O mercado de café tem experimentado bons momentos para os produtores, o que voltou a se confirmar ao atingir uma das maiores amplitudes na última semana, chegando a 1.565 pontos de alta. Os valores no mercado físico também são animadores.
O diretor da Safras & Negócios, Gilson Souza, faz análise para o Sudoeste Agro “Especial Colheita”, tomando como base os meses de abril e maio. Inicia mencionando uma situação mais evidente, “que é uma crise não econômica, mas que pode afetar em um futuro breve, e que já afeta o fluxo de oferta e demanda de café no mundo. A maior crise que assola o mundo é a social provocada pela pandemia”. Ressalta que economistas têm afirmado que os modelos e precificações seguem respeitando as tendências, e destaca que as taxas de juros, vêm seguindo as expectativas.
“Os crescimentos econômicos vêm apresentando aquilo que por sua vez foi provisionado, esperado, e o segundo semestre a tendência é que o mercado se retome”.
Gilson enfatiza que no “Brasil continua o aumento nas taxas de juros. Tivemos recentemente publicação do Copom alterando a Celic para 3,5% deixando claro que para a próxima reunião haverá novas mudanças na taxa, consequentemente subindo, para uma meta que feche este ano de 2021 na casa de 5,5%”.
O analista da Safras & Negócios separando em cenários e etapas, enfatiza, no fundamental, recentes problemas internos na Colômbia que afetaram todo o sistema logístico, consequentemente atrasando embarques de café previstos e agendados para abril e maio, que não vieram acontecer, e isso motivou certa mudança no mercado o levando próximo a 166,75 cents de dólar na Bolsa de Nova York.
Outros fundamentos como a questão da escassez de oferta, provocou uma procura interessante pelos fundos de investimentos, o produtor resistente. Podemos sofrer perspectivas de mais altas, afirma Gilson.
Outra análise feita por ele é em relação ao clima, e conforme explica, isso impulsiona e preocupa o mercado internacional. “Tivemos estiagem ano passado, carregamos esse problema. Neste ano as chuvas foram es-cassas entre abril e maio, passamos por média de 70% abaixo do histórico, e isso está e terá consequências futuras, principalmente na formação do grão e lançamentos ramos produtivos. E difícil neste momento de quantificar mas a luz amarela está acesa nesse sentido”.
No âmbito técnico propriamente dito, o diretor da Safras & Negócios analisa que as movimentações das comomodities estão respondendo de forma ascendente, rompendo todas as resistências que foram traçadas, superando a expectativas, e o café não é muito diferente. No mercado de café houve algumas realizações, e isso consolida a tendência de alta e modifica o movimento de preço para o segundo semestre, conforme análises técnicas. Acredita-se que o mercado não deve ficar abaixo de 140 cents, deve movimentar com sua média acima de 145 cents o que representa em Reais em entre R$800/900,00 reais a saca do arábica tipo 6.
O movimento daqui para frente está focado, sobre duas situações importantíssimas. Uma, é o movimento climático, a outra sobre a questão cambial. Observamos que o câmbio no início de abril estava a R$ 5,55 e hoje R$5,15 uma queda representativa e interessante de 7,3%. A tendência é o que o Real continuar valorizando em relação ao dólar, principalmente com estas perspectivas do relatório do Copom, sobre alteração na taxa de juros. Isso promove que tenhamos investimentos aqui no Brasil, e isso pressiona o dólar cair, e valorizar o Real.
“É um levantamento feito pela Safras & Negócios e sua equipe. Orientamos o produtor que faça suas negociações de forma bastante cautelosa, ou seja, acompanhe esses movimentos para que melhorem suas médias de negócios, atentar pelas operações contratadas, para que isso não afete a liquidez das para próximas operações que serão contratadas. Qualquer dúvida o produtor poderá entrar em contato conosco”, conclui Gilson Souza.