Instalada na área central de São Sebastião do Paraíso, rua Dr. Placidino Brigagão, 1210, a Casa São Paulo está prestes completar 28 anos. A empresa iniciou comercializando material elétrico, opção de Paulo Virgílio Zanin, que vinha dessa área, de vez que trabalhou por vinte e cinco anos em Furnas Centrais Elétricas. Com o tempo o estoque foi diversificado. Vieram as utilidades domésticas, materiais esportivos e para pesca, sendo uma referência neste segmento.
Paulo Zanin, fundador da Casa São Paulo começou a trabalhar quando adolescente. Dos 14 aos 20 anos foi funcionário no Escritório de Contabilidade de Mario Tonzar onde adquiriu experiência contábil administrativa. “Foi muito bom para mim”, disse. Depois trabalhou um ano e meio no escritório da Coolapa, Cooperativa Agropecuária Paraisense, junto com Claudio Nóbrega e Francisco Cechini, que conforme explica, lhe foi de grande valia.
O que havia na época de atrativo para jovens para lhes assegurar bom emprego e segurança profissional era prestar concurso para o Banco do Brasil, ou tentar ser funcionário de Furnas. Em 1967 Paulo foi aprovado em concurso de Furnas, juntamente com outros amigos de Paraíso. Gostava da área de eletromecânica, e a ela se integrou.
De 1967 a 1973 trabalhou na Usina de Furnas, depois em outras que integravam o sistema: (Estreito, Porto Colômbia, Usina de Marimbondo. Itumbiara e Cachoeira Dourada em Goiás) Nos últimos quatro anos, prestes a aposentar-se, na subestação em Araraquara onde aposentou-se em 1992.
“Embora seja uma boa cidade, não vi razão de continuar em Araraquara. Minha família e a de minha esposa Dilma, são aqui de Paraíso, e retornamos para a terra natal. Talvez por influência de minha família, maioria são comerciantes, resolvi também, me dedicar a esta atividade. O senhor Clóvis Rezende, dentista, era proprietário de imóveis onde estamos instalados. Parte ele alugava, e na outra era sua residência. Decidiu vender uma parte. Adquiri e resolvemos abrir a Casa São Paulo, juntamente com minha esposa Dilma Salgado Zanin e meu filho Erich Renato Zanin que era garoto.
Abrimos a loja, inicialmente mais voltada para a venda de material elétrico. Eu vinha desse ramo e achei que poderia ser bom. Com o passar do tempo notamos que o mercado somente de eletro estava um pouco saturado, porque já havia boas lojas nesse segmento em Paraíso. Então começamos migrar para outros setores, como utilidades domésticas, ferramentas. Meu filho Erich gostava de praticar esportes e sugeriu que partíssemos para essa área de lazer. Aí passamos comercializar material para pesca (hoje a loja é especializada em produtos para pescaria), e materiais ligados a esporte, coletes salva-vidas, barracas para acampamento, colchões inflá-veis, conta Paulo Zanin.
Dilma tinha experiência do ramo de modas, e abriu uma loja, a “Nova Mulher”, que a princípio era aqui ao lado da Casa São Paulo, antes que eu alugasse para ser a agência do INSS. Depois a loja foi para Galeria Central. Meu filho quis se dedicar a outra atividade, explica. Paulo salienta que a Casa São Paulo tem em seu quadro de funcionários, alguns que iniciaram garotos.
A exemplo de proprietários de empresas de outros segmentos, o da Casa São Paulo não tem queixas sobre este período atípico causado pela pandemia. “Tivemos preocupação muito grande no início, e a loja foi fechada durante umas duas semanas, depois tomando todos os cuidados seguindo os protocolos, foi reaberta. Por incrível que pareça, até nos surpreendemos. Achávamos que iríamos passar por período muito difícil, com poucas vendas. No início houve queda, mas passados uns dois meses voltou ao normal, e houve até crescimento”, explica .
A dificuldade é a reposição de mercadorias, tem faltado principalmente as do setor metalúrgico. Outro problema, conforme salienta Paulo Zanin, “é a elevação de preços, muito grande. Produtos que têm componentes de cobre, (fios, por exemplo), subiram de forma astronômica, fora de propósito, e o metalúrgico também, subiu muito, enfatiza.
A Casa São Paulo é associada à ACISSP desde que abri a loja. Participei de algumas atividades dentre elas quando da criação da Paraiso Cred, que foi uma iniciativa da ACISSP. Participei da Diretoria da ACISSP, como conselheiro. A gente vê que a Associação teve um crescimento muito bom. Ailton Sillos é ex-funcionário de Furnas, também foi comerciante no ramo de materiais elétricos. A ACISSP tem prestado grande serviço aos comerciantes em vários setores, cursos de treinamento, apoio de financiamentos pelo BDMG, uma série de produtos. Uma administração muito louvável, com uma visão mais ampla, não menosprezando administradores anteriores, afirma Paulo Zanin.
O comércio de Paraíso no ponto de vista do diretor da Casa São Paulo precisa ser incrementado com a criação de novos empregos e fontes de renda no município. “Paraíso depende muito da área agrícola, principalmente da cafeicultura. Quando era colhido manualmente o movimento no comércio em épocas de colheita era muito maior. Hoje com a colheita mecanizada não mais influencia nas vendas do comércio. Precisa haver uma compensação de outra maneira, um reequilíbrio com incentivo para abertura de empresas e geração de emprego. Indústrias e cooperativas foram fechadas, e isso refletiu nas vendas do comércio. Para melhorar, além as campanhas de incentivo feitas pela Associação Comercial que são proveitosas, é preciso mais pessoas trabalhando, pois significa um incremento nas vendas do comércio paraisense, sugere Paulo Virgílio Zanin.