Por ocasião do sesquicentenário de São Sebastião do Paraíso, em 25 de outubro de 1971, logo de manhã, iniciando as comemorações, o atleta maratonista Roberto Etevaldo, chegou ao coreto da Praça Comendador José Honório conduzindo tocha olímpica.
Roberto estava em uma de suas melhores fases no atletismo. Disputava provas Brasil afora, sempre conseguindo boas colocações. Naquela época já residia na vizinha cidade, Santo Antônio da Alegria (SP), para onde foi bem jovem. Profissionalmente trabalhava como pintor, no entanto, era pau para toda obra.
Por sua estatura, era carinhosamente chamado Robertão. Lembro-me dele quando eu era criança. Morávamos em Itamogi, onde meu saudoso pai, José Duarte, foi agente do Correio por dois anos. Robertão era goleiro do São Cristóvão.
Em Santo Antônio ele promovia eventos beneficentes, principalmente bailes. Toquei em alguns. Tempos depois o encontrei em reuniões do Rotary Club. Robertão era atuante também em movimentos da Igreja Católica, foi comissário de menores, e contribuiu para o bom encaminhamento de muitos jovens.
Não se sabia ao certo sua idade, e até não gostava quando alguém lhe perguntava. Progressivamente foi perdendo a visão, mas continuou lúcido, com alma iluminada, sempre recebendo merecidas homenagens.
No dia 3 deste mês de outubro, preste a completar 49 anos de sua aplaudida corrida por vias públicas de São Sebastião do Paraíso, homenageando a cidade e a população paraisense quando se comemorou 150 anos da fundação do município, Roberto Etevaldo deixou seu corpo físico. Deixa também seu nome escrito em nossa história.