Comecemos vagarosamente nos 201, 202 e assim sucessivamente até que um dia quem sabe, os paraisenses estejam diante de mais um centenário. Na velocidade dos acontecimentos de agora isso não demora.