Cafeicultores mineiros iniciaram a colheita da safra. Com expectativas para os talhões de qualidade que são mais valorizados, Erivelton Orlando, tem lavouras de dois anos, Erivelton é a terceira geração produzindo cafés arábicas no bairro do Moçambo área rural de Muzambinho.
Esse ano antes do início dos trabalhos fez questão de medir o grau de doçura dos talhões. Para saber se a maturação está no ponto ideal, os cafeicultores adotam o refratômetro. E fazem o teste nos talhões para saber onde já pode ser feita a colheita, essa técnica permite que o produtor que industrializa tenha uma uniformidade nos lotes comercializados. Os cafés especiais do devem ser retirados dos pés com o brix medindo mais de 22. Brix é a escala em graus que mede a quantidade de sólidos solúveis numa solução de sacarose
O produtor há um ano lançou a marca própria no mercado, uma tendência que cresceu nos últimos anos. Para entra no mercado é preciso dedicação e estudos. Além de acompanhar de perto o desempenho na lavoura. O nome é uma homenagem ao avô, Geraldo Orlando, e o goldem remete ao ouro de minas, o café. “Para competir no mercado eu fui estudar, fiz cursos de degustação, trouxe os conhecimentos de logística e administração que aprendi no curso de educação física e agora estou estudando sobre torra com a equipe do Senar, que oferece aulas grátis e on line, o que é muito importante para o produtor, pois nem sempre é possível fazer cursos presenciais durante a colheita, “conta.
Colher na hora exata faz parte do lucro da lavoura// após a retirada dos frutos é preciso fazer os tratos para que a planta resista para a próxima safra. “Após a retirada dos grãos a aplicação de uma calagem ajuda a planta a ter uma melhor recuperação para a próxima safra. E aqui temos as varas com o local da próxima florada, então é preciso ter cuidado com a retirada dos grãos para não comprometer a formação da próxima safra, “encerra o cafeicultor.
Em São Sebastião do Paraiso, o casal Flávio e Juliana Paulino que produzem cafés especiais estão de olho nos talhões de cafés que vão ser destinados aos cafés que tem destino certo a exportação. A produção com a marca Café nova aliança são para o mercado interno. Já as sacas para o exterior vão para a Inglaterra. Austrália. Nova Zelândia, Coreia do sul e EUA, Aqui nossa empresa é a céu aberto, cuidamos e temos técnicas mas temos o clima como aliado e adversário, explica o consultor Flávio Melo, que junto com a esposa a cafeicultora Juliana Melo apostaram na exportação direta como uma alternativa de comercialização. “Não é um caminho fácil, exige dedicação e muita experiência para não perder dinheiro, estamos atentos e conseguimos trazer nossas filhas como aliadas para ajudar nos negócios, o que exige capacidade técnica, conhecimento do mercado e muito trabalho, mas vale a pena, “ensina Juliana.
Já em Nova Resende, o selo Fair Traide é quem tem agregado valor a saca comercializada. O comercio justo além de remunerar melhor o cafeicultor por cada saca produzida ainda tem uma parte dos lucros revertidas a ações sociais, explica Alessandro Miranda, presidente da Coopervitae quem tem 150 cafeicultores associados. “Somos um case que deu certo, realizamos nossas assembleias neste início de safra, estamos investindo em nossa sede própria e ja temos a usina de energia solar funcionando. Temos um diferencial que o mercado tem valorizado. A procura tem crescido e os cafeicultores despertaram para a produção sustentável”, explica o tesoureiro Fernando Madeira.
Para o cafeicultor Alisson Rossi, “ser um cafeicultor Fair Trade, representa uma opção de vida, aprendi com meu pai que o conhecimento é para melhorar a nossa vida e das gerações que vão chegar. Tenho orgulho do café que produzo e vendo ter o selo de comercio justo,” conta o produtor de café que faz parte da Coopervitae.
Em São Pedro da União, Fernando Barbosa, também lançou marca própria, moradora do bairro Arrudas aposta nos cafés gourmet para ter uma fonte de renda a mais “o café Fazenda Velha é uma referência a tradição mineira de fazer o cafezinho para visita e puxar um dedo de prosa. Temos uma responsabilidade social com a produção do café. Além da lavoura produto gera renda e emprego. O País possui aproximadamente 300 mil estabelecimentos produtores de café, dos quais 78% são considerados da cafeicultura familiar. Tais lavouras produtoras de café, além de atender os mercados mais exigentes internos e externos, também contribuem para fortalecer aspectos econômicos, sociais e ambientais, requisitos indispensáveis para o desenvolvimento sustentável do setor, enfatiza o cafeicultor que também é uma liderança do setor.
Para o gerente regional da Emater, Willem Araújo o início da colheita é um momento festivo, pela grandeza econômica “o café está presente nas cinco regiões geográficas, em 16 estados da Federação, nos quais 1.448 municípios produzem café, o que corresponde a aproximadamente 26% dos municípios brasileiros, com a geração direta e indireta de mais de 8 milhões de empregos.”, disse.
(Revista da Cafeicultura 31 de Maio de 2021)