MUSEU DE HORRORES
Rio Grande do Sul, São Paulo e, agora, Rio de Janeiro, se negam a exibir obras de pseudoarte de péssimo gosto embasada em imagens escabrosas que suscitam obscenidades com crianças e escatalogia. Em português claro: pornografia, pedofilia, sangue e sujeira de toda espécie. Olhem que a repulsa a isso tudo começou com os sempre “liberais” gaúchos. Nem eles, que fazem churrasco com dois espetos, suportaram o nível escabroso das peças de uma arte questionável. Mas, tudo bem, gosto é gosto, e tem quem goste. O ponto é que os museus são públicos, e por absoluta ausência de interesse público em mostrar semelhante podridão, se fecharam as portas à questionável exposição. Muitos, inclusive a TV Globo, confundiram isso com censura, um ataque à diversidade de opiniões, etc... Enfim, aquele discurso chatinho a que todos estamos acostumados. Besteira. Não foi proibida a exposição, apenas não quiseram abriga-la. Que vá para estabelecimentos privados, de preferência próximo a privadas. Mau gosto tem limite.
DIREITO PENAL NULO
Sabem por que um idiota jogou ovos em João Dória, prefeito de São Paulo, em um evento público? Não, a resposta não se prende à ideologia política ou à revolta libertária, a nenhum dessas respostas intelectualóides que ouvimos sempre nas mesas dos bares da zona sul das cidades, proclamadas pelos “conhecedores” dos problemas brasileiros, os filósofos de botequim. Na verdade, o tal sujeito – cujo nome deve ser merecidamente esquecido – assim procedeu porque sabia que não seria preso, processado, condenado ou punido pelo que fez. Simples assim. É a impunidade que sanciona atos de selvageria, não a ideologia, por mais escrota que seja esta última. Quem tem liberdade tem medo de perdê-la e cadeia é para os fortes, não para os covardes que se escondem na multidão para agredir e depois se defendem defraudando bandeiras políticas. Nosso direito penal ridículo, nulo e quase inexistente é que sanciona a esses atos de falsa coragem. É o mesmo êmulo que faz com que o sujeito saia ofendendo pela internet. Como diz meu bom amigo, brilhante delegado de polícia, Vitor Hugo Hassler, por aqui no Brasil somos muito mal educados para termos tanta liberdade.
CONDENADO DE NOVO
Jair Bolsonaro foi de novo condenado pelos tribunais superiores em Brasília, dessa vez porque afirmou que os quilombolas, negros habitantes dos antigos quilombos e que por esta descendência recebem pensão governamental, não merecem caridade pública e são bem gordinhos e fortes para se virarem sozinhos. Em primeiro lugar, quero dizer que endosso essas palavras, sou contra qualquer espécie de protecionismo. Além disso, cadê a liberdade de expressão, e de onde se retira desse comentário algum conteúdo preconceituoso? No entanto, bastou a divulgação do pensamento do ilustre deputado e presidenciável para que fosse processado e condenado pelo suposto comentário “racista”. E não é nada disso. Não se faz nada pelas pessoas segregando-as em guetos ou discriminando-as por “cotas”. Reservas indígenas, na verdade, mais parecem zoológicos humanos. Deixar índios sem conforto morrerem sem medicina aos quarenta anos de idade de apendicite só para preservar seus valores individuais é desumano. Isso é que é desumano, e não atacar o protecionismo governamental. Mas tudo bem, o próprio Bolsonaro me disse: vai ser fustigado por todos os lados até as eleições do ano que vem, por motivos óbvios e nem sempre certos. Vão tentar prendê-lo antes do Lula e antes das eleições. Não vão conseguir.
INTEMPÉRIES
Reclamavam da seca. Agora, com as chuvas de verão começando, acontecem pequenos desastres climáticos aqui e ali, nada de muita importância, mas o suficiente para causar prejuízos financeiros. Nada como a hecatombe dos furacões nos Estados Unidos e Caribe, por exemplo. Mas já basta para brasileiros pretenderem indenizações por intempéries naturais. De quem? De São Pedro? Isso é caso fortuito e força maior gente, evento imprevisível. Vamos trabalhar, que é melhor.
O DITO PELO NÃO DITO.
“O ateísmo é uma conclusão óbvia, não há nenhuma grande inteligência nisso. Qualquer golfinho consegue ser ateu.” (Luiz Felipe Pondé, filósofo).
RENATO ZUPPO – Magistrado e Escritor