199 ANOS PARAÍSO

Morro da Mesa

Por: Redação | Categoria: Cidades | 24-10-2020 09:55 | 734
Foto: Divulgação

Na pequena Guardinha, distrito de São Sebastião, marco divisório entre os estados de São Paulo e Minas, encontra-se o Morro da Mesa. Ganhou esse nome posto que, visto de longe, tem a forma de uma enorme mesa retangular. Com pouco mais de mil metros de altitude, oferece um espetáculo ímpar do por do sol e uma vista privilegiada às pessoas que o escalam.

Como é peculiar às cidades pequenas, muitos causos são contados e alguns se transformaram em lendas. Dizem que na época da guerra entre São Paulo e Minas, colocavam bem no topo do monte, um cano muito grosso voltado estrategicamente para a vizinha cidade paulista. Quando os inimigos de longe o avistavam fugiam apavorados, pois julgavam estar diante de um enorme canhão. As boas línguas garantem que esse cano livrou Minas de vários ataques paulistas. Já houve quem dissesse que o morro, com sua superfície plana, serviu de pouso para discos voadores que algumas vezes eram avistados por lá.

Outros contam que para os que tinham medo de escalá-lo, mas que queriam estar lá em cima, foi construída uma enorme escada de madeira por onde o turista se aventurava subir degrau por degrau, até atingir o cimo. Se isto é vero não sei.  Hoje uma estreita estrada calçada facilita a subida.

Inegavelmente o mais lendário eram as reuniões que os passantes lá da estrada juravam que viam em noites de lua cheia. Contavam os viajantes, que cadeiras enormes ladeavam o Morro da Mesa e eram ocupadas por verdadeiros gigantes que certamente ali se reuniam para tramar as manobras de guerra. Juravam que ecos de suas vozes eram ouvidos de longe. Os medrosos fechavam os olhos e tampavam os ouvidos. Outros se atreviam a parar o carro e observar aquela reunião fantasma-górica em volta da mesa de rochas e terra. Saíam contando suas visões e sempre encontravam quem nelas acreditasse.

Com lendas ou não, o Morro da Mesa continua oferecendo um belo espetáculo para quem passa por ali. Com seu formato peculiar parece convidar os passantes a levarem as cadeiras e, novamente, se sentarem à sua volta, só que desta feita para apreciar o inebriante e colorido por do sol.

Maria Rita de Cássia Preto Miranda
Academia Paraisense de Cultura.